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  • Ao observar alunos que cantarolavam durante as aulas, a professora de matemática Maria Lúcia Faria Barbosa teve a ideia de convencê-los a cantar temas referentes à disciplina. Como tem facilidade para fazer versos, resolveu, em 2010, inserir temas matemáticos em paródias musicais e obteve boa receptividade entre os estudantes.

     

    Com licenciatura plena em matemática e oito anos de magistério, Maria Lúcia leciona na Escola Estadual Prefeito José Maria Pereira, no município de Buritizeiro, no norte de Minas Gerais. Ela atende turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental e presta apoio ao ensino médio. Na época em que passou a adotar paródias musicais, trabalhava também na Escola Estadual do Bairro Cidade Jardim, no vizinho município de Pirapora.

     

    Na primeira paródia, ela adaptou Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, ao conteúdo da regra dos sinais. “Os alunos viviam cantando pelo pátio da escola e até em aulas de outros professores”, afirma. A professora também compôs uma música, Equação, que obteve sucesso ainda maior entre os estudantes. “Eles saiam cantando pelas ruas e em casa. Até os irmãos menores aprenderam a cantar”, revela.

     

    Maria Lúcia criou ainda canções sobre temas como tabuada, porcentagem, raiz quadrada e geometria. Ela usa temas musicais também para descontrair os alunos quando as aulas se tornam cansativas. “A música é como uma injeção de ânimo, composta de alegria e prazer, que abre horizontes e desperta, levando o aluno a fazer as atividades com vontade”, avalia. Com melodias, ela aproveita para ensinar conteúdos mais complexos e de importância no dia a dia. “Eles aprenderam a gostar de matemática. E quando gostam de um conteúdo, se esforçam para aprender”, destaca.

     

    De acordo com a professora, os estudantes ficaram mais prestativos e entusiasmados e fazem as atividades sem precisar de cobranças. “Descobriram a arte de aprender matemática com alegria e prazer. Assim, ficam felizes, e eu, mais ainda”, salienta.

     

    Os alunos que mais davam trabalho foram os primeiros a decorar as músicas e até a inventar passos de dança para acompanhar as melodias. “Com isso, têm passado de piores para os melhores no aprendizado”, acrescenta Maria Lúcia. Alguns até inventam as próprias músicas e paródias. A professora já lançou dois livros de poesias, o que tem servido de motivação para os estudantes também criarem seus versos.


    Entusiasmo — Para a diretora da escola, Sônia Queiroz Marques, a iniciativa de Maria Lúcia resultou em aumento no percentual de alunos que gostam de matemática e na melhora nas notas. “A aula da professora é prazerosa e envolvente”, destaca. “Por meio da música, ela tem entusiasmado os alunos, levando-os ao enriquecimento do aprendizado.”

     

    Sônia tem licenciatura plena em geografia, com pós-graduação em metodologia do ensino de geografia. Há 25 anos no magistério, ela atua há cinco na direção da escola.


    Fátima Schenini

     

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  • Há 12 anos, a prefeitura de Barra Mansa adotou o projeto de música nas escolas, que hoje atende 22 mil estudantes em 72 unidades de ensino (foto: bandabm.blogspot.com)O município de Barra Mansa (RJ) é hoje conhecido no cenário musical brasileiro por ter uma das mais conceituadas orquestras sinfônicas do país. Além disso, grupos, bandas e corais da cidade participam de diversas apresentações e campeonatos, tanto nacionais quanto internacionais, e ganham prêmios com frequência. Isso porque, há 12 anos, a prefeitura decidiu investir em um projeto de música nas escolas, que atualmente atende a 22 mil estudantes em 72 unidades de ensino municipais e cinco estaduais.

    O projeto foi concebido por Vantoil de Souza Júnior, maestro da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa. Em 2003, o regente percebeu que educação e cultura eram dissociadas na cidade. Decidiu então ajudar a mudar esse quadro. Com a experiência de ter atuado como controlador municipal, ele analisou o orçamento da educação e propôs uma melhor utilização dos recursos, de modo a destinar uma parte ao programa de formação musical nas escolas.

    Vantoil lembra que os recursos iniciais do projeto, naquele ano, foram de R$ 70 mil, para compra de equipamentos e capacitação de professores em duas escolas, com 300 alunos. Hoje, o orçamento do programa está em R$ 7 milhões, incluídos patrocínio e parceria de diversas empresas, órgãos e entidades. O atendimento é de 100% da rede municipal, que abrange educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos. A maior parte das escolas (87%) está localizada na periferia da cidade. Localizada no Sul Fluminense, Barra Mansa tem 177,8 mil habitantes, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE.

    Carreira — As crianças e jovens atendidos pelo projeto acabam seguindo carreira na música após completar a educação básica. Vários deles, segundo Vantoil, fazem graduação e pós-graduação na área. Outros tornam-se profissionais dos grupos da cidade e de fora. “Sei que não vou ter 22 mil músicos, mas certamente terei 22 mil pessoas educadas, atentas, concentradas e disciplinadas, em boa parte por causa da música”, afirma.

    O regente considera a experiência bem-sucedida, em especial por ter reduzido a ociosidade dos estudantes de baixa renda. “Conseguimos diminuir a delinquência infanto-juvenil, melhorar o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) das nossas escolas, dar visibilidade ao município no cenário musical, aumentar o turismo e gerar renda”, afirma.

