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Ações internacionais

Seleção para professores que vão ao Timor Leste chega à ultima etapa

  • Quinta-feira, 25 de janeiro de 2007, 17h18
  • Última atualização em Quinta-feira, 24 de maio de 2007, 09h06

Os 32 professores pré-selecionados para a segunda edição do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa participaram nesta quinta-feira, 25, da última etapa de seleção para auxiliar na formação em língua portuguesa de professores de escolas primárias no Timor Leste, sudoeste da Ásia. A Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (Capes) recebeu três mil inscrições nesta segunda edição do programa, que levará 13 professores em missão ao Timor Leste. O resultado da seleção será divulgado na próxima segunda-feira, 29. O projeto faz parte de um acordo de cooperação internacional firmado entre o Brasil e o Timor Leste para a reconstrução do sistema educacional timorense.

Os professores assistiram a apresentações de vídeos sobre o Timor Leste, o trabalho dos bolsistas e os projetos desenvolvidos no país. De acordo com a professora Maria Luiza Carvalho, analista em ciência e tecnologia da Coordenação-Geral de Cooperação Internacional da Capes, o perfil do professor selecionado vai além do conhecimento técnico e da experiência profissional. “O profissional tem que ter disponibilidade e espírito voluntário para executar o trabalho como missão.”

Missão é a palavra de ordem dos professores pré-selecionados em todo o País. A vontade de trabalhar pela reconstrução do Timor Leste, resgatando a identidade cultural do país por meio do aprendizado e uso da língua portuguesa, é a principal razão dos professores em participar do programa.

A pedagoga Milene Silva Pinheiro, de Santos (SP), é pós-graduanda em psicopedagogia e já participou de programas de formação de professores no Projeto Rondon – parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa. Milene animou-se com a possibilidade de desenvolver ações educacionais em outro país e por um espaço de tempo maior.

“Quando conheci o programa do Timor Leste, pensei: nossa! É um Rondon internacional. E imaginei o que poderia ser desenvolvido em um ano. Trabalhar no programa é a oportunidade de aprofundamento dos conhecimentos da língua portuguesa e de participar efetivamente do processo de reconstrução do Timor Leste”, afirma Milene.

A pedagoga lembra ainda que é um desafio, mas espera auxiliar na superação dos conflitos étnico-raciais e culturais, consolidando a independência dos timorenses, por meio do uso e fortalecimento da língua. “Vamos encontrar um povo com cultura que necessita ser resgatada e com uma tradição oral que necessita ser fortalecida. Faremos isso com a formação de professores  que serão qualificados para o uso competente da língua portuguesa.”

Troca de experiências − O pedagogo Odílio Germano, de Caxias, no Maranhão, é pós-graduado em docência do ensino superior e pretende levar a experiência de formação de professores em regiões pobres do Nordeste brasileiro. “Estou preparado para conduzir o projeto no Timor Leste, baseado nas experiências em formação de professores no Nordeste. Mas a experiência em outro ambiente em condições tão adversas como as que apresenta o Timor Leste é um compromisso profissional e uma questão humanitária.”

Germano ressalta ainda o destaque do Brasil na missão de resgate e manutenção da língua portuguesa. “Além do conhecimento da língua, desenvolveremos um trabalho de formação para a cidadania, buscando reeguer o sistema educacional do país.”

A expectativa dos professores é positiva e acena para a possibilidade de desenvolver um trabalho de melhora da auto-estima e identidade cultural do povo timorense, além da troca de experiências profissionais e pessoais. “Espero encontrar esperança no Timor Leste. Ensinar, mas também aprender. Essa troca vai contribuir para o meu trabalho no Brasil e para a minha vida pessoal, pois é impossível vivenciar a realidade de um país pós-conflito e não se tornar uma pessoa mais sensível para as questões sociais”, afirma a professora de português Márcia Cavalcante, de Recife (PE).

Os professores viajam na primeira quinzena de fevereiro para desenvolver os trabalhos em até 12 meses. Os selecionados receberão auxílio de US$ 1,1 mil para bolsista, US$ 2 mil para bolsista coordenador local de atividade e, ainda, seguro-saúde, auxílio-transporte, auxílio-instalação e transporte aéreo.

Karla Nonato

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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