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  • Estudiosos do passado da humanidade têm espaço cativo no calendário há oito anos, quando foi instituído o Dia do Historiador. Comemorada em 19 de agosto, a data foi instituída por meio da Lei nº 12.130/2009, em homenagem ao nascimento do diplomata e escritor pernambucano Joaquim Nabuco (1849-1910).

    O professor doutor do departamento de história da Universidade de Brasília (UnB), André de Melo Araújo, é um dos que se propõem ao resgate, preservação e reflexão sobre os vestígios deixados pela sociedade ao longo dos anos. No atual período marcado pelo armazenamento de informações em espaço virtual, André desenvolve pesquisa por meio de materiais impressos, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). O professor analisa traços, origens e características de documentos datados dos séculos 15 e 18.

    André ressalta o valor histórico do papel. “Para nós historiadores, interessa ver como as sociedades se configuraram no passado a partir dos vestígios documentais deixados. Um dos suportes materiais da informação que mais resiste ao tempo é o papel, em seus diversos tipos, sobretudo no século 18”, aponta. O professor explica que os documentos estudados em sua pesquisa foram impressos no continente europeu, e que nesse período da história do Brasil, via de regra, havia a proibição da impressão.

    Na avaliação de André, podem ser feitos paralelos entre aquele momento e o atual, com ressalvas quanto ao perfil da sociedade e, principalmente, o tipo de informação veiculada. “Vivemos em um momento de transformação bastante significativa da informação e de como ela é passada. Essa mesma sensação foi sentida nos séculos 15 e 16, no momento das primeiras percepções das transformações em curso pelo novo tipo de canal de informação da cultura impressa”, afirma. “É sempre bom perceber como o trajeto e tipo de informação se modificam ao longo do tempo”.

    Se por um lado o historiador tem como campo de trabalho o passado, o futuro da profissão é motivo de atenção. André avalia a maneira como a sociedade tem deixados vestígios documentais para as próximas gerações. “É uma preocupação ética do historiador saber como essa massa de informação que temos produzida no século 21 vai ser preservada. Uma tarefa do historiador do presente é aguçar essa dimensão ética da preservação da informação para o futuro.”

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Ana Vitória acredita que a história é necessária para que os cidadãos compreendam o próprio presente (foto: Mariana Leal/MEC)Comemorado há apenas seis anos, o Dia do Historiador é, para os profissionais formados na disciplina, temporalmente recente. A data, cravada em 19 de agosto, foi escolhida em homenagem à data de nascimento do diplomata e escritor Joaquim Nabuco [1849-1910]. Junto às celebrações, historiadores lembram a importância da profissão e da necessidade de valorização do trabalho na área.

    Há uma década dedicando-se à disciplina, a doutoranda Ana Vitória Sampaio, 28 anos, acredita que a história é necessária para que os cidadãos compreendam o próprio presente. “Gosto muito de pensar no conceito de consciência histórica, que todo ser humano tem. Nenhuma pessoa, independentemente da cultura, etnia ou origem, é desprovida dessa consciência”, afirma. “É a capacidade de nos localizarmos no tempo e no espaço, de fazer planos para o futuro.”

    A vontade de ensinar motivou a historiadora Maria Beatriz Gonçalves, 26 anos, a se graduar em história. Professora da rede estadual do Espírito Santo, ela conta que sua principal inspiração é a curiosidade dos alunos. “Tento dar espaço para exercitar a curiosidade dos estudantes; não gosto de engessar a matéria, ou seguir apenas um livro didático”, diz. “Quero dar alternativas, dentro dos limites da escola.”

    De acordo com a professora, história não vive só de passado, o aluno tem de estudar o que aconteceu para entender o que acontece hoje à volta dele. “Muitas expressões, teorias, crendices são reflexo do que ocorreu antes de chegarmos aonde estamos.”

    Para Ana Vitória, há espaço para historiadores fora da sala de aula. “A principal dificuldade é que a profissão não é regulamentada. Conquistando esse direito, poderemos ter salários melhores, a atividade torna-se mais atrativa”, destaca. “Isso também aumentaria o campo de atuação: não só na educação básica e superior, também teríamos vagas em museus, em órgãos do Legislativo e do Judiciário. Todos esses lugares têm áreas onde um historiador pode atuar.”

    Assessoria de Comunicação Social

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