    O caso de Barra Mansa será apresentado no 1º Congresso Internacional de Gestão da Inovação no Setor Público (Cigisp), de 15 a 17 de abril, em Brasília. O evento tem por objetivo compartilhar experiências práticas de sucesso relacionadas à educação e à administração pública. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas na páginado Cigisp na internet.

    Letícia Tancredi

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  • No município catarinense de Cocal do Sul, eventos promovidos pelas escolas em épocas de festas juninas e na Semana do Folclore, em agosto, são aguardados com ansiedade pela comunidade. “As crianças gostam das festividades e levam os pais a participar”, analisa o professor Rodrigo Cardoso, que leciona em três escolas do município.

    “O que mais chama a atenção é o envolvimento dos alunos nesses eventos culturais”, diz Cardoso. “Notamos o orgulho de cada um nas apresentações e nos ensaios.”

    Professor de artes no Colégio Cocal e de musicalização nas escolas municipais de ensino fundamental Cristo Rei e Demétrio Bettiol, Rodrigo trabalha com diversos temas, mas aquele que mais o emociona é o Boi de Mamão, manifestação folclórica típica de Santa Catarina, que envolve dança e canto. Ele coordena um grupo na escola Demétrio Bettiol. Além de cuidar da parte musical, ajuda na confecção dos personagens.

    Toda a escola, porém, é mobilizada a ajudar na parte de figurinos e manutenção. Os estudantes participam da cantoria, tocam instrumentos, pintam os animais e ajudam na costura, colagem e acabamentos.

    Para as apresentações, têm prioridade os alunos das turmas do nono ano. “Há mais facilidade, se houver necessidade de participação em turno diferente”, explica.

    O grupo é convidado, com frequência, a fazer apresentações em outras escolas e instituições e já se apresentou em municípios vizinhos. Em 2013, foi produzido um vídeo sobre o trabalho.

    Rodrigo atua no magistério há 14 anos. Nas aulas, ele procura sempre estimular a troca de experiências com os alunos. “Eu os incentivo a trazer os instrumentos musicais que tocam e trago os meus”, diz. “Confeccionamos instrumentos e aprendemos cantorias.”

    O professor também usa recursos de vídeo e de áudio. “Não uso músicas que contenham conteúdo inapropriado ou façam algum tipo de apologia nociva à saúde mental e física dos alunos”, enfatiza Rodrigo, que tem graduação em artes e pós-graduação em metodologia do ensino da música.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEF Demétrio Bettiol

  • A horta da escola rural do DF, bem cuidada, serve de aprendizado para as aulas regulares e atividades do período integral, além de complementar a merenda (foto: Isabelle Araújo/MEC)A jornada diária das 46 crianças começa cedo, às 7h30, com o café da manhã na escola. De segunda a sexta-feira, elas têm uma rotina escolar puxada de oito horas e meia de atividades, mas não reclamam e querem mais. Situada numa comunidade rural cercada pelo verde das lavouras, a cerca de 60 quilômetros de Brasília, a Escola-Classe Cariru adota desde 2009 a educação em tempo integral.

    Apesar das plantações ao redor, a diretora Edilene Ferreira de Oliveira explica que as mudanças no aprendizado das crianças e as notas melhores nas provas começaram com o reforço nutricional. “Nossos alunos são filhos de boias-frias e de caseiros que trabalham para os donos das terras e não têm tanta fartura de alimentos em casa”, conta. “Eles gostam da comida da escola e se alimentam bem.”

    Além do café da manhã e do almoço, todos lancham antes de voltar para casa. O alunado é formado por crianças da própria comunidade do Cariru e por outras que moram mais distante, no lugarejo chamado Café sem Troco, a 11 quilômetros da escola. No total, a unidade de ensino tem, matriculados, 128 alunos, da pré-escola ao quinto ano. Como não há espaço para oferecer a jornada ampliada a todos, tiveram prioridade na seleção as turmas da pré-escola, primeiro e quinto anos. “Uns porque estão começando a rotina de estudos e precisam mais de acompanhamento e adaptação”, explica a diretora. “As crianças do quinto ano porque vão deixar a escola; o integral é uma oportunidade de seguirem mais preparados para a próxima fase educacional.”

    Às 14h de uma quarta-feira, a turminha dos menores escovava os dentes e se preparava para visitar a horta e o pomar, atrás da escola, enquanto os maiores, na quadra de esportes, alongavam os músculos antes de começar a correr entre cones enfileirados. “Há um ano, eu faço essa corrida. É divertido, bom para a saúde, e estou correndo cada vez mais rápido”, explica Tiago Souza, aluno do quinto ano, na timidez de seus 12 anos.

    Horta — Na horta escolar, o trabalhador rural aposentado Jovelino Oliveira, 61 anos, cuida das plantas e presta atenção nas explicações dos professores. “Eu já sei que tomate não é verdura”, conta e ri, antes de voltar a revolver a terra. Quando a criançada sai de férias, ele garante a vida nos canteiros de cenoura, abóbora, batata-doce, chuchu, repolho, quiabo e hortaliças variadas. Tudo cultivado sem agrotóxico. “Já comi banana daqui”, diz uma menininha de cinco anos, antes de se afastar com a turma. Além das verduras, Jovelino plantou um pomar, e as primeiras frutas já se exibem.

