Artes cênicas
O Colégio Estadual Manoel Vilaverde, no município goiano de Inhumas, desenvolve desde 2007 um bem-sucedido projeto de teatro. Com a participação de alunos de diversas turmas de ensino médio, o projeto interdisciplinar Interfaces; O Teatro Está em Nós cresceu, ultrapassou os muros da escola e desperta vocações.
De acordo com o professor José Carlos Henrique, um dos responsáveis pelo projeto, alguns estudantes continuam envolvidos com o teatro após a conclusão do ensino médio. Há os que optaram por fazer curso superior na área teatral e os que continuam trabalhando com teatro, embora busquem outra formação universitária.
Surgido inicialmente como experimentação da linguagem teatral e suas possibilidades no contexto educacional, o projeto Interfaces também buscava experiência interdisciplinar. “Sempre nos norteou a perspectiva de um trabalho costurado com outras disciplinas, o que amplia as possibilidades de aprendizagem e outras vivências”, explica José Carlos, formado em história e em artes cênicas e com mestrado em história.
Segundo o professor, a ideia inicial das encenações partiu de uma parceria entre as disciplinas arte, história e química, na abertura de uma feira de ciências na qual se fez um retrospecto das principais descobertas científicas do homem ao longo da história. Com o passar do tempo, foram surgindo caminhos para as encenações a partir de textos coletivos vinculados à realidade. “Pensava-se em um problema social e, em seguida, em sua possível solução”, lembrou José Carlos. “Isso gerou troca de informações e, claro, nos possibilitou ir além no trabalho, à medida que as discussões avançaram.”
Em 2009, foi preparada uma apresentação sobre os problemas ocasionados pelo uso de drogas. A idéia central era relembrar os 40 anos do Festival de Woodstock, nos Estados Unidos. “Após lançarmos a idéia da peça, colocamos literalmente a mão na massa, com todo o processo de preparação do espetáculo”, disse o professor. “Os alunos fizeram pesquisas de figurino, assistiram ao filme Hair (EUA, 1979), de Milos Forman, sobre o período do movimento hippie, ouviram músicas da época e preparam a trilha sonora”, explicou. “Ao mesmo tempo, pesquisaram sobre os efeitos de determinadas drogas no organismo.”
A encenação, com cerca de uma hora, contou com 40 estudantes, 22 deles integrantes do projeto — os demais mostraram interesse em participar e foram incluídos. “A apresentação superou as expectativas quanto à receptividade e alcance”, disse o professor.
Em 2010, o colégio implantou disciplinas optativas. O Interfaces foi inserido na disciplina de artes cênicas, oferecida nos turnos matutino e vespertino. O trabalho foi centrado, primeiramente, em jogos de socialização e sensibilização e, posteriormente, na criação de encenações pelos alunos. Reunidos em grupos, eles tinham como tarefa elaborar esquetes sobre os temas enfocados, tais como família e geriatria, e elaborar diálogos por meio de improvisação.
Segundo José Carlos, os alunos relataram, este ano, que as aulas de teatro proporcionaram mais concentração nos estudos, além de facilitar a socialização dos mais tímidos, até mesmo no caso de apresentação de trabalhos em outras disciplinas.
Fátima Schenini
Saiba mais no Jornal do Professor
Projeto de teatro em escola goiana estimula vocações

De acordo com o professor José Carlos Henrique, um dos responsáveis pelo projeto, alguns estudantes continuam envolvidos com o teatro após a conclusão do ensino médio. Há os que optaram por fazer curso superior na área teatral e os que continuam trabalhando com teatro, embora busquem outra formação universitária.
Surgido inicialmente como experimentação da linguagem teatral e suas possibilidades no contexto educacional, o projeto Interfaces também buscava experiência interdisciplinar. “Sempre nos norteou a perspectiva de um trabalho costurado com outras disciplinas, o que amplia as possibilidades de aprendizagem e outras vivências”, explica José Carlos, formado em história e em artes cênicas e com mestrado em história.
Segundo o professor, a ideia inicial das encenações partiu de uma parceria entre as disciplinas arte, história e química, na abertura de uma feira de ciências na qual se fez um retrospecto das principais descobertas científicas do homem ao longo da história. Com o passar do tempo, foram surgindo caminhos para as encenações a partir de textos coletivos vinculados à realidade. “Pensava-se em um problema social e, em seguida, em sua possível solução”, lembrou José Carlos. “Isso gerou troca de informações e, claro, nos possibilitou ir além no trabalho, à medida que as discussões avançaram.”
Em 2009, foi preparada uma apresentação sobre os problemas ocasionados pelo uso de drogas. A idéia central era relembrar os 40 anos do Festival de Woodstock, nos Estados Unidos. “Após lançarmos a idéia da peça, colocamos literalmente a mão na massa, com todo o processo de preparação do espetáculo”, disse o professor. “Os alunos fizeram pesquisas de figurino, assistiram ao filme Hair (EUA, 1979), de Milos Forman, sobre o período do movimento hippie, ouviram músicas da época e preparam a trilha sonora”, explicou. “Ao mesmo tempo, pesquisaram sobre os efeitos de determinadas drogas no organismo.”
A encenação, com cerca de uma hora, contou com 40 estudantes, 22 deles integrantes do projeto — os demais mostraram interesse em participar e foram incluídos. “A apresentação superou as expectativas quanto à receptividade e alcance”, disse o professor.
Em 2010, o colégio implantou disciplinas optativas. O Interfaces foi inserido na disciplina de artes cênicas, oferecida nos turnos matutino e vespertino. O trabalho foi centrado, primeiramente, em jogos de socialização e sensibilização e, posteriormente, na criação de encenações pelos alunos. Reunidos em grupos, eles tinham como tarefa elaborar esquetes sobre os temas enfocados, tais como família e geriatria, e elaborar diálogos por meio de improvisação.
Segundo José Carlos, os alunos relataram, este ano, que as aulas de teatro proporcionaram mais concentração nos estudos, além de facilitar a socialização dos mais tímidos, até mesmo no caso de apresentação de trabalhos em outras disciplinas.
Fátima Schenini
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