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  • Vencedora da etapa microrregional do Festival Escolar Dança Catarina, edição de 2013, nas categorias mirim e infantojuvenil, a Escola Estadual Maria Duarte Vasconcelos, no município catarinense de Sangão, prepara-se agora para a competição regional, em novembro. Na primeira participação, no ano passado, conquistou o segundo lugar na categoria mirim e o quarto na infantojuvenil.

     

    “Ficamos orgulhosos de nossos alunos. Priorizamos a participação, mas o resultado nos motivou a continuar, com mais empenho”, diz a diretora da unidade, Elisângela Reynaldo Rodrigues. Segundo ela, o uso da dança como prática pedagógica favorece a criatividade e o processo de construção do conhecimento e da valorização da heterogeneidade do grupo. “É um importante instrumento de socialização para a formação de cidadãos críticos, participativos e responsáveis”, avalia. Além disso, de acordo com Elisângela, a dança possibilita novas formas de expressão e comunicação e leva os alunos à descoberta da linguagem corporal, o que contribui para o processo de ensino-aprendizagem.

     

    Professora de inglês e de língua portuguesa nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio, há 15 anos no magistério, Elisângela assumiu a direção há três anos. Ao tomar conhecimento da oferta, pelo governo do estado, de atividades curriculares complementares, ela decidiu criar um projeto de aulas de dança e de música. Foram formadas três turmas de dança e duas de violão. Os participantes passaram a se apresentar em todas as reuniões e eventos realizados pela escola. “Foi uma experiência incrível”, destaca a diretora. Com graduação em letras e mestrado em ciências da linguagem, Elisângela cursa especialização em coordenação pedagógica (escola de gestores).

     

    Com a extinção, em 2012, das atividades complementares, o projeto foi encerrado. A escola pretendia, mesmo assim, participar do Festival de Dança Municipal, o que levou a diretora a recorrer aos professores de dança Alex Santana e Morgana Ristow, ambos com experiências anteriores na rede pública de ensino, e Rafaela Bussolo, ex-aluna de Morgana. Eles tiveram tempo de realizar apenas dois ensaios com os estudantes, antes da apresentação, mas foi o suficiente, segundo a diretora. “Algumas mães choraram de emoção, pois muitos alunos de nossa escola são de áreas de vulnerabilidade”, lembra Elisângela.


    Ensaios — O sucesso levou a escola à decisão de participar também do Festival Escolar, promovido pela Fundação Catarinense de Esportes no período de setembro a novembro de cada ano. “A partir daí, todos os sábados, no período matutino, abro as portas para os alunos ensaiarem”, afirma a diretora. A unidade tem aproximadamente 800 estudantes, matriculados no ensino fundamental e médio. Todos podem participar. Basta querer dançar. Em 2012, foram oferecidas as modalidades balé, danças urbanas e estilo livre. Este ano, jazz e estilo livre.

     

    O trabalho está sob a responsabilidade de Morgana e Rafaela, com o apoio de Elisângela. “Fazemos o trabalho gratuitamente porque gostamos de dança e de participar de festivais, apresentações”, diz a diretora. “Temos uma parceria com a prefeitura de Sangão, que oferece o transporte aos estudantes.”

     

    Para Elisângela, a dança possibilita o autoconhecimento, o que resulta em autoestima e autoconfiança e no fim da timidez. “Os alunos melhoraram o comportamento, a forma de expressar e pensar e, consequentemente, o desempenho escolar”, garante.


    Fátima Schenini

     

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  • Com a dança, os jovens encontram uma forma de comprovar que são bons em determinada atividade, socializam emoções e atitudes e ganham disciplina (foto: arquivo de EM Silene de Andrade)Desde que passou a oferecer ensino em período integral, em 2006, a Escola Municipal Professora Silene de Andrade, em Goiânia, passou também a oferecer aulas de dança. Embora a novidade tenha encontrado resistência, no início, entre o público masculino, acabou por conquistar a maioria dos estudantes. O projeto é vinculado ao programa Mais Educação, do Ministério da Educação, de ensino em tempo integral.

    “As alunas logo se adaptaram às aulas, já com o grupo masculino o processo foi um pouco mais lento”, diz o professor e coreógrafo Eurim Pablo, que participa do projeto desde o início. Ele explica que depois da adesão de alguns alunos, outros foram conquistados. Logo, um grande número de estudantes começou a dançar, o que provocou uma imediata transformação no grupo. “Alunos que não estavam bem nas demais disciplinas e eram considerados problemáticos logo viram a dança como uma forma de comprovar que eram bons em alguma coisa”, avalia. “Com a autoestima elevada, o senso de responsabilidade trabalhado, um professor que lhes dava voz, pois o corpo fala, eles se tornaram referência na escola”, destaca o professor, que também é aluno de mestrado em performances culturais na Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás.

