Jovens discutem paz mundial no Congresso Nacional
Jovens de 15 países da América Latina, Europa e África participam até quinta-feira, 15, do Seminário Internacional: Paz, Multilateralismo e Direitos da Juventude, no Auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília. O objetivo é refletir sobre como a guerra e a luta pela paz se relacionam com a vida dos jovens, as falsas justificativas das guerras e o caráter prejudicial do unilateralismo.
Nesta terça-feira, 13, pela manhã, o secretário executivo adjunto do MEC, André Lázaro, destacou no seminário que o Brasil é campeão mundial de desigualdades e que seria ingênuo supor que a educação resolveria todos os problemas. “É importante enfrentar as condições da infra-estrutura, um desafio para as gerações presentes e futuras”, observou. André Lázaro explicou aos jovens que o Brasil é um país com 5.562 municipios, onde a educação ofertada por eles e pelos estados é diferente. Destacou a importância da criação do Fundo da Educação Básica (Fundeb), que redefine financiamento da educação, garantindo estudo desde a pré-escola ao ensino secundário.
André Lázaro comentou que hoje 98% das crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade estão na escola, recebem livros e merenda de graça, mas que o Brasil é um país com muitas dificuldades e que as mudanças precisam ser de direção e velocidade. O secretário executivo adjunto do MEC avalia que a direção em que o governo federal tem ido na educação está certa, mas a velocidade não é a ideal, visto que são escolhas importantes que precisam de consenso. “É uma velocidade de mudanças que respeita um conjunto complexo e o governo federal é francamente aberto ao diálogo político. Respeita e valoriza a organização da sociedade”, disse.
O seminário, aberto hoje pelo presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal, Luiz Eduardo Greennhalg (PT/SP), é uma oportunidade para ouvir depoimentos de representantes de organizações juvenis de vários países sobre os impactos da guerra sobre os jovens e a luta pela paz. Outro ponto é o debate a respeito das experiências da juventude em sua luta contra o neoliberalismo.
Edson Media, 28 anos, presidente da Juventude do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, disse que a luta pela paz e emprego é fundamental para afirmação dos jovens. Destacou a importância de os jovens terem metas na educação, saúde, equilíbrio ambiental e informou que o Brasil está ajudando seu país a construir a sua primeira universidade pública. Já o estudante de história, Hugo Guerrido, 21 anos, português radicado em Lisboa, explicou que o seminário é importante para troca de opiniões dos jovens de realidades distantes. Disse que em Portugal há grande envolvimento dos jovens nas lutas políticas e contra a privatização das escolas do ensino básico.
Do Brasil participam do seminário representantes da União da Juventude Socialista (UJS), dos partidos políticos (PSB, PDT, PCB, PT e PMDB), da Juventude Revolucionária 8 de Outubro (JR-8), da CUT, UNE, MST, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), dentre outros movimentos.
Amanhã, 14, às 9h, o seminário prossegue com o tema A Juventude pela Paz e contra o Imperialismo, com a participação da deputada Socorro Gomes (PC do B/PA), do major Alexandre Herrera, da Venezuela, e de Claúdia Flores, da Colômbia. Em seguida, será debatido o tema As Injustiças Sociais e o Unilateralismo: Ameaças aos Direitos da Juventude, com Giovani Barrueta, secretário-geral da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), representantes da Organização Ibero-americana de Juventude (OIJ) e do Centro de Estudos e Memórias da Juventude. O seminário está sendo promovido pela FMJD em parceria com a Câmara dos Deputados, por meio da Comissão de Relações Exteriores, e apoio da Secretaria da Juventude da Presidência da República e do Conselho Mundial da Paz. Mais informações pelos telefones 61-8122-2869, com Paulo Vinícius, e 11-8159-2406, com Lúcia.
Susan Faria