    A horta, bem cuidada pelo antigo vaqueiro, serve de aprendizado para as aulas regulares e atividades do período integral, além de complementar a merenda. O professor Maicon Derlan, coordenador da educação integral da escola, explica que dois projetos pedagógicos sobre alimentação saudável a partir da horta foram premiados, em 2014, na feira de ciências realizada pela Secretaria de Educação, responsável pela Escola-Classe do Cariru. “As crianças fizeram um bolo de alface para a feira de ciências e ofereciam pedaços aos visitantes que ouviam as explicações”, diz o professor.

    A partir da horta, os alunos aprenderam também sobre sustentabilidade ambiental. A água da chuva que escorre do telhado da escola foi canalizada e armazenada em uma caixa d’água para ser usada na época de seca. Assim, a horta não sofre com a estiagem.

    A escola-classe Cariru oferece jornada ampliada a estudantes de turmas da pré-escola, do primeiro e do quinto anos do ensino fundamental (foto: Isabelle Araújo/MEC)Além da horta e do atletismo, os alunos têm atividades de acompanhamento escolar em matemática e português e contam com ajuda para fazer as tarefas de casa e atividades de lazer, com aulas de musicalização e tênis de mesa.

    Música — O professor Marcos Arcanjo, do quinto ano, cantor e compositor, complementa o projeto de canto coral das aulas regulares com iniciação musical. “As atividades de musicalização ajudam na concentração e instigam a inteligência emocional”, afirma. “A minha ideia é que os alunos saibam, a partir de uma partitura, cantar o som da nota, ou seja, aprendam a solfejar e, depois, a cantar no som da melodia.”

    Após seis anos de experiência com a jornada ampliada, a diretora Edilene de Oliveira, que acompanhou toda a transformação na escola, desde o início, não tem dúvidas dos ganhos para o ensino e a aprendizagem. “Esse tempo a mais significou notas melhores e melhor domínio da leitura e diminuição da reprovação, além de a escola ter passado a fazer parte das coisas que a criança gosta”, constata.

    Rovênia Amorim

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  • Música, artes visuais, dança e teatro fazem parte do currículo da educação básica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) foi alterada no ano passado. Os sistemas de ensino têm cinco anos para promover a formação de professores e implantar esses componentes curriculares nos ensinos infantil, fundamental e médio de todo o país.

    “Assim como a literatura, assim como a matemática, assim como a história, a música ajuda o indivíduo no seu aspecto de conhecimento, de desenvolvimento, de concentração, de cognição”, afirma o maestro Cláudio Cohen, da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, de Brasília. Ele foi o entrevistado desta semana no programa Educação no Ar, produzido pela TV MEC e transmitido semanalmente pela TV NBR.

    A música faz com que você tenha um desenvolvimento de uma outra área do cérebro, não desenvolvida pelas matérias tradicionais, explica o maestro. De acordo com ele, independentemente de o estudante vir a se tornar um músico, “esse conhecimento agrega muito valor ao seu desenvolvimento cerebral”. Para Cohen, o foco e a concentração exigidos para a prática musical são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo do aluno, assim como as demais disciplinas. Além disso, ele acredita que a música também cumpre um papel importante na formação cidadã e no envolvimento social desse estudante.

    “A música, já no início da civilização humana, nas tribos, nas guerras, está sempre presente, no sentido de formar uma visão crítica. Está sempre associada com uma manifestação sociocultural. E também é um elemento de muita informação, de tradições. Tudo isso eleva a cidadania e faz tornar o indivíduo mais pensante, mais crítico”, pontua.

    Brasiliense e violinista de formação, Cláudio Cohen participa de forma ativa no cenário musical brasileiro e também no exterior – seja como maestro, solista, camerista ou como artista convidado dos principais festivais de música e orquestras. Ele é membro fundador da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, de Brasília, onde atuou por muitos anos como primeiro violino.

    Escolas - A orquestra sinfônica também realiza projetos educacionais com alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal, como o concerto didático. O objetivo é chegar ao público jovem de forma não convencional.

    “Nesse concerto didático nós mostramos como funciona uma orquestra, cada instrumento. Os alunos têm a oportunidade de ouvir cada um deles – desde o violino à tuba, harpa, flauta, clarineta, fagote. Eles têm a oportunidade de interagir com a orquestra e, em alguns momentos, eu coloco alguns alunos dentro da orquestra”, conta o maestro.

    Esse projeto tem sido, para grande parte dos alunos, a primeira oportunidade de crianças e jovens assistirem a uma sinfônica. De acordo com o regente, mais de 5 mil estudantes já foram beneficiados com a oportunidade.

    “O que a gente vê com isso é que a música tem um impacto muito forte na vida das pessoas. Obviamente, a tentamos colocar nesse primeiro contato temas mais conhecidos, como os de sinfonias, alguns temas de cinema e até, eventualmente, alguma música popular para mostrar também que a orquestra é muito versátil”, conclui.

    Acompanhe a programação de concertos já disponível.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Mais de 1,5 mil professores licenciados em artes cênicas, artes visuais e música concorrem a 161 vagas no primeiro curso de mestrado profissional em artes (ProfArtes). Um conjunto de 11 instituições de educação superior públicas, federais e estaduais, faz parte dessa edição do projeto, com destaque para a região Nordeste, que abre 64 vagas. A cinco regiões do país estão contempladas.

