Segurança: escola harmoniosa no RS
Porto Alegre — A violência não ultrapassa os portões da escola municipal de ensino fundamental Lauro Rodrigues, na periferia de Porto Alegre (RS), que atende cerca de 700 alunos de baixa renda. A guarda municipal considera a região como sendo de alta periculosidade. “É uma área em que há muitas invasões e tráfico de drogas”, informa o guarda Aldo Luís dos Santos, há quatro anos vigiando os portões da escola.
Apesar de ser um local de alto risco, a escola não apresenta um sinal de depredação, os alunos não se envolvem em brigas e o clima entre a equipe escolar — diretor, professores, funcionários — e alunos é harmonioso. Segundo Aldo, o ambiente pacífico resulta de trabalho focado na conscientização dos estudantes. “Todo mundo pensa que a polícia serve para reprimir, mas aqui a gente trabalha na base da amizade.” Para ele, a conversa amiga é mais produtiva que a bronca ou a expulsão. Ele e os três colegas asseguram que nenhum aluno saia sem autorização e aconselham os estudantes sobre os malefícios causados pelas drogas e os riscos de se envolver em crimes. Para Aldo, a escola precisa resguardar o ambiente familiar e servir de exemplo. “Sempre quando há comemorações, eu faço questão de participar e trago minha filha de dez anos comigo”, relata.
A dona de casa Rosa Ranzolin, mãe de Vinícius, de oito anos, esperou um ano inteiro para encontrar vaga para o filho. Ela aprova o trabalho da guarda: “Gostei da segurança que meu filho tem aqui porque eles verificam mesmo quem entra ou sai”, diz.
“Muitos pais têm meu número de celular. Eles querem saber se o filho chegou bem”, diz Aldo. Todas as escolas da rede municipal contam com a presença da guarda, capacitada para garantir a segurança dos alunos. Aqui, meninos e meninas também ganham amigos.
Maria Clara Machado