Normalistas gaúchas criam site para ensinar nova ortografia
A reforma ortográfica foi o tema escolhido por três alunas do curso normal do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, para desenvolvimento de um projeto de aprendizagem em ambiente virtual. Bruna Baggio, Jéssica Karine Bischoff e Priscila Machado Pires criaram uma página na internet, no primeiro semestre deste ano, com conteúdos relativos à nova ortografia. Agora, aplicam o que aprenderam ao dar aulas, no outro turno, a alunos do ensino fundamental da mesma instituição.
Nas aulas, ministradas no laboratório de informática educativa, as estudantes utilizam a página eletrônica que criaram e uma apresentação em powerpoint (software de projeção de slides). As atividades são desenvolvidas sempre pelo computador, com aplicativos, ferramentas e recursos on-line. “Há atividades referentes aos países que fazem parte do acordo ortográfico (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), hífen, acentos agudo e circunflexo, trema e letras adicionadas ao alfabeto”, explicam. Elas ressaltam que o trabalho de criação da página foi diferente do que é realizado habitualmente em sala de aula. “A internet é muito utilizada hoje em dia e é também um ótimo recurso. Com ela, fica mais fácil nos dirigirmos às crianças com a visualização do que está sendo explicado”, afirmam.
As normalistas são alunas da professora Teresinha Bernadete Motter, que tem 32 anos de magistério e leciona, desde 2007, a disciplina metodologia aplicada a ciências exatas e humanas, da área de práticas de ensino. Um dos objetivos da disciplina é possibilitar aos alunos vivenciar a metodologia de trabalho por projetos de aprendizagem em publicação virtual, numa prática que privilegia a construção do conhecimento.
Projetos — “No início do ano, as alunas formam grupos por afinidade e escolhem um tema para aprender. Dentro dessa atividade, criam um espaço virtual para a publicação da aprendizagem”, conta Bernadete, que tem licenciatura plena em matemática e especialização em tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na promoção da aprendizagem. Este ano, foram desenvolvidos 33 projetos no primeiro semestre — um deles é o da reforma ortográfica.
No segundo semestre, os grupos aplicarão o conhecimento construído. “Tanto no que se refere ao assunto quanto ao uso das tecnologias digitais e TICs com as crianças que estudam no turno da tarde, na mesma escola”, explica a professora. O relato dessa prática de ensino possibilitou duas premiações a Bernadete — o Prêmio Professores do Brasil, no ano passado, e o Educadores Inovadores, da Microsoft, este ano.
Fátima Schenini
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