    O coordenador do ProfArtes, André Carreira, professor do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), explica que a grande procura dos educadores mostra o quanto eles pretendem aprimorar os conhecimentos. A proposta da pós-graduação, segundo Carreira, é instalar entre os docentes a prática da pesquisa e da renovação constante. “O professor que pesquisa dá melhores aulas”, avalia.

    O mestrado profissional em artes, conforme o Edital nº 6/2014, é um curso semipresencial, oferecido por instituições que aderiram ao sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). O concluinte recebe o título de mestre em artes. O candidato deve ser educador, com graduação em artes cênicas, artes visuais ou música, estar no exercício da profissão e lecionar a disciplina objeto do mestrado em rede pública de educação básica ou instituição cultural.

    O curso tem 420 horas, ministradas durante dois anos. São cinco disciplinas obrigatórias, duas optativas e um trabalho de conclusão sobre prática de ensino a ser desenvolvido na escola onde o professor trabalha.

    A tabela mostra a distribuição das 161 vagas entre as 11 universidades:



    Provas— A seleção do ProfArtes compreende duas provas, ambas classificatórias e eliminatórias. A prova escrita foi realizada em 7 de junho último.  Os aprovados farão exame de arguição no período de 21 a 25 próximo, na instituição de educação superior na qual pretendem fazer o curso. O resultado final será divulgado no dia 30. As aulas começam em agosto.

    O curso, de acordo com Carreira, terá edições anuais, com lançamento de editais até que todos os educadores da área sejam atendidos. Em agosto, será aberto processo de adesão das universidades para a oferta da segunda turma do mestrado. André Carreira é licenciado em artes pela Universidade de Brasília (UnB) e doutor em teatro pela Universidade de Buenos Aires, Argentina.

    Formação— O ProfArtes é o quarto curso que entra em execução dos seis mestrados profissionais aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os anteriores são matemática (Profmat), letras (ProfLetras) e física (ProFis). História (ProfHistória), sob a coordenação da Universidade do Estado do Rio e Janeiro (UERJ), e administração pública (ProfiAP), coordenado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais e Ensino Superior (Andifes), estão autorizados a abrir processos seletivos.

    Mais informações e o edital estão disponíveis na página do ProfArtes na internet.

    Ionice Lorenzoni

  • Durante as aulas, os estudantes têm contato com diversos instrumentos, como o saxofone soprano (foto: arquivo da Escola Deputado Caio Prado Júnior)Um projeto criado para que os estudantes se interessem pela música e percebam as diferentes linguagens usadas na produção das obras musicais movimenta as aulas do primeiro ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Deputado Caio Prado Júnior, em Barueri (SP). A iniciativa, da professora Ana Lúcia Pereira Lima, surgiu para estimular os alunos, que não demonstravam interesse em participar das diferentes atividades oferecidas.

    “Estudos já comprovaram que a música desenvolve a inteligência, contribui para a organização e o desenvolvimento da criança”, diz a professora. “Sabendo disso, não podemos descartar nenhuma possibilidade de obter sucesso com nossos educandos.”

    Formada em pedagogia, Ana Lúcia atua no magistério há 19 anos, 11 dos quais com alunos da educação infantil. Segundo ela, as crianças ficaram entusiasmadas com o projeto, que recebeu o nome de Musicalizando e Aprendendo. Dividida em três etapas, a proposta da professora apresenta, em primeiro lugar, a música com sons da natureza, como os da chuva, do vento e dos animais. Depois, vem a apresentação do primeiro instrumento inventado pelo homem — a flauta. No terceiro momento, as crianças são estimuladas a estabelecer a relação da música com as diferentes linguagens envolvidas — de textos, visual e instrumental — e a perceber que a música não ocorre num único momento nem apenas com uma única pessoa.

    Durante a realização do projeto, Ana Lúcia leva diversos instrumentos para os estudantes conhecerem. Sempre que possível, convida músicos para tocar na sala de aula. “A música é um despertar para aprender a aprender”, diz a professora.

    Além de conversarem informalmente sobre as atividades realizadas, os estudantes registram ideias e sentimentos de várias formas, bem como as experiências vivenciadas, por meio de ilustrações, lista coletiva ou escrita espontânea. Surge assim o portfólio dos alunos.

    Linguagens — Ana Lúcia considera fundamental usar diferentes linguagens para despertar o interesse do aluno em aprender e, assim, alcançar o maior número possível de crianças. “Sabemos que os educandos têm diferentes maneiras de aprender; não podemos nos limitar a uma única forma, pois assim estaríamos prejudicando uma parcela dos aprendizes”, analisa.

    Todos os alunos da classe participam das atividades propostas, seja a gravação de canções ou a execução de dramatizações e coreografias. “Enfatizando o que eles já desenvolveram no projeto, com músicas do universo infantil, valorizando suas produções, pretendo mostrar a importância da escrita e da poesia na produção musical”, revela a educadora. Ela ressalta que todo o trabalho ocorre atrelado ao processo de alfabetização. No fim do projeto, os alunos recebem cópia de todas as atividades das quais participam ao longo do ano, com as dramatizações, coreografias e músicas executadas por eles, além do portfólio.