     

    Para a diretora da instituição, Marlúcia Rodrigues Coutinho, as aulas de dança ajudam a resgatar a autoestima dos jovens, principalmente daqueles à margem da sociedade, em estado de risco. “Em consequência, eles passam a se cuidar, cuidar do outro, socializar emoções e atitudes, discipliná-las e viver tranquilos, embora com suas realidades”, analisa.

     

    De acordo com Marlúcia, os estudantes sentem-se verdadeiros dançarinos. Muitos têm feito matrículas em cursos de dança oferecidos por instituições estaduais de artes, em busca da especialização na modalidade. “Alguns até já trabalham na área”, revela a diretora, que está há 26 anos no magistério e há oito na direção. Com licenciatura em educação artística e bacharelado em artes visuais, Marlúcia é professora de artes em todos os níveis.

     

    Embora as aulas de dança sejam oferecidas aos 150 alunos que participam da jornada integral, eles não são obrigados a participar da parte prática da aula. Eles só dançam, efetivamente, quando sentem vontade, mas ninguém fica sem fazer nenhuma atividade. Quem não quer dançar pode participar de outras atividades propostas.

    Ensaios — Os ensaios das coreografias com os alunos que participam de apresentações são realizados uma vez por semana, em aula específica. “Nesses ensaios, o grupo é observado para definir quem vai representar a escola em determinado evento”, explica Eurim Pablo. “De modo geral, todos entendem que não se trata de julgamento, pois várias são as questões levadas em conta no momento”, esclarece o professor. Isso engloba pontos como o tipo de evento, participação do aluno nas demais atividades propostas pela escola, dedicação às aulas e responsabilidade ao sair da escola.

     

    Os grupos que ocasionalmente ficam fora de uma de uma apresentação sabem que terão uma próxima oportunidade. Há sempre o cuidado em explicar bem aos estudantes os porquês da não participação naquele determinado momento. Entretanto, quando a apresentação ocorre na própria escola, que dispõe de grande espaço, existe apenas uma regra: “Querer dançar”. Assim, não há um grupo de dança permanente. Os componentes variam de acordo com o local e o espaço onde ocorrerá a apresentação — na própria escola ou em mostras pedagógicas ou culturais. Também ocorrem convites de outras escolas ou de entidades particulares.

     

    Religião — Há casos de pais que não permitem a participação dos filhos por entenderem que é algo não aceito pela religião que professam. “Esses pais são convidados a assistir a uma aula para perceber, na prática, que a ideia que fazem da dança é equivocada”, salienta Eurim Pablo.

     

    Apesar de a estratégia obter sucesso em muitos casos, há pais que não autorizam os filhos a dançar. Esses alunos participam apenas da parte teórica da aula.

     

    Fátima Schenini

     

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  • No município catarinense de Cocal do Sul, eventos promovidos pelas escolas em épocas de festas juninas e na Semana do Folclore, em agosto, são aguardados com ansiedade pela comunidade. “As crianças gostam das festividades e levam os pais a participar”, analisa o professor Rodrigo Cardoso, que leciona em três escolas do município.

    “O que mais chama a atenção é o envolvimento dos alunos nesses eventos culturais”, diz Cardoso. “Notamos o orgulho de cada um nas apresentações e nos ensaios.”

    Professor de artes no Colégio Cocal e de musicalização nas escolas municipais de ensino fundamental Cristo Rei e Demétrio Bettiol, Rodrigo trabalha com diversos temas, mas aquele que mais o emociona é o Boi de Mamão, manifestação folclórica típica de Santa Catarina, que envolve dança e canto. Ele coordena um grupo na escola Demétrio Bettiol. Além de cuidar da parte musical, ajuda na confecção dos personagens.

    Toda a escola, porém, é mobilizada a ajudar na parte de figurinos e manutenção. Os estudantes participam da cantoria, tocam instrumentos, pintam os animais e ajudam na costura, colagem e acabamentos.

    Para as apresentações, têm prioridade os alunos das turmas do nono ano. “Há mais facilidade, se houver necessidade de participação em turno diferente”, explica.

    O grupo é convidado, com frequência, a fazer apresentações em outras escolas e instituições e já se apresentou em municípios vizinhos. Em 2013, foi produzido um vídeo sobre o trabalho.

    Rodrigo atua no magistério há 14 anos. Nas aulas, ele procura sempre estimular a troca de experiências com os alunos. “Eu os incentivo a trazer os instrumentos musicais que tocam e trago os meus”, diz. “Confeccionamos instrumentos e aprendemos cantorias.”

