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  • Para alunos cegos,  é necessário uma abordagem pedagógica diferenciada que atenda as suas necessidades educacionais especiais. Elaborado pela Comissão Brasileira do Soroban - CBS, este livro traz jogos e brincadeiras que facilitam a construção e apropriação de conceitos básicos, embasando o conhecimento matemático e permitindo a futura utilização do soroban pelos alunos cegos.

    A versão eletrônica desse documento está disponível para download em formato TXT e PDF.

    • A Construção do Conceito de Número e o Pré-Soroban - txt | pdf
  • Luciano Marques, do Portal MEC

    Quatro estudantes de Eletrônica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) criaram um leitor em braille que visa facilitar o dia a dia de deficientes visuais. O chamado Blindl-e: leitor braille de textos será uma das tecnologias apresentadas no maior fórum científico juvenil do mundo, em julho, na Inglaterra.

    O protótipo foi premiado no Brasil por seu ineditismo, baixo custo de produção e importância social. Isso o credenciou para uma das maiores feiras de ciência do mundo, a London International Youth Science Forum (LIYSF), que ocorre de 24 de julho a 7 de agosto. Com esta, serão 61 edições.

    O Blindl-e transforma qualquer texto digital em formato TXT para o padrão braille, com pinos móveis de 2x3 que ficam sob a palma da mão. Um dos destaques do aparelho é o controle de velocidade de leitura em braille. O usuário é quem determina a passagem do texto por meio de um botão, o que facilita o aprendizado daquelas pessoas que apenas recentemente tiveram contato com a linguagem.

    “O leitor é direcionado principalmente às pessoas que se tornaram cegas ao longo da vida”, explica Gabriel Volpini. O jovem de 19 anos desenvolveu o projeto quando cursava o 3º ano do ensino médio no CEFET. “Ao contrário das pessoas que não nasceram cegas, aquelas que tiveram algum problema na visão posteriormente, têm uma dificuldade muito grande com o braille. Percebemos que a eletrônica podia melhorar a vida de quem não consegue ler livros como a gente.”

    Sobre a LIYSF - Fundada em 1959, a feira científica London International Youth Science Forum tem como objetivo dar uma visão mais profunda da ciência e suas aplicações para o benefício de toda a humanidade.

    O evento, realizado anualmente em duas semanas, atrai 500 dos principais jovens cientistas do mundo, com idades entre 16 e 21 anos, de mais de 75 países. O LIYSF é realizado no Imperial College London e no The Royal Geographical Society, com visitas diárias a importantes centros de pesquisa e universidades do Reino Unido, como Oxford e Cambridge Universities.

  • Luta para tornar o ensino mais inclusivo é lembrada no dia 8 de abril, quando é comemorado o Dia Nacional do Sistema Braille



    Larissa Lima, do Portal MEC

    No dia 8 de abril, comemora-se o Dia Nacional do Sistema Braille. É um sistema formado por códigos táteis que possibilitam a leitura e a escrita das pessoas com deficiência visual. O Ministério da Educação (MEC) trabalha todos os dias para tornar o ensino brasileiro mais inclusivo. Uma das principais ações para promover a acessibilidade é o Programa Nacional do Livro Didático Acessível (PNLD/Acessível), que destina livros escritos em braille-tinta para estudantes cegos ou com baixa visão.

    “A partir de 2019, os livros didáticos passaram a ser impressos em braille e letras ampliadas em português. São entregues aos alunos cegos os mesmos livros que o restante dos alunos da classe recebe. Desse modo, tanto as famílias como os professores podem acompanhar o que o estudante que utiliza o braille está lendo”, explicou a secretária de Modalidades Especializadas de Educação, Ilda Peliz. 

    O programa garante que estudantes com deficiência visual matriculados em escolas públicas tenham pleno acesso ao conteúdo. A distribuição dos exemplares é realizada com base nas matrículas informadas pelo Censo Escolar do ano anterior. Os livros acessíveis não são consumíveis, portanto podem ser utilizados por outro estudante no ano seguinte.

