Mostra de arte festeja 38 anos do Museu do Homem do Nordeste
Ao reunir arte, artesanato e design nordestinos na exposição Nordeste Mix, o Museu do Homem do Nordeste (Muhne) celebra seus 38 anos. A mostra, que poderá ser visitada na Sala Mauro Mota até 4 de fevereiro de 2018, será inaugurada nesta sexta-feira, 21. O Muhne, localizado na avenida 17 de Agosto, 2187, Casa Forte, no Recife, é vinculado à Fundação Joaquim Nabuco e ao Ministério da Educação.
Com curadoria da antropóloga Ciema Mello e do museólogo Maximiliano Roger, ambos do Muhne, a exposição pretende discutir a representação da região Nordeste por meio de sua cultura material. A identidade visual e expografia são assinadas pelo designer Pedro Henrique de Oliveira.
Dos quadros de José Patrício à arte popular de Nuca da Tracunhém passando por nomes como o do fotógrafo Josias Benício, os pintores Chico da Silva e Bajado, o artista urbano Jota ZerOff, o artesão Mestre Cunha e outros criadores, peças da arte popular e objetos utilitários – como o raspa coco e a cuscuzeira – dividem o mesmo espaço que peças de designers contemporâneos como Sérgio Matos, Pedro Henrique, Eudes Mota. Assim, a Nordeste Mix mescla arte, artesanato e design em um verdadeiro exercício de antropologia da memória que dispensa hierarquias, classificações rígidas e tipologias.
“Nenhum objeto é insignificante e dentro do Museu do Homem do Nordeste objetos aparentemente invisíveis são muito mais importantes do que parecem”, explica a curadora Ciema Mello. “É um museu que tem uma particular afeição pelo homem comum. Não estamos interessados em heróis e sim nas pessoas que estão todos os dias na rua, que pegam ônibus, que entram na fila do supermercado. São elas que criam a diversidade e a originalidade da cultura nordestina.”
“Precisamos levar em conta os acervos contemporâneos que estão surgindo com a expansão do Nordeste”, observa Silvana Araújo, coordenadora geral do Muhne. “Quando tratamos de memória, sobretudo a coletiva, é importante incorporarmos acervos da comunidade, trazê-las para dentro do museu.”
“O museu busca refletir da maneira mais contemporânea possível esse homem do Nordeste que ele carrega no nome e a Nordeste Mix é uma forma de percorrer esse sentimento de retratar a região Nordeste em processo, uma região que está sempre andando, viva, pulsando e não só o Nordeste que está lá atrás, parado, estagnado”, conclui Silvana Araújo. Na ocasião da inauguração, haverá performance surpresa protagonizada por Pedro Henrique de Oliveira e o lançamento do Manifesto Mix Regionalista.
Museu – Fundado em 1979 pelo sociólogo Gilberto Freyre na ocasião dos 30 anos da Fundação Joaquim Nabuco, o Museu do Homem do Nordeste é ligado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj. Um dos mais importantes museus antropológicos do Brasil, é oriundo da fusão de três outros museus: o Museu de Antropologia, do então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, inaugurado em 1958; o Museu de Arte Popular, criado em 1955, pertencente ao Governo do Estado de Pernambuco; e o Museu do Açúcar, originalmente vinculado ao extinto Instituto do Açúcar e do Álcool, cujo acervo foi incorporado à Fundação em 1977.
Hoje, o Museu do Homem do Nordeste reúne um acervo de aproximadamente 15 mil peças de caráter histórico, etnográfico e antropológico, que conduz à compreensão da formação histórico social da região Nordeste, bem como dos modos de vida e aspectos ligados à cultura dos grupos étnico-sociais que compuseram e compõem a atual região Nordeste. Parte desse acervo pode ser visto na exposição de longa duração, que foi renovada em março de 2017. O Museu do Homem do Nordeste constitui-se, hoje, num vasto campo de pesquisa histórico social, étnico cultural e étnico histórico.
Assessoria de Comunicação Social, com informações da Fundaj