    O professor também usa recursos de vídeo e de áudio. “Não uso músicas que contenham conteúdo inapropriado ou façam algum tipo de apologia nociva à saúde mental e física dos alunos”, enfatiza Rodrigo, que tem graduação em artes e pós-graduação em metodologia do ensino da música.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEF Demétrio Bettiol

  • Projeto desenvolvido em escolas de Londrina garante aos estudantes benefícios como conhecimento musical e corporal, gosto pela música e pela dança (foto: Renato Forin Jr/Secretaria municipal de Educação)No norte do Paraná, o município de Londrina incentiva o amor pela dança a partir da realização de atividades nas escolas. Dois projetos abrem oportunidades de contato de estudantes e demais integrantes da comunidade escolar com espetáculos de dança e possibilitam o surgimento de talentos.

     

    Os projetos Dança nas Escolas e Iniciação à Dança são desenvolvidos pela Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart), em parceria com a Secretaria de Cultura do município. Eles atendem estudantes, coordenadores pedagógicos e professores da educação infantil e do ensino fundamental. “O Dança nas Escolas oferece a oportunidade de contato com as linguagens artísticas, especificamente a dança, sob as esferas do fazer, do conhecimento e da apreciação artística, além de identificar novos talentos para o exercício da dança”, explica a professora Patrícia Alzira Proscêncio, coordenadora dos projetos.

     

    Desenvolvido em quatro etapas, com duração total de oito dias, o Dança nas Escolas é um projeto itinerante, realizado em cinco unidades de ensino da rede municipal a cada ano. Na visão da diretora da Escola Municipal Professora Ruth Lemos, Ivanete da Silva Teixeira, o projeto garante aos estudantes benefícios como conhecimento musical e corporal, gosto pela música e pela dança, bem como a elevação da autoestima. “A dança como prática pedagógica favorece a criatividade e o processo de construção de conhecimento”, destaca Ivanete. Há 19 anos no magistério, ela é graduada em educação física, com pós-graduação em gestão escolar e em supervisão e orientação escolar.

     

    Em uma primeira etapa, o projeto promove uma oficina teórica e prática com professores da escola. Na segunda, desenvolve oficinas com todos os alunos da escola sobre formação, profissão e dia a dia da vida de um bailarino profissional. Também são tratados os temas das apresentações nos espetáculos. “Esse procedimento, além de fortalecer o trabalho da direção na formação de plateias, oferece conteúdos importantes quanto às possibilidades de uso da dança no cotidiano escolar através de atividades práticas”, enfatiza Patrícia.

     

    Na terceira etapa, ocorrem as apresentações de dança em cada escola. Segundo a coordenadora, as apresentações têm sido uma novidade dentro do espaço escolar, tanto para os adultos quanto para as crianças. “Em todas as escolas visitadas, o momento da apresentação torna-se mágico”, afirma Patrícia.

     

    Na quarta etapa, são realizadas as oficinas práticas de dança, com aulas de balé clássico em nível iniciante. Podem participar estudantes interessados em concorrer a bolsas de estudos para o curso de dança clássica na Escola Municipal de Dança da Funcart. São selecionados estudantes entre 8 e 12 anos de idade. “Há um total de 40 bolsas de estudos a serem distribuídas, somadas as escolas pelas quais o projeto passará”, diz a coordenadora.


    Iniciação — Enquanto o Dança nas Escolas tem como foco principal a apreciação, o Iniciação à Dança envolve diretamente os alunos na prática artística. Realizado ao longo do ano em quatro escolas do município o projeto proporciona aulas de dança no turno oposto ao das aulas regulares. Ele teve origem em 2001, quando professores da Escola Municipal de Dança começaram a dar aulas de balé clássico, dança contemporânea e jazz na periferia de Londrina como instrumento de reinserção social para crianças em condição de risco.

     

    A partir de 2011, o projeto passou por transformações. Entre os objetivos estão explorar a realidade, o contexto e o repertório de movimento das crianças e introduzir ritmos de dança e música ainda não conhecidos por elas. Nessa segunda fase, foi realizado em oito escolas, com a participação de cerca de 800 estudantes.

     

    Professora de dança na Funcart desde 2001, Patrícia desenvolve as disciplinas de corpo e movimento, artes visuais e musicalização. Com formação em dança clássica e contemporânea, ela atuou como bailarina do Balé de Londrina de 1993 a 2006. Graduada em geografia, com mestrado em educação, faz graduação em pedagogia. Além da Escola Municipal de Dança, a Funcart mantém a Escola de Teatro, o Balé de Londrina e o Circo Teatro Funcart, espaço cênico para realização de espetáculos.


    Fátima Schenini

     

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  • Um dos projetos da escola capixaba foi criado para estimular os estudantes a desenvolver o gosto e o hábito de ler livros (arte: Mário Afonso/MEC)Projetos de dança, leitura e acompanhamento pedagógico, com aulas de reforço e aplicação de provas simuladas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), são algumas das ações desenvolvidas pela Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Victorio Bravim, em Marechal Floriano (ES). As iniciativas fazem parte do Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI). “O programa traz vida à escola, promove a participação dos alunos, desperta o gosto pelos estudos e garante a valorização das atividades propostas pela instituição” diz a pedagoga Katiuscia Dallarmi. “Ele trouxe dinamismo e crescimento à nossa instituição.”

