Educação no Mercosul é tema de encontro
Foz do Iguaçu (PR) – A cidade paranaense de Foz do Iguaçu, que faz fronteira com Paraguai e Argentina, foi palco nesta sexta-feira, 21, de mais uma Reunião de Ministros da Educação dos Países do Mercosul. Em sua 35ª edição, ministros e representantes do Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e ainda convidados da Venezuela, Bolívia e Chile discutiram pontos como a acreditação de cursos superiores entre os países membros e associados, os esforços para ampliar a atuação das escolas de fronteira, e principalmente a importância de dedicar todos os esforços possíveis em cada país para se manter os investimentos em educação mesmo em situações de crise econômica.
No encerramento do encontro, o ministro da Educação do Brasil, Fernando Haddad, reiterou a preocupação do país com a questão do ensino médio e assegurou mais uma vez que no governo Lula não haverá cortes nos investimentos em Educação. Haddad observou que, além dos mecanismos constitucionais de garantias de investimentos proporcionais à arrecadação, o fim da DRU é a principal ferramenta para garantir o cumprimento de metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
Realizada a cada seis meses, a reunião de ministros da Educação do Mercosul deixará de ter o Brasil na presidência pro-tempore, posto que será ocupado na próxima edição pelo Paraguai. Os ministros acertaram que no próximo semestre deverão lançar o segundo edital do processo de acreditação, no âmbito do Parlasul. Devem trabalhar também para que as escolas de fronteira deixem a condição de projeto-piloto e passem a agregar um número cada vez maior de escolas regulares na região.
Há um consenso entre todos os ministros do bloco com relação à questão do ensino médio. A perspectiva conjunta aponta para a obrigatoriedade da matrícula para jovens até os 17 anos, nos moldes do que foi proposto pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Unila – Durante a reunião em Foz do Iguaçu, o professor Helgio Trindade, que preside a comissão de implantação da Universidade de Integração Latino-Americana (Unila), apresentou o primeiro esboço do que será o projeto político-pedagógico da instituição.
O ministro Haddad agradeceu a colaboração de todos os paises do bloco, que sugeriram cursos, uma estrutura acadêmica inovadora, processos seletivos e concursos para docentes e técnicos voltados para a integração. Haddad frisou ainda que a Unila será mantida pelo governo brasileiro, mas “é uma iniciativa do governo brasileiro aberta a sugestões dos países irmãos, que têm total liberdade e legitimidade para propor alterações, aperfeiçoamentos, recomendar, sugerir, de participar da liderança dessa instituição”. Haddad observou que “nosso objetivo é que as nossas comunidades sejam as verdadeiras donas, e se sintam donas desse projeto”. Segundo o ministro, “não é um projeto nem de governo, nem de Estado, é de uma comunidade que quer ser unida e, por isso, deve se sentir no direito de interferir no processo de construção dessa instituição”.
“O espírito do governo brasileiro hoje é buscar a cooperação e a integração por meio da educação”, afirmou. “Quem quer que busque a integração por meio da educação não pode pretender orientar por si só o processo – ao contrário, tem que buscar o entendimento e acreditamos que nossos povos vão encontrar nessa instituição um caminho mais acelerado para o entendimento”.
Luciana Yonekawa
Leia mais...
Ministro pede pacto pela educação