    Em 2019, o ministério distribuiu 28.743 livros produzidos em braille-tinta para alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, distribuídos em 362 obras. Pela primeira vez, todos os estudantes cegos dessa etapa receberam este material adaptado.

    Em 2020, o MEC ampliou a oferta e, de maneira inédita, estabeleceu a produção do livro em braille-tinta para os estudantes cegos ou com baixa visão de todas as séries do ensino fundamental. Neste momento, o ministério está trabalhando na avaliação e entrega de 10.776 livros (em 286 obras) para estudantes do sexto ao nono ano.

    Todos os livros seguem orientações da Comissão Brasileira do Braille (CBB), instituída pela Portaria nº 1.372, de 16 julho de 2019. Vinculada à Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), a comissão é responsável pela padronização, aplicação, acompanhamento e atualização do Sistema Braille.

    Celebração – Os códigos do Sistema Braille representam todas as letras do alfabeto, números, símbolos e outros elementos. A celebração tem o objetivo de conscientizar a sociedade da importância das políticas públicas para esse público. O sistema foi criado pelo educador francês Louis Braille, em 1825, e chegou ao Brasil em 1854. 

    A data comemorativa foi escolhida para homenagear José Álvares de Azevedo, o primeiro professor cego do Brasil, que nasceu no dia 8 de abril. O docente carioca foi o responsável pela criação do Instituto Benjamim Constant (IBC), vinculado ao MEC. A instituição trabalha com o objetivo de ensinar  crianças e adolescentes cegos, surdocegos, com baixa visão, e deficiência múltipla. O instituto também é um centro de pesquisas médicas de oftalmologia.

  • O Dia Nacional do Cego é comemorado no Brasil em 13 de dezembro, desde 1961. Criada por decreto pelo então presidente da República, Jânio Quadros, a data tem como objetivo conscientizar a sociedade para questões importantes como preconceito e discriminação, além de reduzir o desconhecimento sobre pessoas com deficiência visual. Segundo dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, 18,6% da população brasileira possui algum tipo de deficiência visual. Desse total, 6,5 milhões apresentam deficiência visual severa, sendo que 506 mil têm perda total da visão (0,3% da população) e 6 milhões, grande dificuldade para enxergar (3,2%).

    Para a diretora de políticas de educação especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Patrícia Neves Raposo, a data é importante não para destacar a pessoa cega ou a cegueira, e sim para levar a sociedade a refletir e conscientizar-se de que as pessoas cegas são cidadãs, participantes da sociedade, em todos os seus setores e espaços, e que os direitos delas devem ser respeitados. "Os indivíduos com deficiência se escolarizam, produzem, são cidadãos capazes e ativos na sociedade", afirma.

    Segundo Alceu Kuhn, representante da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB) e membro da Comissão Brasileira do Braille (CBB), a data reforça que a sociedade perceba que “antes de sermos cegos, somos cidadãos e fazemos parte de toda essa estrutura da sociedade enquanto deficientes visuais, claro que precisamos ter acesso a algumas coisas de forma diferenciada, mas exercemos nosso papel como qualquer outra pessoa comum.”

    A CBB foi criada com o objetivo de atualizar a simbologia braille e sua aplicação no país. E um dos desafios da comissão é que cada vez mais as pessoas cegas tenham acesso a livros didáticos e material de modo geral em braille. "É importante que as pessoas cegas tenham acesso à leitura e à escrita de forma plena. A data serve como um alerta também para esses e outros direitos da pessoa com deficiência visual".

    O Ministério da Educação trabalha em uma série de programas e ações voltados aos cegos. Como exemplo, destaca-se o Programa Escola Acessível, que promove condições de acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos e à comunicação e informação nas escolas públicas de ensino regular. Outro exemplo, o Programa Livro Acessível, oferece, junto com o FNDE, no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), livros em formatos acessíveis, inclusive em braille.

