Greve acaba na UnB e movimento perde força
Um dia após o comando nacional de greve divulgar um indicativo de que a paralisação dos professores universitários deve terminar nesta segunda-feira, 19, uma das mais importantes instituições do país resolveu acompanhar a decisão. Os docentes da Universidade de Brasília (UnB) decidiram nesta sexta-feira, 16, que a greve estará encerrada a partir de segunda, depois de 101 dias.
Um novo calendário será definido na próxima semana, quando o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) se reúne. A proposta a ser apresentada pela reitoria é de que as aulas sejam retomadas no dia 3 de janeiro, para que o segundo semestre de 2005 seja encerrado até o final de março. Ainda faltam 70 dias. As datas do primeiro vestibular de 2006 não serão alteradas: 7 e 8 de janeiro.
O secretário executivo do MEC, Jairo Jorge da Silva, chamou de “madura” a decisão. “A proposta feita pelo MEC dialoga com as reivindicações dos docentes das instituições de ensino superior e sempre buscou a valorização dos professores.” O secretário ressaltou a importância do processo de diálogo para o sucesso das negociações. “O ministério sempre apostou no debate democrático com os servidores como forma de solução do problema.”
As propostas do MEC para os professores das universidades estão no projeto de lei aprovado pelo Ministério do Planejamento, que prevê o investimento de R$ 650 milhões a mais na folha de pagamento dos professores, em 2006. Estão previstas também a criação da categoria de professor associado e a concessão de reajuste médio de 9,25% a todos, já a partir de janeiro. Os professores com mestrado, doutorado ou especialização receberão aumento de 50% no valor pago por sua titulação. O projeto prevê, ainda, a continuidade no processo de equiparação da Gratificação de Estímulo à Docência (GED) para ativos e aposentados.
Repórter: Cristiano Bastos