    O projeto de Ana Lúcia, que concorre ao prêmio Professor Giz de Ouro, da prefeitura de Barueri, surgiu por iniciativa da própria professora, mas conta com o apoio da instituição de ensino. “Procuramos, enquanto gestão, motivar os professores a buscar estratégias diferenciadas de ensino, para que a aprendizagem ocorra de forma prazerosa e eficaz”, salienta a diretora, Fátima da Conceição Manso. Para ela, o trabalho de Ana Lúcia condiz com a proposta pedagógica da escola, pois estimula práticas inovadoras por parte dos professores.

    Fátima Schenini


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  • Com os projetos do centro de artes da Ufam, desenvolvidos por alunos, sob a supervisão de coordenadores, são produzidos espetáculos, apresentações e exposições, dentro e fora do campus universitário (foto: arquivo Caua/Ufam)Promover o resgate da cultura amazonense e, ao mesmo tempo, estimular novas formas artísticas tem sido o trabalho do Centro de Artes Hahnemann Bacelar (Caua) há mais de duas décadas. Ligado diretamente à reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o centro oferece a toda a comunidade cursos gratuitos de violão, flauta, piano, violino, técnica vocal e desenho, dentre outros.

    Além do regaste da cultura popular local, as atividades do Caua incluem a socialização, a concentração e a coordenação motora dos alunos. Há dois anos em Manaus, a pernambucana Ana Tereza Albuquerque, 41 anos, seguiu a indicação de um professor do ensino regular e matriculou as duas filhas no centro. “Assim que cheguei a Manaus, fui procurar aulas de música para ampliar o convívio social das minhas filhas, mas achei tudo muito caro e, com duas filhas, o gasto é em dobro”, afirma a dona de casa. “No Caua, além da excelente interação dos alunos com os professores, tive minhas necessidades atendidas.”

    Andreza, 11 anos, participa dos cursos de violino e pintura; Aline, 8, de coral e flauta. De mudança para Brasília, a família pretende continuar usando os serviços oferecidos gratuitamente pelas universidades federais. “Temos de valorizar esses serviços gratuitos, pois eles dão retorno”, diz Ana Tereza.

    Para melhorar as aulas de orientação religiosa no Colégio Santa Dorotéia, em Manaus, Liliane de Araújo, 23, matriculou-se no curso de violão. “É um privilégio estudar no Caua. Agarrei essa oportunidade com todas as forças”, diz. “As aulas têm ajudado tanto na minha vida profissional quanto na pessoal.”

    Hoje, ela faz parte da Orquestra de Violões de Mulheres, um projeto da Banda do Caua. Formada só por mulheres, a orquestra faz uma releitura das canções do maestro Adelson Santos e do cantor e compositor Chico da Silva, ambos amazonenses.

    Reestruturação — O Caua vem ampliando a oferta de cursos gratuitos à sociedade para estimular o modo artístico de pensar e fazer. Em 2015, participaram das atividades cerca de mil pessoas. Para este ano, a expectativa é dobrar esse número.

    À frente da instituição desde abril do ano passado, o professor Paulo Simonetti comemora a reestruturação das atividades. “Com os novos projetos, os formandos têm a real experiência na profissão que escolheram”, diz. “E a sociedade ganha mais opções de arte, cultura e lazer.”

    Além dos tradicionais cursos livres, com duração de dois anos, foram criadas 30 oficinas e 14 projetos de extensão. Ofertadas a todas as idades e com um formato mais dinâmico, as oficinas, com duração de 20 horas de aula, oferecem técnicas de pintura, mosaico, escultura em argila e mímica em intervenção artística.

    Os projetos são desenvolvidos por alunos dos cursos livres. Sob a supervisão dos coordenadores, são produzidos espetáculos, apresentações e exposições dentro e fora do campus universitário. Outras atividades gratuitas, como atendimento psicológico, jurídico e odontológico estão disponíveis. Mais informações na página da Universidade Federal do Amazonas na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • O programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC, que vai ao ar nesta sexta-feira, 26, vai contar como o amor à música reuniu alunos de mais de 60 escolas públicas de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de formar uma orquestra dentro de um colégio estadual da cidade, a professora de música Lys Ferreira deu mais um passo e partiu para o ensino da música na rede municipal de ensino.

    Quatro anos depois, o projeto deu origem à Orquestra Estudantil Municipal, criada pela Secretaria de Educação e Desporto de Pelotas, em 2018. “A princípio, formamos turmas que somam, em todos os instrumentos, 100 alunos que estão tendo aula do projeto e 40 que participam da orquestra. Tem violino, viola, violão, violoncelo, piano, teclado, violão, trompete, clarinete, flauta e percussão”, conta a professora.

    Desde o ano passado, o número de interessados não parou de crescer: o projeto recebeu 150 inscrições em 2019. Para a adesão, os estudantes passaram por uma seletiva. Com todas as vagas preenchidas, os selecionados que acabaram não sendo chamados foram para uma lista de espera.

    Espaço – No dia a dia, para atender aos alunos, a professora organizou um cronograma de ensino. As aulas e os ensaios também ganharam um espaço maior, a sala de música da antiga Estação Férrea de Pelotas. O ambiente foi cedido pela administração municipal, uma das parceiras da orquestra.