    Mais um avanço para a classe foi o lançamento da Rádio ONCB – O som de todas as vozes. A rádio pode ser ouvida na página da ONCB, e além de transmitir músicas é um espaço que surgiu para trazer informações gerais, orientações e comentários sobre o seguimento, onde os comentaristas também são pessoas com deficiência visual.

    Assessoria de Comunicação Social 



  • O Ministério da Educação acaba de publicar a terceira edição da Grafia Química Braille para Uso no Brasil. Esse material é um importante referencial para alunos, professores, transcritores e revisores do Sistema Braille no país, que também vai subsidiar estudos e elaboração de grafias químicas de países de língua portuguesa e espanhola.

    Segundo Patricia Raposo, diretora de políticas de educação especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, serão distribuídos inicialmente 200 exemplares da Grafia em Braille para os 54 centros de atendimento pedagógico para pessoas com deficiência visual (CAP) e outras entidades em todo o país. Segundo dados do censo da educação básica de 2016, do total de 971.372 alunos da educação especial matriculadas em escolas especializadas e regulares, 76.470 são cegos, surdocegos ou têm baixa visão.

    Uma versão em braille negro – forma de representar o Braille em tinta ­– também está disponível no portal do MEC. Os materiais vão atender alunos e profissionais com visão normal, com baixa visão e cegos. A grafia foi criada em 2002 e é um instrumento muito importante para o aprendizado de química e o acompanhamento da evolução da ciência por pessoas com deficiência visual.

    Para a produção desta nova versão o MEC contou com a colaboração de especialistas em Braille e em química, além da participação da Comissão Brasileira do Braille (CBB), que acompanhou todo o processo de elaboração, e do Instituto Benjamin Constant, instituição vinculada ao MEC e sediada no Rio de Janeiro.

     “A Grafia Química Braille vai atender a educação básica e superior, além de criar a possibilidade de acesso à informação e à construção do conhecimento científico para um número importante de pessoas com deficiência visual no Brasil. Atualmente, a perspectiva do ensino de química é dar às pessoas não somente conhecimentos científicos dos conteúdos, mas formar cidadãos críticos e conscientes”, destaca a diretora.

    Atualização – Em março, a CBB, presidida pelo MEC, se reuniu em Brasília para trabalhar na padronização do sistema braille em todo o país. O objetivo é propor regras que unifiquem o sistema e permitam o uso e entendimento em todas as áreas da educação. 

    A comissão é formada por representantes do Instituto Benjamin Constant (IBC), da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB) e dos Centros de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) de cada região brasileira.  

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Nesta segunda-feira, 17, o Instituto Benjamin Constant (IBC) completa 164 anos de existência. Criada para atender a deficientes visuais, a instituição de ensino, vinculada ao MEC, foi pioneira nesse segmento da educação na América Latina. A solenidade de comemoração foi realizada na sede do IBC, no Rio de Janeiro (RJ).

    Além do atendimento a crianças e adolescentes cegos, surdocegos, com baixa visão e deficiência múltipla, o IBC é também um centro de referência para questões da deficiência visual, pois trabalha com a capacitação de profissionais, fornece assessoria para instituições públicas e privadas nessa área e reabilita pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão.

    Ao longo dos anos, o IBC tornou-se também um centro de pesquisas no campo da oftalmologia. A instituição também auxilia na produção e difusão da pesquisa acadêmica no campo da educação especial. Por meio da Imprensa Braille, edita e imprime livros e revistas, além de contar com um farto acervo eletrônico de publicações científicas.

    Residência – No início do mês de agosto foi firmada uma parceria entre o IBC e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que permitirá o retorno da residência médica ao instituto e a retomada de consultas ambulatoriais e de cirurgias como transplante de córnea, catarata e glaucoma.

