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Dia da Mulher

Mulheres desempenham papel de destaque na educação brasileira

  • Sexta-feira, 08 de março de 2019, 08h57
  • Última atualização em Sexta-feira, 08 de março de 2019, 20h39

Tida como a primeira mulher alfabetizada em terras brasileiras, Madalena Caramuru, com data de nascimento incerta, teve seu letramento atribuído ao marido, o português Alfonso Rodrigues, com quem se casou em 1534. O papel de seu pai, o colonizador Diogo Alvarez Correia, foi fundamental no aprendizado da filha. Contudo, o que ela fez com o conhecimento adquirido é que fez a diferença. A indígena se dedicou à luta pelo fim das crueldades praticadas na então Colônia, especialmente, contra as crianças negras escravas.

Carta de Madalena, datada de 1561, endereçada ao bispo de Salvador, tentava interceder por essas crianças que, em suas palavras, “se veem separadas dos pais cativos, sem conhecer Deus, sem falar a nossa língua e reduzidas a esqueletos”. Embora não tenha sido atendida em seu clamor ao clérigo, ela conseguiu salvar a vida das crianças que conseguiu comprar dos traficantes escravagistas.

Séculos mais tarde, Nísia Floresta veio para se tornar um marco na vida de meninas e mulheres brasileiras. Nascida no Rio Grande do Norte, publicou uma série de artigos no jornal Espelho das Brasileiras sobre a condição das mulheres. No ano seguinte, publica o seu primeiro livro: Direito das mulheres e injustiça dos homens. Em 1938, ela chega ao Rio de Janeiro.

Foi nesse ano que fundou o Colégio Augusto, instituição revolucionária para a época, quando o ensino voltado para as meninas era composto pelo que era considerado necessário saber para casar e ter filhos. Na escola de Nísia, elas tinham acesso a conhecimentos de ciências, geografia, história, línguas, artes, literatura, religião e educação física. Apesar das inúmeras e contumazes críticas, Nísia seguiu no caminho do conhecimento e da igualdade para as mulheres até o final de sua vida, em 1885.

Superação - Dorina de Gouvêa Nowill (1919-2009) perdeu a visão aos 17 anos. Mais de 70 anos de convivência com a cegueira, no entanto, não serviram de obstáculo para o protagonismo da professora na educação brasileira. Primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, no centro de São Paulo, posteriormente Dorina se especializou em educação de cegos na Universidade de Columbia, em Nova York. Em 1946, criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil e, em 1948, fundou a primeira imprensa braile em grande escala do país.

No Ministério da Educação, Dorina atuou por mais de uma década. De 1961 a 1973, dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos – época em que foram criados os serviços de educação de cegos em todo o território nacional. Dorina se destacou, ainda, na luta pela abertura de vagas para pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho.

Luta - Considerada uma das maiores líderes políticas na luta pelo direito das mulheres, Bertha Lutz, nascida em São Paulo, em 1894, se empenhou na luta pela aprovação da Lei que garantiu o direito de as mulheres votarem e serem votadas. Formada em biologia pela Universidade de Sorbonne, na França, voltou ao país e, em 1919, criou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que viria se tornar a Federação Brasileiro pelo Progresso Feminino (FBPF).

Foi Bertha quem organizou o primeiro congresso feminista do país e foi discutir os problemas do mundo do trabalho para as mulheres na Organização Internacional do Trabalho (OIT). Também foi a responsável por fundar a União Universitária Feminina, a Liga Eleitoral Independente, a União Profissional Feminina e a União das Funcionárias Públicas.

Tornou-se deputada na Câmara Federal em 1936, após a morte do titular do cargo, Cândido Pessoa. No cargo, atuou na luta por melhores condições de trabalho, especialmente, para mulheres e jovens. Defendia a igualdade salarial, licença-maternidade de três meses e redução da jornada de trabalho que, na época, era de 13 horas diárias.

Campeã - Débora Seabra é outro destaque da educação brasileira. Formada em magistério na Escola Estadual Professor Luis Antônio, em Natal, foi a primeira professora com Síndrome de Down do Brasil. Desde 2004, trabalha como professora assistente em turmas de educação infantil e primeiro ano do ensino fundamental e hoje, além das aulas, dá palestras em vários países e já lançou um livro de fábulas infantis. Quando ela nasceu, em 1981, pouco se sabia no Brasil sobre a trissomia do cromossomo 21, ou Síndrome de Down. Mesmo assim, seus pais sempre fizeram questão de que ela estudasse em instituições de ensino regular.

Sustentabilidade – Um trabalho que transforma diretamente a vida de 600 jovens e crianças deu notoriedade a outra mulher educadora. O projeto de Débora Garofalo, de 39 anos, que atua na Escola Municipal Almirante Ary Parreiras, na periferia de São Paulo, vem mudando até mesmo a relação dos estudantes com a comunidade em que vivem.

Atenta e motivada a encontrar algo que pudesse melhorar a vida dos estudantes, Débora apostou no ensino da programação, aliado a atividades sustentáveis. Daí nasceu o projeto Robótica com Sucata, cujo objetivo é envolver as crianças em ações de pertencimento por meio do uso da tecnologia para alavancar a aprendizagem. A iniciativa de Débora Garofalo ganhou, no ano passado, o Prêmio Professores do Brasil, do MEC, e agora é finalista do Global Teacher Prize – prêmio internacional considerado o nobel da educação.

Mais mulheres – Outras mulheres que exercem papel fundamental nas escolas brasileiras são as merendeiras. Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), indicam que mais de 100 mil delas trabalham em160 mil escolas e são diretamente responsáveis pela preparação das refeições de 45 milhões de estudantes em todo o país.

Para valorizar o trabalho das merendeiras, a TV Escola promoveu, em 2018, o reality show Super Merendeiras. A ganhadora foi a merendeira Dejanira de Souza da Escola Municipal Nossa Senhora Das Candeias da Ilha da Maré, Bahia. A receita campeã foi abará de carne moída com aipim.

Pesquisas comprovam que, no ambiente escolar, mulheres são maioria. Segundo o Censo Escolar 2018, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Brasil são mais de 1,7 milhão de professoras. Dados mais recentes do Censo da Educação Superior, referentes a 2017, também mostram a predominância das mulheres na educação superior. Elas são 55% dos estudantes ingressantes, 57% dos matriculados e 61% dos concluintes dos cursos de graduação. Na licenciatura, por exemplo, 70,6% das matrículas são do sexo feminino.

Assessoria de Comunicação Social 

Assunto(s): Destaque , mulheres , Dia da Mulher
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