Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • Ao observar alunos que cantarolavam durante as aulas, a professora de matemática Maria Lúcia Faria Barbosa teve a ideia de convencê-los a cantar temas referentes à disciplina. Como tem facilidade para fazer versos, resolveu, em 2010, inserir temas matemáticos em paródias musicais e obteve boa receptividade entre os estudantes.

     

    Com licenciatura plena em matemática e oito anos de magistério, Maria Lúcia leciona na Escola Estadual Prefeito José Maria Pereira, no município de Buritizeiro, no norte de Minas Gerais. Ela atende turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental e presta apoio ao ensino médio. Na época em que passou a adotar paródias musicais, trabalhava também na Escola Estadual do Bairro Cidade Jardim, no vizinho município de Pirapora.

     

    Na primeira paródia, ela adaptou Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, ao conteúdo da regra dos sinais. “Os alunos viviam cantando pelo pátio da escola e até em aulas de outros professores”, afirma. A professora também compôs uma música, Equação, que obteve sucesso ainda maior entre os estudantes. “Eles saiam cantando pelas ruas e em casa. Até os irmãos menores aprenderam a cantar”, revela.

     

    Maria Lúcia criou ainda canções sobre temas como tabuada, porcentagem, raiz quadrada e geometria. Ela usa temas musicais também para descontrair os alunos quando as aulas se tornam cansativas. “A música é como uma injeção de ânimo, composta de alegria e prazer, que abre horizontes e desperta, levando o aluno a fazer as atividades com vontade”, avalia. Com melodias, ela aproveita para ensinar conteúdos mais complexos e de importância no dia a dia. “Eles aprenderam a gostar de matemática. E quando gostam de um conteúdo, se esforçam para aprender”, destaca.

     

    De acordo com a professora, os estudantes ficaram mais prestativos e entusiasmados e fazem as atividades sem precisar de cobranças. “Descobriram a arte de aprender matemática com alegria e prazer. Assim, ficam felizes, e eu, mais ainda”, salienta.

     

    Os alunos que mais davam trabalho foram os primeiros a decorar as músicas e até a inventar passos de dança para acompanhar as melodias. “Com isso, têm passado de piores para os melhores no aprendizado”, acrescenta Maria Lúcia. Alguns até inventam as próprias músicas e paródias. A professora já lançou dois livros de poesias, o que tem servido de motivação para os estudantes também criarem seus versos.


    Entusiasmo — Para a diretora da escola, Sônia Queiroz Marques, a iniciativa de Maria Lúcia resultou em aumento no percentual de alunos que gostam de matemática e na melhora nas notas. “A aula da professora é prazerosa e envolvente”, destaca. “Por meio da música, ela tem entusiasmado os alunos, levando-os ao enriquecimento do aprendizado.”

     

    Sônia tem licenciatura plena em geografia, com pós-graduação em metodologia do ensino de geografia. Há 25 anos no magistério, ela atua há cinco na direção da escola.


    Fátima Schenini

     

    Saiba mais no Jornal do Professor

  • Usados de forma responsável e criteriosa, os filmes podem ser um recurso importante, ao lado da música, teatro e até mesmo jogos, para a diversificação das aulas e do aprendizado de sociologia. A opinião é do professor Vinícius Carvalho de Lima, do Rio de Janeiro. Ele costuma exibir filmes nas aulas de sociologia, com bons resultados.

    “Os filmes geralmente ajudam a atingir o objetivo de mostrar realidades diferentes aos alunos ou novas visões sobre a realidade em que estão inseridos, além de estimular os debates em sala de aula”, explica Vinícius, que deu aulas de sociologia no Instituto Superior do Rio de Janeiro, antigo Instituto de Educação, durante um ano. Bacharel e licenciado em ciências sociais, ele faz curso de mestrado em planejamento urbano e regional na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também atua como pesquisador do Laboratório da Conjuntura Social (Lastro) da universidade.

    Vinícius observa que a idéia de usar filmes vem da compreensão de que boa parte dos estudantes resiste ao ensino da sociologia por enxergá-la apenas como uma nova disciplina obrigatória, com temática complexa e carga excessiva de leitura. “Devemos lembrar que boa parte dos clássicos sociológicos foi escrita no século 19 e que os alunos dominam e estão enredados também nos recursos audiovisuais atuais”, salienta.