    O programa de residência médica do IBC já foi considerado um dos mais respeitados do país por prestar serviços de atendimento médico à população, realizando consultas, exames e cirurgias oftalmológicas.

    Anteriormente à paralisação da residência, eram feitas cerca de 80 mil consultas ambulatoriais e 120 mil cirurgias por ano.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Luciano Marques e Giulliano Fernandes, do Portal MEC

    A Comissão Brasileira de Braille está mantida pelo Ministério da Educação (MEC), conforme trouxe a edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 17 de julho. O colegiado é responsável por acompanhar o sistema Braille, ou seja, verificar a necessidade de atualização, padronização e aplicação do mesmo.

    Por meio da comissão, criada em 1999, o Brasil tornou-se referência da língua portuguesa no sistema Braille. Fazem parte dela representantes do MEC, do Instituto Benjamin Constant (IBC) e da Organização Nacional dos Cegos Brasil (ONBC), além de representas de cada região dos Centros de Apoio Pedagógico à Pessoa com Deficiência Visual (CAP).

    São as atribuições da comissão:

    • propor diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de aplicação;
    • acompanhar e avaliar a aplicação de normas, acordos internacionais, convenções e quaisquer atos normativos referentes ao Sistema Braille;
    • prestar assistência técnica às Secretarias Estaduais, Municipais e distrital de Educação, relativamente ao uso do Sistema Braille;
    • avaliar permanentemente a Simbologia Braille adotada no País, atentando para a necessidade de atualização;
    • manter intercâmbio permanente com comissões de Braille de outros países;
    • recomendar procedimentos que envolvam conteúdos, metodologia e estratégias a serem adotados em cursos para o ensino do Sistema Braille, no nível de extensão, aperfeiçoamento ou especialização;
    • propor critérios e fixar estratégias para implantação de novas Simbologias Braille que alterem ou substituam os códigos em uso no Brasil, prevendo a realização de avaliações sistemáticas com vistas a modificações de procedimentos sempre que necessário;
    • elaborar catálogos, manuais, tabelas e outras publicações que facilitem o processo de ensino e uso do Sistema Braille em todo o território nacional.

    Decreto – Em abril, um decreto do presidente Jair Bolsonaro estabeleceu que conselhos, colegiados, comissões deveriam explicar o seu trabalho e provar sua importância para continuar a existir. A Comissão Brasileira de Braille conseguiu.      

    "Nós mandamos uma justificativa dentro do prazo e as que foram justificadas, não foram extintas. Então, foi publicada agora uma nova portaria que as coloca em vigor”, explicou o secretário de Modalidades Especiais de Educação do MEC, Bernardo Goytacazes. “Todo mundo usa nossa referenciação de Braille: Portugal, Angola, Moçambique. Não teria como acabar com a Comissão de Braille para toda a comunidade de língua portuguesa”.

    Avanços – Entre as maiores conquistas da Comissão Brasileira de Braille está a produção de livros didáticos em braille/tinta. Pela primeira vez na história, estudantes com deficiência visual do 1º ao 5º anos de todo o Brasil receberam os livros da primeira etapa com a nova tecnologia.

    A tecnologia permite uma melhor educação dos deficientes visuais, uma vez que os pais e professores podem acompanhar todo o processo de aprendizado, incluindo os deveres de casa. A comissão revisou o material para que os livros chegassem no mesmo momento que os demais distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

  • Dentro dos sete pontos que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, considera centrais para melhorar a educação brasileira, o sexto ponto trata da educação especial. Para fortalecer as políticas em torno do tema, o MEC criou a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), que possui duas diretorias especiais voltadas ao assunto: a Diretoria de Acessibilidade, Mobilidade, Inclusão e Apoio a Pessoas com Deficiência e a Diretoria de Política de Educação Bilíngue para Surdos.

