Projeto da Universidade Federal do Cariri leva tecnologia para comunidades carentes
Hortas orgânicas, permacultura, utilização de material reciclado, tecnologia que transforma resíduo orgânico animal em gás de cozinha, tudo isso tem feito a diferença no cotidiano de comunidades carentes de Juazeiro do Norte, no Ceará. Fruto de um projeto desenvolvido por alunos de engenharia civil da Universidade Federal do Cariri, essas ações são o tema do programa Trilhas da Educação, transmitido pela Rádio MEC nesta sexta, 8.
Trata-se do Bio Mais, criado pela ONG Internacional Enactus e que, atualmente, atende duas comunidades e uma escola daquela região. Ingrid Mazza, conselheira da Enactus e professora da Universidade Federal do Cariri, destaca que a meta é criar meios para que as famílias envolvidas no projeto progridam e enfrentem as condições adversas de sobrevivência. “A gente faz um meio de campo para colocar as famílias para venderem nas feiras públicas aqui da região”, exemplifica. ”A ideia é que os alunos saiam da comunidade quando ela já está organizada e consegue seguir sozinha.”
O estudante Jonatas José, de 21 anos, é um dos alunos de engenharia civil que coordenam o projeto junto às comunidades. “O foco é criar um negócio lucrativo junto às comunidades com as quais a gente trabalha”, explica. ”Queremos criar um ciclo sustentável de produção.”
Jonatas chama atenção para a importância da difusão dos conceitos fundamentais da permacultura, sistema de planejamento que visa à criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos, em equilíbrio com a natureza. Os princípios básicos desse sistema são cuidar da terra, cuidar das pessoas e cuidar do futuro, trabalhando a favor da natureza, nunca contra ela.
O estudante cita o biodigestor rural como uma das ações de maior sucesso desenvolvidas nas comunidades locais de Santa Rosa e Sítio Boa. Construído com orientação dos estudantes e apoio dos moradores das comunidades, o biodigestor é ligado diretamente à casa das pessoas. Com o acréscimo de material orgânico, possibilita a produção de gás de cozinha.
O número de interessados em participar do projeto não para de crescer. Segundo o estudante, três outras comunidades da região procuraram a equipe da Universidade Federal do Cariri com o objetivo de firmar novas parcerias. Por conta disso, informa Jonatas, atualmente já se estuda uma forma de expandir o Bio Mais, que atende diretamente 45 pessoas e, indiretamente, 140. Pouco a pouco, vão se formando novos voluntários para levar essa boa ideia adiante.
Assessoria de Comunicação Social