    Nas segundas-feiras, os estudantes têm encontros com o ensaio da orquestra, e no decorrer da semana, quarta e sexta, os alunos são atendidos em turmas. “Não são aulas individuais, é um ensino coletivo do instrumento”, explica Lys Ferreira. “As aulas são de uma hora, uma hora e meia, dependendo do tamanho da turma, e o ensaio é de duas horas e meia de duração”, completa.

    Para a professora, as aulas de música e a participação na orquestra são benéficas para o desempenho escolar dos alunos, mas não somente para isso. Ela observa que, além das lições em sala, os laços criados entre eles, a partir da convivência em grupo, são os grandes valores aprendidos.

    “Esse exercício do convívio acaba sendo prazeroso. Os estudantes aprendem muito sobre diferenças, sobre tolerância, sobre entender o próximo. São coisas que a música facilita pela alegria que ela nos traz”, acredita.

    Gabriel Ávila, de 14 anos, é aluno da 9ª série do ensino fundamental e entrou na orquestra, no ano passado. “Decidi entrar [na orquestra] porque eu já tocava violão sozinho. Nunca tive professor e violino. Queria aprender, tinha vontade de participar de uma orquestra, então, entrei para ver como era”, conta o estudante.

    A Orquestra Estudantil Municipal de Pelotas já fez várias apresentações em escolas e festivais de música. Para Gabriel, a mais marcante foi a que ocorreu no 9° Festival Internacional Sesc de Música, em janeiro deste ano. “Já tinha me apresentado em outros lugares, mas acho que a maior apresentação que a gente tinha feito foi lá. Então, foi bem legal, bem interessante, bem diferente”, relata Gabriel.

    O repertório do grupo é bem variado, assim como o público. “Tem todo tipo de música. Tem concerto, mas a gente toca para a ‘gurizada’ da idade deles”, destaca a professora.

    Os instrumentos utilizados pelo grupo foram doados pela prefeitura da cidade. O projeto conta ainda com ajuda da comunidade para gastos pontuais como troca de cordas para os materiais e de cabos eletrônicos. Demais parcerias, como o Projeto AfinaSul, do Conservatório de Música, e do Programa de Extensão em Percussão – ambos da Universidade Federal de Pelotas –, também têm sido fundamentais para o andamento do trabalho com os estudantes.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A prática de atividades esportivas, como a capoeira, é uma das opções oferecidas pelo programa Escola Aberta às comunidades nos fins de semana (foto: arquivo Setec)Um público de aproximadamente 400 mil pessoas, formado por crianças, adolescentes, jovens, pais e educadores, frequenta os pátios, as áreas de lazer e as salas de aula de 2.283 escolas públicas nessas férias de verão. Nas escolas de suas comunidades, eles participam de atividades esportivas, culturais e pedagógicas oferecidas pelo programa Escola Aberta aos sábados e domingos.

    Presente em 194 municípios das 27 unidades da Federação, o Escola Aberta é um programa do Ministério da Educação desenvolvido em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e universidades públicas. De acordo com o coordenador de ações educacionais complementares da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, Leandro Fialho, o programa é um espaço de diálogo da escola com a comunidade.

    As atividades e oficinas dos fins de semana são oferecidas nas áreas de esporte e lazer, formação para o trabalho, cultura e arte e acompanhamento pedagógico (educação complementar). Oficinas sobre padaria, artesanato, cabeleireiro e maquiagem são as que mais interessam aos adultos, segundo Fialho. Os estudantes optam por esportes, lazer, arte e música.

    Hoje, cada escola recebe do MEC entre R$ 18 mil e R$ 25 mil, em cota única, para custear as atividades durante os 12 meses do ano. Os recursos são empregados no pagamento dos monitores, que atendem estudantes e comunidade, e na aquisição de material para as oficinas.

    Em cinco anos, o programa ampliou a abrangência no país. Em 2006, alcançava 89 municípios e 1.312 escolas; hoje, está em 194 cidades e em 2.283 unidades de ensino. Os recursos, repassados pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) diretamente à caixa escolar, também evoluíram no período. Em 2006, foram R$ 23,9 milhões; em 2010, R$ 43,9 milhões.

    Um dos resultados positivos do programa é a redução da violência em comunidades de alto risco social para crianças, adolescentes, jovens e mulheres. “A escola ganha importância porque ela é o único equipamento social de muitas comunidades”, explica Leandro Fialho.

    Os estados que registram maior participação no programa são Pernambuco, com 200 escolas da rede estadual — em Recife, são 112 escolas da rede municipal —, e Rio de Janeiro, com 76 escolas estaduais e 30 vinculadas a municípios. No Rio Grande do Sul e no Pará, as secretariais estaduais de educação inovaram ao ampliar o alcance do programa com a aplicação de recursos próprios.

    Fortalecimento

    Em seminário realizado este mês, em Brasília, com interlocutores estaduais do programa e representantes de universidades públicas, Unesco e MEC, foi apontada uma série de itens capazes favorecer o fortalecimento do programa. Entre eles, a transformação do Escola Aberta em política pública, a qualificação da formação dos monitores, a certificação dos cursos ministrados nas oficinas e a ampliação do número de parceiros.

    Nos moldes de hoje, com recursos repassados pelo MEC, o Escola Aberta é resultado da unificação de dois programas desenvolvidos pela Unesco no início de década, no Brasil — o Escola de Portas Abertas, experiência desenvolvida com escolas da Região Sul, e o Abrindo Espaços, em instituições de ensino do Nordeste.