    “Já fizemos uma série de reuniões com associações, conselhos representativos de pessoas com deficiência e grupos como Federação das Apaes, Pestalozzi, Feneis, entre outros, que foram ouvidos durante o processo de transição do governo”, conta Bernardo de Goytacazes, secretário da Semesp. “Dentro deste contexto, eles apontaram que os surdos não tinham representavidade e estavam há muito tempo abandonados pelas políticas públicas. Juntamos a isso a atenção às pessoas com deficiência visual, física, intelectual e mental e criamos as duas diretorias.”

    Como a última Política Nacional de Educação Especial (PNEE) foi entregue ao CNE, no ano passado, para normalização, não haveria como fazer uma nova neste ano. Dentro dessa dinâmica, não haveria possibilidade de atender imediatamente todas as demandas e necessidades da educação especial de uma vez. “Por isso, pensamos em fazer uma orientação geral e vamos verticalizar em cada uma das áreas, de forma mais pontuada, com seus grupos respectivos de representação juntos e próximos. O primeiro que vamos montar é a Política Nacional de Educação Bilíngue (PNEB), que vai cuidar especificamente da causa dos surdos, porque nós identificamos a falta de quase 20 mil tradutores e intérpretes ou professores formados em libras no Brasil”, explica o secretário.

    Formação – Como as cidades brasileiras ainda não estão prontas para atender as necessidades das comunidades surdas, o MEC lançou em algumas escolas, uma série de eventos e ações com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). “Nós pensamos como o Ines poderia avançar no processo de formação de tradutores e intérpretes de libras. O Ines hoje está com 13 polos e vai chegar ao final do ano com 15 polos de formação, lembrando que o orçamento que estamos trabalhando neste ano foi votado no ano passado. Nossa intenção é chegar no próximo ano a 20 polos e em 2021 a 27 polos de formação, pelo menos um em cada estado. O objetivo é que o Ines possa multiplicar a formação de professores e tradutores intérpretes de libras no Brasil inteiro", destaca Bernardo de Goytacazes.

    De acordo com ele, só a partir da formação de professores ou pessoas habilitadas é possível trabalhar com a educação especial. O Ines formava cerca de 300 professores por ano, mas o objetivo agora é formar até 1500 profissionais. “Atualmente não existe número suficiente de pessoal para ensinar às crianças a língua brasileira de sinais (libras). Quando você tem professores ou tradutores bem formados, que possam transmitir isso em sala de aula, eles vão dar corpo na língua que os surdos precisam de imediato. Primeiro os surdos têm que aprender em libras, para depois aprender o português. Se o professor tem uma boa base de formação, ele avança muito bem. Se a formação do professor não é eficiente, você vai ter um problema dali para frente na formação do indivíduo ao longo do processo", completa.

    Cursos – Por intermédio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), o MEC também pretende utilizar os campi dos institutos federais para expandir o ensino de libras por meio de cursos semipresenciais. “Aí você consegue dar maior capilaridade ao Ines para conseguir chegar onde eles estão”, observa Goytacazes. “Fomos também atrás de universidades que tinham boas práticas neste aspecto e já entramos em contato para que aquelas universidades expandam a formação de libras nas regiões ao redor. Então, além de montar polos do Ines em várias capitais do Brasil, queremos montar várias bases para a formação em letras-libras para tentar diminuir ao máximo essa pendência que temos hoje instalada na educação brasileira”, afirma o secretário da Semesp.

    Acessibilidade – Segundo Bernardo de Goytacazes, as pessoas com deficiência física foram as que conseguiram mais acesso, ou seja, matrículas nas escolas de ensino regular desde os governos passados, mas na política nacional de educação especial do MEC, outras áreas também são contempladas. “A acessibilidade já vem sendo absorvida ao longo dos anos. Quando você tem acessibilidade, porta, corrimão, isso ajuda e favorece as pessoas com deficiência para que possam ter acesso aos espaços escolares. Continuaremos trabalhando para isso. Já a educação de cegos, por exemplo, em que estamos investindo agora, vai contar com todos os livros didáticos em braile e tinta, que nós conseguimos incluir no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), que auxilia o acompanhamento de professores e pais na educação.”

