Projetos contra fome inspiram Suriname
Interessado em implantar no país um programa de alimentação escolar similar ao brasileiro, o governo do Suriname vai enviar a Brasília uma comitiva para conhecer em detalhes a estrutura e o modo de operação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Comandado pelo chefe da Divisão de Cuidados aos Jovens do Ministério da Educação do Suriname, Emanuel Kasimoen Enjoem, o grupo fica no Brasil de 3 a 9 de março.
Nos dois primeiros dias, a comitiva vai ter reuniões de trabalho com técnicos de diversos setores do FNDE envolvidos com o Pnae. Na oportunidade, conhecerá aspectos relacionados à concepção (finalidade, diretrizes, princípios) e à operacionalização do programa (base legal, estrutura regimental, monitoramento e sistemas operacionais). Além disso, vai participar de mesa redonda com representantes dos diversos ministérios envolvidos com a Estratégia Fome Zero, para ter uma noção mais precisa das diversas ações do governo brasileiro no campo do combate à fome e da segurança alimentar.
Estarão na mesa redonda, a ser realizada no Ministério das Relações Exteriores, técnicos dos ministérios do Desenvolvimento Social (MDS), Desenvolvimento Agrário (MDA), Ciência e Tecnologia (MCT), Saúde (MS), além do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A comitiva do Suriname vai viajar a Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, para conhecer escolas envolvidas com o projeto Educando com a horta escolar – um projeto conjunto do FNDE com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU). Também irá ao Espírito Santo, onde visitará escolas regulares, quilombolas e indígenas e áreas de produção agrícola orgânica e familiar.
Projeto piloto – A implantação do Programa de Alimentação Escolar do Suriname ocorrerá, a princípio, com um projeto piloto que será desenvolvido no distrito de Nickéria, localizado no oeste daquele país, perto da fronteira com a República da Guiana. O projeto piloto envolverá 29 escolas regulares e de educação especial, 580 professores e 5.769 alunos.
O distrito de Nickéria é dividido em diversas regiões territoriais, cercadas por diques, o que faz com que as escolas fiquem relativamente distantes umas das outras. A economia local sustentava-se principalmente na produção de arroz, que mantinha a maioria da população. Ao longo dos anos, o setor passou por fases difíceis, o que gerou desemprego e criou um dos principais problemas socioeconômicos da região, resultando numa crise social de grave dimensão, com alto índice de separação e desagregação familiar. A população no distrito é bem diversa: em algumas áreas, há concentração de ameríndios e javaneses; em outras, de indianos. Na capital, a população negra é dominante.
Assessoria de Comunicação Social do FNDE
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