MEC busca aprimorar educação básica e formação de professores em visita ao Japão
O ministro da Educação, Fernando Haddad, chega nesta quarta-feira, 5, ao Japão, onde ficará por dois dias. Na pauta da viagem, a preocupação do governo brasileiro com a educação da comunidade brasileira no país, formada quase exclusivamente por nikkeis ou nisseis, descendentes de japoneses, cujo movimento de migração para o Brasil começou em 1908.
Serão debatidos o auxílio às 87 escolas brasileiras no Japão e a realização de exames anuais para jovens acima de 15 anos, programa que desde 1999 atendeu 6,5 mil pessoas. Entre as ações previstas, estão a oferta de programa de formação de professores a distância, o desenvolvimento de atividades nos fins de semana, nos moldes do Escola Aberta, e a doação de bibliotecas escolares. O ministro vai acertar também detalhes de missões do MEC ao Japão nas áreas de educação profissional e tecnológica, previstas para maio próximo, e de programas de apoio à pós-graduação, em junho.
O primeiro compromisso de Haddad é uma reunião com o ministro da Educação, Cultura, Esporte e Ciência e Tecnologia, Kenji Kosaka, na quinta-feira, 6. No mesmo dia, reforça o Conselho Brasil-Japão no Século XXI, acordo de cooperação formalizado durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005, que pretende traçar metas de longo prazo para o relacionamento bilateral.
Sobre o assunto, Haddad reúne-se com o deputado Takeo Kawamura, presidente do Conselho pelo lado japonês. Vão tratar da celebração do centenário da imigração japonesa ao Brasil, que ocorrerá em 2008, e assinar memorandos sobre intercâmbio cultural. Um deles prevê a viagem de mil jovens brasileiros ao Japão nos próximos cinco anos.
Lideranças – Na sexta-feira, 7, o ministro visita duas escolas brasileiras e reúne-se com lideranças comunitárias e diretores da Associação das Escolas Brasileiras no Japão. As escolas reconhecidas pelo MEC recebem auxílio do governo japonês. O MEC aprova e fiscaliza tais instituições.
Uma das propostas é a formação a distância para os professores, por convênio entre universidades brasileiras e japonesas. A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) deve utilizar as tecnologias do Normal Superior e do Pró-Licenciatura. O objetivo é formar os profissionais da educação que atuam em escolas brasileiras no Japão que ainda não têm a formação exigida em lei. São 200 profissionais que receberão curso da UFMT, com pólo de educação a distância nas principais cidades japonesas.
A UFMT tem experiência na formação de professores, desde a década de 80, e o curso deverá ser implantado no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Outra proposta que está sendo levada é a do curso-piloto de administração da UAB, em parceria com o Banco do Brasil – já em execução no Brasil.
Repórter: Rodrigo Dindo