    Outra parceria que o MEC tem para auxiliar na educação especial de cegos é o Instituto Benjamin Constant (IBC), que possui um grande acervo em braile. De acordo com o secretário da Semesp, o órgão estava praticamente abandonado e trabalhando com um orçamento muito reduzido. “Agora o IBC recebeu mais atenção do ministério para desenvolver o ensino de pessoas com deficiência visual. O instituto, inclusive, desenvolve novas práticas e metodologia e no próximo mês inicia cursos técnicos para cegos.”

    No segundo semestre, o MEC deve realizar o 1º Fórum Nacional sobre Autismo, que, segundo o Secretário Bernardo de Goytacazes, pretende dar voz aos pais de crianças com deficiência. “Temos muitos especialistas discutindo o tema, mas precisamos incorporar a experiência dos pais. Queremos ouvir os pais. O que eles têm a dizer? Quais são seus anseios? Não adianta o Estado propor um modelo de educação e excluir os pais do processo. Queremos saber o que eles estão propondo e o que acreditam ser interessante para a educação dos seus filhos. Qual o tipo de escola eles querem para os filhos. Vamos realizar também audiências públicas com indígenas e quilombolas, em todo o país, para saber o que eles precisam em termos de educação para atender suas necessidades", concluiu.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Cerca de 83 mil estudantes com deficiência visual de todo o país serão beneficiados pelas novas normas de redação em braille, que já estão em vigor. As alterações promovidas pelo Ministério da Educação, que constam da terceira edição da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e da terceira edição das Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille, basearam-se, principalmente, no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 e em vigor no Brasil desde 2016, visando a garantia da padronização dos textos produzidos em todo o país.

    Os dois documentos que estabelecem as novas normas estão disponíveis no Portal do MEC e podem ser acessados. O material, apresentado pelo MEC nesta segunda-feira, 17, em Brasília, foi produzido pela Comissão Brasileira do Braille (CBB) em cerca de um ano de trabalho. A prática é indispensável para que todos os estudantes cegos ou com baixa visão possam usufruir dos livros em braille como importante instrumento para o seu desenvolvimento.

    A Grafia Braille para a Língua Portuguesa é um documento normatizador e de consulta, destinado, especialmente, aos usuários do sistema braille, professores, transcritores e revisores. Já a publicação da terceira edição das Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille tem como objetivo a definição e qualificação das diferentes etapas da produção de um livro em braille. O material apresenta informações de grande importância para embasar o trabalho de transcrição realizado pelos profissionais e auxiliar na qualidade da produção de livros em braille.

    “O trabalho apresentado é a soma de muitos esforços para que quase 83 mil alunos possam ter uma educação com maior qualidade dentro de uma padronização que a nova norma técnica está requerendo”, destaca o secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Júlio César Meireles.

    De acordo com o Censo Escolar, foram matriculados 82.630 estudantes com deficiência visual nas redes de ensino, em 2017.

     “A importância desses referenciais em braille se deve à necessidade de padronização do sistema braille adotado no Brasil, o correto uso da simbologia braille e da sua aplicação. O que possibilita, de fato, livros com qualidade para pessoas cegas que utilizam a grafia braille”, enfatiza a diretora de políticas de educação especial do MEC, Patrícia Raposo.

    Tânia Regina Martins Resende, representante da Região Sudeste na Comissão Brasileira do Braille, explica: “Vou dar um exemplo: a hashtag, que todo mundo fala. Hoje temos um símbolo em braille que significa hashtag, que antes não existia. São símbolos que a língua vai produzindo e que o braille precisa ter também. A língua é viva.”

