Seminário resgata afeto de Gilberto Freyre por cidades
Recife, 26/3/2019 – O olhar afetivo de Gilberto Freyre sobre o Recife e Olinda foi o tema do primeiro seminário de Tropicologia de 2019, realizado pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) no bairro de Casa Forte, em Recife. O evento homenageou o aniversário das cidades-irmãs Recife e Olinda e do livro Olinda – Guia Prático Histórico e Sentimental de Cidade Brasileira, que acabou de completar 80 anos. O seminário ocorreu na manhã desta terça-feira, 26, na sala Gilberto Freyre.
O presidente da Fundação, Alfredo Bertini, realizou a abertura da sessão: “Quero deixar registrada minha imensa satisfação em participar dessa temática tão importante para a comemoração dos 70 anos de história da Fundaj. Debater sobre o olhar sentimental de Gilberto por Recife e Olinda é fundamental.” Bertini se disse um grande admirador da história de Gilberto e lembrou que as comemorações transformam esses encontros em grandes ações, como o Seminário de Tropicologia. “Estamos trabalhando com uma programação aliada ao pensamento de Joaquim Nabuco”, comentou.
A coordenadora do Seminário de Tropicologia, Fátima Quintas, que trabalhou durante 37 anos na Fundaj, comandou o debate e frisou o olhar sensível, apaixonado e sentimental de Gilberto. Ela também comentou sobre a trajetória e história do tradicional evento da casa. “É uma alegria imensa participar e dar continuidade ao seminário na Fundaj. O formato do Seminário de Tropicologia passou por diversas mudanças de caráter evolutivo e de local, mas sua característica fundamental permaneceu. A interdisciplinaridade e multiplicidade temática sempre foram as bases da natureza acadêmica”, disse a antropóloga.
Fátima explicou que Gilberto foi o primeiro antropólogo e sociólogo a usar fotografias na década de 30 por metodologia. Dessa forma, ele conseguiu inovar o recurso da pesquisa social. “Com o seu olhar sensível e sua simplicidade, ele foi dosando seus estudos com sentimentos envolventes e apaixonados”, acrescentou.
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Carlos Decotelli, também fez parte da mesa e debateu sobre a temática: “É muito bom ser brasileiro e vivenciar esses encontros que nos aproximam da cultura pernambucana. Falar sobre o tema também é uma maneira de conhecer como a cidade do Recife criou sua própria identidade.” Decotelli explicou que o FNDE é o braço financeiro do Ministério da Educação para o planejamento estratégico financeiro voltado para melhorias na educação. Segundo ele, é dessa forma que o povo brasileiro pode contribuir e construir sua identidade, além de realizar o sonho de termos oportunidades para todos. “Temos a convicção de transformar o FNDE em um agente gestor estratégico para a educação brasileira", pontuou.
A parceria do FNDE com a Fundaj, juntamente com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Banco do Nordeste (BNB), visa a criação de um núcleo para ouvir, divulgar e acrescentar melhor as informações do Nordeste. "Este novo desafio vem para acrescentar a nossa responsabilidade em pensar nos demais, em construir novas gerações com valores que aprendemos e que devem ser compartilhados. O pensamento de Gilberto Freyre mostra a tradição da herança e do aprendizado gerado na cidade”, completou.
Por fim, o seminarista Abraham Sicsu falou sobre a paixão de Gilberto por Recife e Olinda e, também, a regionalidade que ele expressava. “Apesar do crescimento brusco das cidades, o autor sempre teve um laço afetivo muito grande com o lugar onde viveu. Ele tratava a cidade com muito amor e paixão. E isso foi claramente mostrado neste seminário.”
Assessoria de Comunicação Social