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  • Dança, teatro, culinária, circo e até robótica. As atividades extracurriculares oferecidas pelas escolas brasileiras são utilizadas para diversas finalidades, como despertar a criatividade e o talento nos estudantes e melhorar o desempenho em sala de aula. Para a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto, as atividades complementam e enriquecem a vivência acadêmica e favorecem o processo de formação.

    Ela acredita que toda atividade cumprida dentro de um projeto pré-elaborado, seja um trabalho de estimulação cognitiva nas diferentes áreas, seja de atividades de desenvolvimento socioafetivo, traz um ganho significativo tanto no desempenho acadêmico quanto na formação geral do indivíduo. Fazem parte desses trabalhos aulas de reforço de conteúdo programático, oficinas de artes (teatro, música, artes plásticas, dança), esportes, arte culinária, artesanatos, marcenaria e feiras culturais, entre outras atividades.

    Para desenvolvê-las, segundo Quézia, o professor deve acreditar que elas farão diferença no desempenho dos alunos. E cabe às instituições proporcionar as condições favoráveis ao professor. “As atividades devem sempre ser antecipadas por um planejamento, a ser cumprido no sentido de se obter os resultados e as metas propostas no projeto inicial”, avalia.

    A especialista acredita que as atividades extracurriculares proporcionam ao professor maior comprometimento com a prática docente. “Ele se sente mais valorizado pelos alunos, que ficam mais envolvidos nas aulas” afirma. “As atividades também favorecem a interdisciplinaridade e, dessa forma, uma aprendizagem mais significativa, que permita vivenciar conceitos teóricos numa prática que traga sentido àqueles estudados em sala de aula.

    Trabalho elaborado em 2004 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostra como essas atividades são importantes. Desenvolvido a partir do cruzamento dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2003 e das respostas ao questionário socioeconômico do exame, o trabalho mostra que o acesso a atividades extracurriculares pode representar diferença positiva no desempenho escolar. De acordo com o estudo do Inep, a média na prova objetiva dos estudantes que frequentaram cursos de língua estrangeira, informática e pré-vestibular, por exemplo, foi de até 17 pontos acima da atingida por alunos que tiveram pouca ou nenhuma oportunidade de fazer esses cursos. Na escala até cem, a pontuação média para a primeira situação foi de 62 e, para a segunda, 45.

    Quézia destaca que o quadro vai além do desempenho dos alunos e da atuação do professor. Ela lembra que esse tipo de atividade aumenta a autoestima dos envolvidos no processo além de promover a sociabilização.

    Em 2008, foi sancionado projeto de lei que instituiu o ensino da música nas escolas públicas e particulares de ensino básico. No Rio de Janeiro, o xadrez passou a fazer parte do currículo das unidades escolares estaduais de ensino após a aprovação de lei pela Assembléia Legislativa do estado. “Essas atividades geram e ampliam o trabalho do professor, mas são, certamente, um complemento que enriquece a proposta pedagógica”, conclui Quézia.

    Rafania Almeida

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  • A conquista do título de vice-campeã de futsal na etapa nacional dos Jogos Escolares de 2011 deixou orgulhosos os integrantes da Unidade Escolar Raul Sérgio, de ensino fundamental e médio, no município de Simões, sudeste do Piauí. Pela primeira vez, o estado passava à etapa final nacional dos jogos e subia da primeira divisão para a divisão especial.

    “Quando há empenho, as coisas acontecem, independentemente da estrutura da escola, do município ou do estado em que ela se encontra”, enfatiza a diretora da instituição, Maria Aparecida de Carvalho e Silva.

    Segundo a diretora, a prática de esportes pode resultar em muitos benefícios para a vida dos estudantes, tanto intelectuais e sociais quanto para a saúde, de modo geral. Com 35 anos de magistério, cinco dos quais na direção, Maria Aparecida se diz apaixonada pelo trabalho. Ela é formada em letras, com habilitação em línguas portuguesa e inglesa e respectivas literaturas.

    Na visão do professor Tarcísio Alves Carvalho, conquistar títulos com a equipe é motivo não apenas de orgulho. Significa compromisso, competência, e empenho de todos. “O título foi fruto de um treino muito intenso e de muito suor”, avalia. Graduado em educação física, com sete anos de magistério, Tarcísio revela que a conquista tem motivado os estudantes na busca de novas vitórias.

    O fato de a escola obter destaque no esporte tem atraído novos alunos. Além das aulas práticas realizadas no período da disciplina de educação física, a escola oferece treinos técnicos e táticos de futsal e de handebol feminino no turno oposto ao das aulas regulares (contraturno). De acordo com o professor, a prática de futsal desenvolve e aprimora as habilidades do desporto, melhora a disciplina e o espírito de grupo. “Faz bem para a saúde e, consequentemente, para a vida”, ressalta.

    Habilidades — Em Sorocaba, no interior de São Paulo, a Escola Estadual Professor Dionysio Vieira também estimula a prática de esportes. A instituição, que tem 1.850 alunos matriculados, do sexto ao nono ano do ensino fundamental, oferece treinamento nas modalidades de futsal, basquete, vôlei, handebol, xadrez e tênis de mesa como parte integrante de atividades extracurriculares, em horário diferente do estabelecido para as aulas de educação física.

    De acordo com o diretor da escola, Mozart Galdino Barros, o objetivo é ajudar, por meio da prática de esportes, os estudantes a desenvolver as habilidades motoras e estimular a socialização e o senso de cooperação e equipe. Separados por faixa etária, todos os alunos podem participar das atividades de treinamento esportivo. “A escola tem várias equipes esportivas”, revela o professor de educação física Eduardo Santos Ribeiro.

    Fátima Schenini

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