    Ionice Lorenzoni
  • Lançada em agosto de 2019, iniciativa produz material próprio para o público-alvo na UnB

    Promover acessibilidade para os estudantes. Eis a razão de ser da Coordenação de Apoio às Pessoas com Deficiência da Universidade de Brasília (PPNE-UnB). Em agosto de 2019, a unidade recebeu um pedido mais que especial de uma aluna: adaptar partituras musicais para o braile. Dessa solicitação, nasceu o projeto Musicografia Braille.

    A iniciativa tem o objetivo de diminuir a desistência de alunos por conta da falta de acessibilidade nas instituições. Carolina Lima, a estudante que solicitou as partituras em braile, precisava recorrer a lugares fora da UnB para ter acesso a todos os materiais adaptados do curso. Isso mudou a partir da conversa com a Coordenação que resultou no projeto.

    “Essa estudante [Carolina] precisa de uma série de adaptações no formato dos materiais acadêmicos, principalmente em áudio para textos e no caso das partituras em formato braile, utilizando uma codificação específica no caso do braile, que é a musicografia braile”, explicou Thaís Imperatori, coordenadora da PPNE.

    O projeto tem parcerias com o Departamento de Música e com o Laboratório de Apoio ao Deficiente Visual da Faculdade de Educação e da Escola de Música de Brasília. Isso porque o Musicografia Braille foi realizado a partir dos materiais utilizados por Carolina. A lista inclui canto coral, regência e disciplina de flauta. 

    Desde agosto, começou a produção de material próprio do curso. Foram desenvolvidos uma apostila de coral com dez partituras de canto, cinco cânones — composição de duas ou mais vozes entoando uma mesma melodia —, três partituras de piano, material e gráficos de matrizes para regência.

    Outras instituições já possuem pesquisas nessa área, como é o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mas a Musicografia em Braille é o primeiro projeto com o objetivo da acessibilidade de partituras em braile na UnB. A iniciativa já gerou frutos fora da Universidade.

    “Temos recebido um retorno positivo principalmente com jovens com deficiência interessados em dar continuidade nos seus estudos na educação superior e que tem visto a carreira da música como uma das possibilidades”, disse Thaís Imperatori. “Um dos pressupostos do projeto é entender que a acessibilidade precisa estar presente tanto nas condições de ingresso desse estudante — na realização do Enem, do vestibular —, quanto na garantia de permanência do estudante no seu curso”, completou.

    O projeto contou, no semestre passado, com seis alunos bolsistas, dois voluntários e uma revisora de braile. Para o início do semestre 1º/2020, um edital está aberto com vagas para dez estudantes pelo período de um ano. Para participar é preciso ter conhecimento em teoria musical e noções de acessibilidade. O material adaptado está disponível para quem se interessar: basta solicitar na Coordenação de Apoio às Pessoas com Deficiência da UnB.

    Saiba mais – O projeto de adaptação de partituras para o braile desenvolvido na UnB é o tema da edição desta sexta-feira, 10 de janeiro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Estudantes que participam do projeto Fazendo Arte, desenvolvido em escolas públicas de Tremembé, aprendem musicalização e prática de instrumentos e sonham em tocar numa orquestra (foto: junjiabe blogspot com)As aulas são gratuitas e ocorrem duas vezes por semana, durante uma hora, em prédio próprio. Pode participar qualquer aluno a partir do primeiro ano do ensino fundamental, matriculado em escolas públicas municipais de Tremembé, município paulista de 50 mil habitantes, a 150 quilômetros da capital. “No início do ano, a procura é grande, mas os que ficam mesmo são os que se identificam com a arte e querem seguir carreira artística. Temos descoberto talentos”, explica a gestora do projeto Fazendo Arte, Conceição Fenille Molinaro, professora de artes plásticas e cênicas formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    Nascido há nove anos, o projeto hoje oferece aulas de diferentes expressões artísticas, como hip-hop, dança flamenca, balé clássico, quadrinhos, artes plásticas (desenho, gravura e pintura), teatro e vários instrumentos musicais, com o apoio da Secretaria de Educação do município.

    Atualmente, 620 alunos estão matriculados e participam de aulas coletivas. Eles aprendem musicalização, fazem prática de instrumento e leem partitura. “Todos querem participar das nossas duas orquestras”, afirma Conceição. “Fazemos apresentações em Tremembé e cidades vizinhas.”

    Bruno Amaral toca, no violão, músicas do Metallica, grupo norte-americano de rock (heavy metal). O estudante busca o sucesso com sua própria banda.

    Gustavo Nigoto, apaixonado pelo trombone, ouve solos do mestre Gilberto Gagliardi. Ele diz gostar do instrumento por ser mais cheio de notas brancas (notas naturais, que não sofrem alteração no som) e por completar a harmonia da orquestra. Os dois jovens, que moram em Tremembé, tiveram a chance de descobrir a música graças ao projeto Fazendo Arte, da Secretaria de Educação.