    Os filmes são usados pontualmente e em pequenas partes, eventualmente, durante as aulas, quando o professor percebe que os alunos estão com dificuldade para entender o que está sendo apresentado. Para ele, os filmes funcionam como apoio e como forma de materializar o que é abordado. Não devem ser usados excessivamente, sob o risco de perder a eficiência didática. O professor também considera interessante exibir partes de filmes e vídeos encontrados na internet.

    Opinião— O filme, segundo Vinícius, não deve ser usado apenas como uma espécie de tapa-buraco. Os estudantes devem ter sempre algum tipo de tarefa baseada no que foi visto, seja um simples questionário ou a produção de uma resenha. “Por experiência própria, prefiro os debates”, diz. “A opinião dos alunos acerca dos filmes, geralmente oriunda do senso comum, manifestada através do estímulo do professor à discussão, pode ser a matéria-prima para redirecionar o debate rumo ao pensamento sociológico.”

    Os filmes, recomenda Vinícius, devem ser exibidos pelos professores na sala de aula para que eles possam indicar os pontos de contato com o conteúdo estudado. “Sem orientação, o filme pode gerar interpretações jocosas ou mesmo perversas por parte dos alunos e impedir, assim, que o objetivo de aperfeiçoar o entendimento seja alcançado”, assinala.

    Os professores podem obter sugestões de filmes na página eletrônica do Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes da UFRJ.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor




  • (Arte: ACS/MEC)

    O programa Trilhas da Educação, exibido pela Rádio MEC, traz uma ideia que auxilia no aprendizado de matemática e ainda resgata o ensinar inclusivo. Rafael Pontes, de 38 anos, leciona no curso de ciências da computação na Universidade Federal do Amapá. Em sua trajetória como pesquisador, ele sempre pensou em formas de promover e facilitar o ensino da matemática também em grupos inclusivos, beneficiando crianças, por exemplo, com síndrome de Down.

    E foi durante as pesquisas de mestrado e doutorado que um projeto ganhou força: a construção de um software que não só ajudasse os professores em sala de aula, como também os alunos, melhorando o desenvolvimento deles ainda na educação infantil. “O intuito era entender as potencialidades das crianças e auxiliar os professores para o ensino da criança com essa síndrome a estimular a coordenação motora, o desenvolvimento cognitivo, a linguagem da matemática e a interação na sala de aula”, explica Pontes. “E o software se mostrou um instrumento eficaz com qualquer criança, inclusive com as com síndrome de Down e outras síndromes. ”

    Chamado de “Papado”, o software é gratuito e pode ser usado pelos alunos em sala de aula e em casa, com a ajuda do pais. “É uma ferramenta simples feita em flash e contém exatamente aquelas atividades de matemática do ensino médio do ensino fundamental”, conta o professor.

    Rafael dá detalhes do desempenho que observou ao longo da pesquisa: “No caso da síndrome de Down, o software superou as minhas expectativas. Até no apoio, a coordenação motora ele foi importante. O aluno interagia com o software por meio do mouse. Então, quando ele conseguia se apropriar do uso do mouse, já era um grande avanço no seu desenvolvimento cognitivo e motor”.

    Jogo – O aplicativo se assemelha a um jogo interativo, característica que, segundo Rafael, deixa o aprendizado mais lúdico. “É possível gostar de matemática quando ela é ensinada de forma mais atrativa”, destaca. “Isso permite ao aluno interagir com o professor. Quando ele acerta, o professor aplaude; quando ele erra, emite-se um som de estímulo para que ele tente novamente. Isso dá uma sensação de pertencimento. ”

    Planejando atender toda a rede pública de ensino fundamental do estado do Amapá, Rafael conversou com outros professores e alunos durante a pesquisa, testando e validando a aplicação do projeto ao longo do período de experiência. “Os professores usaram o aplicativo dentro do laboratório, com computador e Datashow, e projetaram em sala de aula”, conta. “A ideia é exatamente essa, conhecer as dificuldades dos professores e desenvolver soluções tecnológicas para apoia-los em sala de aula. ”

    A tecnologia faz parte do banco de objetos educacionais do MEC e pode ser baixada gratuitamente, no endereço http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/.

    Assessoria de Comunicação Social 

Fim do conteúdo da página