Estudo aborda a temática das migrações entre países lusófonos
Certa época, por conta de dificuldades econômicas que Portugal passava, o Brasil começou a receber uma grande quantidade de imigrantes portugueses. Depois, aconteceu o inverso, e os brasileiros começaram a recorrer a Portugal. Os africanos, no entanto, encontraram portas fechadas na Europa e passaram a ter o Brasil como local de destino. “Isso tem a ver com a relevância que a migração entre Brasil e Portugal tem adquirido nos últimos tempos”, explica Wilson Fusco, demógrafo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), autarquia vinculada ao Ministério da Educação.
Fusco é responsável pelo dossiê Migrações em Países Lusófonos, 33º volume da revista científica produzida pela Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj. A edição traz um dossiê temático sobre os fenômenos de migração entre Portugal, Brasil e alguns países da África, citando autores nacionais e internacionais com experiência no tema. No estudo, Fusco analisa as migrações desde o período colonial, levando em conta tanto as impressões de trabalhos contemporâneos quanto a percepção que os autores da literatura do século XIX tinham sobre a migração. O periódico pode ser acessado on-line e em breve terá versão impressa.
O pesquisador e demógrafo Morvan Moreira, que também trabalhou na elaboração do volume, chama a atenção para um novo segmento: a migração acadêmica para escolas e universidades portuguesas. “É um certo rejuvenescimento do processo migratório. Os brasileiros que buscam hoje Portugal para estudar são tão numerosos, que alguma universidades estão tendo uma fração extremamente expressiva de brasileiros em sala de aula.”
Segundo os autores, esse estudo partiu da necessidade de lançar novos olhares e entender melhor os processos migratórios e suas novas modalidades. O dossiê conta com uma série de estudos originais, com participação de pesquisadores portugueses e um comitê editorial misto de brasileiros e portugueses. “Mostra como as relações da Fundaj com Portugal estão sendo reforçadas e ampliadas”, reforça Morvan.
Além dos dois pesquisadores da casa, o estudo conta com colaboração de três pesquisadores externos à Fundação: Ricardo Ojima, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Jorge Malheiros e João Peixoto, ambos da Universidade de Lisboa (Portugal).
Cadernos de Estudos Sociais é uma publicação semestral da Fundaj destinada a divulgar trabalhos realizados por pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa do Brasil e do exterior. Sua linha editorial busca dar espaço para o debate de temas atuais da sociedade por meio de discussões teórico-metodológicas e de resultados de pesquisas, resenhas e notas de pesquisa.
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Assessoria de Comunicação Social, com informações da Fundaj