    Ela lembra que, justamente por a língua portuguesa sofrer constantes mudanças, a necessidade de revisão da grafia braille é constante e que, dentro de alguns anos, o trabalho precisará ser retomado.

    Braille – Para ler e escrever, as pessoas cegas dispõem do sistema de pontos em relevo mais utilizado em todo o mundo, que é o sistema braille. Ele foi desenvolvido pelo francês Louis Braille e a versão mais conhecida data de 1837. No Brasil, o sistema braille foi oficialmente adotado em 1854, junto à criação do Imperial Instituto de Meninos Cegos, atualmente Instituto Benjamin Constant.

    Em 1999, o MEC criou a Comissão Brasileira do Braille (CBB), com o papel de adotar uma política de diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braille em todas as modalidades de aplicação. Em 2017, foi concluído o trabalho de atualização da Grafia Química Braille para Uso no Brasil.

    Conheça a Grafia Braille para a Língua Portuguesa - Formato pdf

    Confira as Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille - Formato pdf

    Assessoria de Comunicação Social

  • A Comissão Brasileira de Braille (CBB) se reuniu em Brasília na segunda-feira, 20, e nesta terça-feira, 21, para trabalhar na padronização do sistema Braille em todo o país. O objetivo é propor regras que unifiquem o sistema e permitam o uso e entendimento em todas as áreas da educação. A previsão é que as normas técnicas sejam publicadas ainda este ano.

    “Os deficientes visuais, para aprender, necessitam do Braille, para ter acesso a toda forma de conhecimento”, destacou o ministro da Educação, Mendonça Filho. “Por isso, estamos promovendo a sistematização técnica do uso do Braille, para facilitar o acesso à educação dos cegos e deficientes visuais de todo país.” O ministro ressaltou que, sem acesso a uma linguagem correta, a aprendizagem é prejudicada. Segundo dados do censo da educação básica de 2015, do total de 930.683 pessoas com deficiência matriculadas em escolas especializadas e regulares, 75.433 são cegas ou têm baixa visão.

    A previsão é que seja lançada a atualização da grafia química Braille ainda no primeiro semestre – a norma foi revista pela última vez em 2002. Neste ano, também deve ser atualizada a grafia Braille para a língua portuguesa, bem como as normas técnicas para a produção de textos em Braille. De acordo com a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Ivana de Siqueira, “o Braille tem que ter uma norma técnica oficial para que seja uniforme e que todas as pessoas tenham acesso ao mesmo tipo de informação”.Comissão Brasileira de Braille (CBB) se reúne para debater regras de padronização do sistema Braille nas diversas áreas da educação (Foto: Luís Fortes/MEC)

    Comissão – Esta é a primeira vez que a comissão, criada em 1999, se reúne com os integrantes do mandato 2017-2019. Entre as atribuições do grupo estão elaborar e propor a política nacional para uso, ensino e difusão do sistema Braille em todas as suas modalidades, especialmente, a língua portuguesa, matemática e outras ciências exatas, música e informática; acompanhar e avaliar a aplicação de normas, regulamentações, acordos internacionais, convenções referentes ao sistema; e prestar assistência técnica às secretarias estaduais e municipais de educação, bem como a entidades públicas e privadas.

    A comissão é formada por representantes do Instituto Benjamin Constant (IBC), da Organização Nacional dos Cegos do Brasil (ONCB), do Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) e do Núcleo de Apoio Pedagógico e Produção em Braille (NAPPB).  A presidência é exercida pela secretária Ivana de Siqueira.

    Centros – A comissão também vai atuar no apoio à Secadi nos programas e ações que visem fortalecer a rede composta pelas 54 unidades do CAP e do NAPPB distribuídas em todas as unidades da federação. O CAP e o NAPPB têm a função de apoiar a formação continuada para o atendimento educacional especializado e produzir material didático acessível aos estudantes cegos e com baixa visão. 

    Assessoria de Comunicação Social

     

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