Suassuna visita exposição que comemora seus 80 anos
Recife — Em sua ida a Pernambuco para o lançamento das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o ministro Fernando Haddad incluiu na agenda visita à exposição que comemora os 80 anos do escritor Ariano Suassuna. O homenageado, que é secretário de Cultura do estado, também visitou a exposição, na Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, pela primeira vez, ao lado do ministro.
“Eu quase que sou assassinado por ternura no Rio de Janeiro”, brincou o escritor, ao contar que, quando retornou de uma série de homenagens naquela cidade, caiu doente e não pôde comparecer à abertura da exposição. “Mas estou vendo agora e estou muito contente”, revelou.
“Temos que aprender a cultuar nossos grandes escritores. Pessoas que têm ligação com a vida do povo, com a cultura popular, uma visão profunda do Brasil e uma sensação de pertencimento à sua terra, como Ariano”, afirmou o ministro.
A exposição retrata a vida do escritor, suas personagens e criações, além de revelar a relação da obra de Ariano Suassuna com o universo cultural de Pernambuco, a partir da expressão de vários artistas da região, que decidiram homenagear o escritor voluntariamente com uma exposição. “Quadros que vão do abstrato ao hiper-realismo e que conseguiram compor uma exposição muito bonita. Foi muito emocionante percorrer o trajeto vendo quadro por quadro com ele”, destacou Haddad.
“Acho que educação e cultura são indissociavelmente ligadas. O fato de o ministro se interessar pela obra de um escritor é muito positivo”, disse Ariano. Para o escritor, a arte tem importante papel a desempenhar junto à educação. Para citar um exemplo de como as duas áreas poderiam interagir, Ariano citou uma adaptação para a televisão do livro O coronel e o lobisomem, de José Cândido de Carvalho. O diretor de cinema e televisão Guel Arraes fez uma série televisiva a partir da obra. “Tenho impressão que, se a rede escolar exibir o especial e recomendar o livro aos estudantes, nunca mais os alunos vão ter desgosto com a literatura”, sugeriu Ariano.
Maria Clara Machado