Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • Gina Vieira é uma professora dedicada, apaixonada pelo que faz. Escolheu a profissão, como ela mesma diz, por acreditar que “a educação é uma ferramenta poderosa para transformação social”. Uniu o dom de educar à capacidade de transformar e criou o projeto Mulheres Inspiradoras, buscando a valorização da figura da mulher.

    A ideia nasceu depois de Gina assistir um vídeo postado por uma de suas alunas em uma rede social. Nas imagens, a jovem, de 13 anos, se apresentava dançando. “A música que era executada tinha um apelo erótico e depreciativo à figura da mulher; a roupa que a menina usava e a coreografia que ela fazia, tudo isso deu ao vídeo um teor que me incomodou”, explica a professora.

    Gina entendeu que a menina pretendia com aquela publicação se sentir valorizada, e aí se deu conta de que “a nossa cultura sempre representa a mulher como um objeto sexual, de satisfação, a partir de um determinado padrão de beleza”. “Se essa menina estava se inspirando nesses referenciais femininos, um caminho possível seria trazer outros referenciais”, diz.

    Foi então que surgiu o projeto, para mudar a visão dos jovens sobre o papel da mulher na sociedade. “Daí vem o nome Mulheres Inspiradoras, que teve como premissa essencial apresentar para os jovens outras representações do que significa ser mulher.”

    Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Gina Vieira é licenciada em letras e possui especialização em educação a distância e em desenvolvimento humano, educação e inclusão escolar. Atualmente, dá aulas no Centro de Ensino Fundamental nº 12 de Ceilândia, região administrativa de Brasília, onde implementou o projeto Mulheres Inspiradoras.

    Projeto – Inicialmente, a professora buscou trabalhar o protagonismo dos estudantes. “Eu optei por metodologias que me ajudassem a colocá-los no centro do processo e que os estimulasse a uma participação mais ativa.” Nesse contexto, Gina propôs aos alunos a leitura de seis obras de autoria feminina, incluindo autoras com idade similar à deles, como Anne Frank e Malala Yousafzai.

    Em seguida, foi sugerido aos alunos estudar a biografia de dez grandes mulheres bem diferentes uma das outras. “Coloquei mulheres idosas, jovens, negras, brancas, com pouca escolaridade, com muita escolaridade”, afirma Gina. A intenção era fazer com que os jovens compreendessem que, independente de onde a mulher esteja, ela pode ocupar um papel e exercer funções que causem impacto positivo na sua comunidade.

    Outra etapa do projeto consistiu em levar os alunos a conhecer mulheres inspiradoras da comunidade onde moram. Na fase final, eles foram convidados a escolher a mulher inspiradora de suas vidas. “A gente queria que eles compreendessem também um pouco mais a respeito da própria história.” A maioria dos jovens, garante a professora, escolheu a mãe, a avó ou a bisavó para entrevistar.

    Resultados – O primeiro ganho que Gina percebeu foi a ampliação do repertório de leitura dos alunos. “A gente criou momentos de leitura em sala de aula e os alunos se envolveram muito”, celebra a professora. “Foram momentos muito ricos de aprendizagem, de reflexão e de discussão.”

    Outro ponto importante foi a priorização da escrita autoral. “Mas, para além dos saberes acadêmicos, houve também mudanças do ponto de vista do comportamento desses alunos.” Gina explica. “Alguns alunos me confessaram: ‘professora, eu não sabia, mas eu era machista, porque eu acreditava que a mulher não podia fazer algumas coisas, e quando a gente estudou a biografia das mulheres que a senhora trouxe, eu fiquei impressionado com as coisas fantásticas que as mulheres fizeram’.”

    Mas os ganhos não param por aí. “Outro ponto com o qual eu não contava foi a questão do quanto o projeto colaborou para o fortalecimento dos vínculos familiares.” Gina lembra, emocionada, quando uma mãe lhe disse que era muito grata à escola pelo projeto. “Ela disse que o momento em que o filho dela a entrevistou e se declarou inspirado pela pessoa que ela era fez com que os vínculos entre os dois fossem ainda mais fortalecidos.”

    Os textos produzidos pelos alunos após as entrevistas foram reunidos e publicados em um livro, que leva o mesmo nome do projeto. O objetivo, explica Gina, é contribuir para o debate sobre a necessidade da desconstrução do machismo, dando visibilidade para essas grandes mulheres que muitas vezes ficam esquecidas.

    O projeto Mulheres Inspiradoras deu tão certo que conquistou diversos prêmios. O primeiro deles, em 2014, foi o 4º Prêmio Nacional de Educação e Direitos Humanos, apoiado pelo Ministério da Educação. Em seguida veio a conquista do 8º Prêmio Professores do Brasil e do 10º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. O projeto também foi o vencedor do 1º Prêmio Ibero-Americano.

    No total, o Mulheres Inspiradoras já levou para o Centro de Ensino Fundamental nº 12, de Ceilândia, mais de R$ 100 mil em prêmios. O objetivo, agora, é ampliar o projeto. A professora Gina, junto com a instituição educacional, está selecionando 30 professores, de 15 escolas do Distrito Federal, que queiram difundir a proposta.

    Programa – Gina Vieira é a entrevistada da semana do programa Educação no Ar, produzido pela TV MEC e transmitido semanalmente pela TV NBR. A entrevista é veiculada sempre às quintas-feiras, a partir das 9h10, e reprisada no mesmo dia, às 16h10. A veiculação se repete às sextas, às 8h e às 19h; no sábado, às 20h; e no domingo, às 13h30.

    Assessoria de Comunicação Social 

Fim do conteúdo da página