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Memória

Pesquisadores vão resgatar aspectos da era republicana

  • Segunda-feira, 21 de novembro de 2016, 19h08
  • Última atualização em Segunda-feira, 21 de novembro de 2016, 19h08

Pesquisadores de todo o país vão resgatar e registrar as memórias do período republicano do Brasil. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação, já divulgou os 23 projetos selecionados em dois editais para pesquisa e elaboração de obras sobre Memórias Brasileiras: Biografias e Conflitos Sociais. Os estudos serão realizados por pesquisadores de programas de pós-graduação stricto sensu recomendados pela Capes, que promove as chamadas públicas em parceria com o MEC.

Entre outros requisitos, os projetos devem ter como prioridade personagens ou grupos que tenham sido pouco estudados; contemplar a diversidade regional, de gênero e étnico-racial; ter como objetivo final a publicação de livros, que podem vir a ser usados na educação básica, e eventuais materiais complementares previstos no projeto. A proposta pode envolver mais de uma instituição de diferentes regiões brasileiras.

Biografias – A primeira chamada pública fomenta a realização de pesquisas científicas que resultem em biografias, individuais ou coletivas, ou trajetórias de vida de pessoas ou grupos significativos para a compreensão da história do Brasil republicano. Um dos projetos selecionados retratará a trajetória de pesquisadoras pioneiras nos estudos históricos brasileiros.

Coordenada pelo professor Diogo da Silva Roiz, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), a pesquisa será desenvolvida em duas frentes de trabalho. A primeira prevê a elaboração de pequenas biografias sobre a trajetória intelectual de historiadoras e cientistas sociais brasileiras, a maioria já falecida. A outra frente promoverá entrevistas com pesquisadoras que ainda estejam na ativa ou se aposentaram recentemente para mostrar o papel delas na sociedade atual.

“Nossa meta é fazer com que sejam publicadas duas coletâneas”, explica o coordenador. “Uma com as biografias, mostrando a obra e a contribuição dessas pioneiras na formação do campo disciplinar da história do Brasil; na outra, queremos mostrar essa segunda geração que se formou depois e o ambiente universitário em que elas encontraram.”

Conflitos — A segunda chamada visa a estimular a realização de pesquisas científicas que resultem na publicação de livros a serem usados na educação básica. As obras devem enfocar processos e episódios (revoltas, insurreições, rebeliões populares, lutas armadas, manifestações populares entre outros) que, ao longo da história brasileira do período republicano, tenham sido significativos para o entendimento da construção do Estado e da sociedade brasileira e para a valorização de episódios pouco estudados da história do país.

Dentro desse contexto, o projeto da Universidade Federal do Paraná (UFPR) resgatará a história da guerrilha do Vale do Ribeira, nos anos 1970, no interior paulista. “Nós queremos recuperar o que existe sobre isso, buscando as fontes e os documentos que existem nos arquivos brasileiros, os jornais do período”, explica a coordenadora do projeto, Maria Auxiliadora Schmidt. O objetivo é levar essa memória aos alunos da educação básica brasileira.

“A guerrilha é um acontecimento pouco explorado do ponto de vista da história. Os historiadores ainda não se debruçaram sobre esse evento como objeto de estudo”, lamenta Maria Auxiliadora. “É um dos poucos acontecimentos do período da ditadura militar que não é enfatizado pelos historiadores.”

A meta do grupo é elaborar dois produtos sobre o tema. O primeiro, voltado a professores de história e da área de ciências humanas, é um livro de história paradidático, em linguagem acessível aos educadores. Para os alunos, a proposta é produzir uma história em quadrinhos. “Nossa pretensão é que o livro e a historinha estejam prontos em, no máximo, dois anos”, disse a coordenadora.

Assessoria de Comunicação Social

Assunto(s): pesquisas , república , memórias
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