    Aluno do segundo ano do ensino médio, Gustavo Nigoto, 16 anos, faz o curso regular em escola pública, à noite. À tarde, é aluno do curso técnico de músico, em escola particular. De manhã, trabalha como estagiário e ajuda um professor nas aulas de fanfarra em Taubaté, município vizinho. Aos sábados, volta para ensaiar na orquestra do projeto. “Nossos ex-alunos não saem daqui”, comenta Conceição. “O núcleo do projeto virou um ponto de encontro de jovens. Para essa juventude, isso é muito saudável.”

    Bruno Amaral, 19 anos, já terminou o ensino médio e faz curso técnico de eletricista e manutenção de bicicletas. Ele continua frequentando o projeto, onde aprendeu a tocar violão, guitarra e contrabaixo. Atualmente, faz parte da Camerata de Violões e da banda de rock Sinopse. Quando necessário, substitui os professores de violão, viola caipira e guitarra. “Quando cheguei, gostava da ideia de aprender música, mas não sabia tocar nada”, diz.

    As aulas de música do projeto já resultaram em grupos, como a banda Lady Rock, que segue carreira independente. Bruno faz parte da banda. “Estamos atrás do sucesso”, diz, animado. De diferente, o grupo usa violão, em vez de guitarra. “O Slash, do Guns N’ Roses, faz isso”, compara.

    Quadrinhos— O curso de história em quadrinhos, em estilo mangá, é outra atividade do projeto bastante procurada. “Toda criança sabe desenhar, mas depois dos 10 anos vai perdendo o estímulo para a criatividade porque a família e a sociedade não acham importante, que não é algo de futuro”, afirma o professor Douglas Henrique Marques. De origem japonesa, o mangá tornou-se conhecido no Ocidente ao ser elogiado pelo desenhista norte-americano Frank Miller.

    Nas aulas, cada aluno usa habilidade e criatividade para inventar personagens. “Quem mais procura o curso são adolescentes de 13 a 15 anos, o que é muito bom porque os jovens começam a ler, a se informar sobre a origem e a história do mangá, seus diferentes estilos e sua relação com outros movimentos artísticos, como a art nouveau e a pop art”, diz o professor. “Esses jovens passam a ter, na técnica do desenho, do mangá, uma alternativa de trabalho no futuro.”

    O projeto de artes da cidade paulista ganha simpatia e parcerias importantes. Em junho de 2011, sediou o evento Quitutes e Batuques, uma caravana de artistas nacionais e internacionais. Na ocasião, um grupo de 12 artistas holandeses promoveu oficinas de cordas, percussão, sopro, teatro, hip-hop e brinquedos sonoros.

    Rovênia Amorim

    Saiba mais no Jornal do Professor
  • O programa Salto para o Futuro, exibido nesta quarta, 20, às 20h, tem como tema música e educação. A produção vai ao ar pela TV Escola, órgão vinculado ao Ministério da Educação.

    Com apresentação de Bárbara Pereira e Murilo Ribeiro, a atração tem como convidados Carlos Belém, diretor da Escola de Música Villa-Lobos, no Rio de Janeiro; e o jornalista Hugo Suckman, curador do Museu da Imagem e do Som, também na capital fluminense. Os dois especialistas defendem que introduzir a música nas escolas estimula o desenvolvimento, aguça a sensibilidade, instiga a criatividade e amplia a integração dos alunos no desenvolvimento escolar.

    De acordo com os entrevistados, as formas de utilização da música em um projeto pedagógico são diversas. Vão desde a utilização das letras das canções em propostas de interpretação de texto em sala de aula até a prática das oficinas de música e experiência com a instrumentalização. “A oferta de cursos de música nas escolas estimula o uso dos sentidos pelos alunos e promove o respeito entre todos”, avalia Carlos Belém.

    A interação com os instrumentos, a descoberta de habilidades individuais desconhecidas e o princípio do “saber-fazer”, importante nessa fase de desenvolvimento pedagógico, revelam-se aspectos relevantes do uso da música do processo de ensino-aprendizagem. Para Hugo Suckman, a oferta de música nas escolas deve ser trabalhada da mesma forma que as demais expressões de linguagem.

    Salto para o Futuro é exibido todas as quartas, às 20h e, em tempo real, pelo portal tvescola.mec.gov.br.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • A TV Escola apresenta nesta quinta-feira, 8, às 10h, o segundo episódio da série Matemática em Toda Parte. O objetivo de Matemática na Música é incentivar os professores a usar a música como meio de ensino e despertar nos jovens o interesse pela matemática. O episódio terá reprise às 14h.


    Voltado para alunos do ensino fundamental, o episódio mostra formas alternativas para o aprendizado e ajuda a tornar as aulas mais descontraídas e criativas. De acordo com o professor Antônio José Lopes, conhecido como professor Bigode, a música é um atrativo forte para os jovens e essa é uma forma de chamar a atenção para a matemática.


    O programa foi gravado em um conservatório de São Paulo, com músicos e profissionais, que comentam os aspectos matemáticos da música. O educador musical Pedro Paulo Salles, ator do espetáculo O Monocórdio de Pitágoras, convidado do programa, fala sobre escalas, frações e proporções.


    A TV Escola, da Secretaria de Educação a Distância (Seed), pode ser sintonizada com antena parabólica digital ou analógica em todo o país e no portal do Ministério da Educação. O sinal está disponível também nas operadoras de tevê por assinatura DirecTV (canal 237), Sky (canal 112) e Telefônica (canal 694).

    Assessoria de Imprensa da Seed
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