Crise financeira não afetará educação
O ministro da Educação, Fernando Haddad, reiterou, nesta terça-feira, 11, as declarações que deu na semana passada, quando garantiu que a crise financeira mundial não afetará os investimentos em educação. “Temos um plano plurianual que prevê investimentos em educação até 2011 e isso não mudará”, repetiu Haddad na sede do ministério, em Brasília, onde participava da cerimônia de recondução do professor Rômulo Soares Polari ao cargo de reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
“A economia brasileira cresce também porque existem investimentos do Governo Federal e é especialmente na crise que esses investimentos devem continuar”, defendeu o reitor, que é pós-graduado em economia pela UFPB e tem mestrado em engenharia de produção pela mesma instituição. De acordo com Polari, as turbulências econômicas são próprias do sistema capitalista e a novidade é que “pela primeira vez o Brasil tem uma economia robusta o suficiente para receber essa crise sem sustos”.
Haddad lembrou as oportunidades históricas que o país teve para melhorar a qualidade da educação e que foram, de acordo com o ministro, desperdiçadas. “Chegamos a uma situação em que elevar a qualidade da educação brasileira é uma agenda incontornável para os governantes do país”, afirmou. O quadro atual de crescimento econômico aumenta ainda mais essa demanda por escolarização, que foi chamada por Haddad de “uma das duas pernas necessárias para o desenvolvimento nacional”. A outra vertente necessária, para o ministro, são os investimentos em infra-estrutura, que estão sendo feitos com o Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal. “Já cometemos o erro de investir em infra-estrutura sem pensar nas condições de desenvolvimento humano como a educação”, lembrou.
Avanços – O crescimento dos investimentos em educação atingiu as mais altas taxas da história do país. Atualmente, são investidos 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) diretamente em educação, descontados os valores indiretos como, por exemplo, os gastos com bolsas de estudos e aposentadoria de professores. O orçamento previsto para o setor em 2009 é de R$ 48 bilhões, maior valor já investido na história da educação brasileira.
“Eu cito o exemplo da Paraíba, onde os investimentos feitos somente na universidade federal aumentam em 15% o PIB do estado”, declarou o reitor da UFPB, Rômulo Soares Polari. Até o final de 2012, serão investidos R$ 80 milhões de recursos federais somente no plano de reestruturação da UFPB. A iniciativa é possível graças ao Programa de Apoio aos Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (Reuni), que já conta com a participação de todas as universidades federais brasileiras. Até 2012, somente no âmbito do Reuni serão investidos mais de R$ 2 bilhões no parque de universidades federais brasileiras.
Ana Guimarães