    Em 2014, segundo a professora, foi desenvolvido, entre outros, o projeto Dançando na Escola, que teve a participação de 282 alunos dos três anos do ensino médio. “As escolhas foram feitas a partir de países que foram sede de edições da Copa do Mundo”, afirma a professora. “Cada turma ficou encarregada de um país.”

    O projeto de dança, além do trabalho com conteúdos de educação física, como a criação de coreografias, abordou assuntos relacionados a outras disciplinas. Em língua portuguesa, por exemplo, os alunos criaram poemas, paródias e acrósticos e confeccionaram cadernos de receitas dos países. Eles também estudaram a influência do inglês em cada nação (língua inglesa), produziram cartazes relacionados à história e à cultura (artes), abordaram aspectos físicos e políticos (geografia), históricos, econômicos e sociais (história).

    Outro projeto, Leitura Todo Dia, foi criado para desenvolver nos estudantes o gosto e o hábito da leitura. Cada aluno deveria ler um livro por mês, sobre temas diversos. Depois, apresentar a obra aos colegas em rodas de conversas, produzir poemas, desenhos e acrósticos e apresentar músicas, danças e dramatizações. A cada mês, era definida uma nova técnica de apresentação.

    Aprovação — O acompanhamento pedagógico, com aulas de reforço para os que tinham dificuldades de aprendizagem, serviu para complementar, de forma atrativa, os conteúdos oferecidos em sala de aula. “Vários alunos estavam com notas baixas nas disciplinas, mas com o estudo no contraturno conseguiram superar as dificuldades”, ressalta Katiuscia. Ela revela que os alunos do terceiro ano que participaram do projeto de aulas preparatórias para o Enem também conseguiram bons resultados. Vários estudantes obtiveram aprovação em vestibulares de universidades públicas ou conquistaram bolsas em instituições particulares.

    Há 15 anos na área da educação, Katiuscia é pós-graduada em educação do campo e em educação profissionalizante.

    Fátima Schenini

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  • A partir de pesquisa de opinião com a comunidade do Distrito Federal, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília constatou carência na oferta de cursos na área de dança. Decidiu então, em julho deste ano, lançar o Curso de Dança do Centro-Oeste, de formação de professores (licenciatura). A iniciativa, inédita, foi apresentada na sétima edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada em outubro, em Brasília.

    De acordo com a professora Cinthia Nepomuceno, o mercado de trabalho na área de dança tem se ampliado. Consequentemente, há maior procura por cursos. Para Cinthia, apaixonada por arte desde pequena, a dança tem o poder de transformar a vida, de contribuir para a saúde física e para a estabilidade psicológica. “A dança, além de outras coisas, nos ajuda a adquirir consciência maior do nosso corpo”, diz.

    Mestre em arte pela Universidade de Brasília, Cinthia é professora de dança há mais de 20 anos. Atualmente, faz curso de doutorado, também na UnB. Ela revela que a licenciatura tem como base danças contemporâneas e brasileiras, mas salienta que os alunos também estudam as danças clássicas e folclóricas. Durante oito semestres de aulas práticas e teóricas, eles tomam conhecimento da fisiologia do corpo humano e aprendem os movimentos e os fundamentos da dança.

    O instituto federal de Brasília integra a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que comemorou cem anos em 2009.

    Sara Scaringi

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  • Em Fortaleza, um programa se propõe a despertar os alunos para o universo da arte com o estímulo à dança. É o Dançando na Escola, para estudantes de 7 a 11 anos de idade, em 20 escolas da rede pública do município. Desde que entrou em funcionamento, em 2009, o projeto atendeu cerca de 2,2 mil alunos.

     

    Criado em parceria pelas secretarias municipais de Cultura e de Educação, o Dançando na Escola é coordenado pela Escola Pública de Dança da Vila das Artes, local de formação, difusão, pesquisa e produção de diversas linguagens artísticas. As aulas, com duração de uma hora, são ministradas no turno oposto ao das aulas, duas vezes por semana.

     

    “O programa foi proposto a partir da convicção de que a arte tem papel fundamental na formação do ser humano, de que a dança é um meio privilegiado de acesso a uma dimensão frequentemente excluída da educação formal — a vivência do próprio corpo — e de que o acesso à formação em dança não deve ser privilégio de uma elite”, revela Cláudia Pires, diretora da Vila das Artes. Segundo Cláudia, além de promover o acesso democrático à iniciação em dança, a iniciativa permite a identificação de alunos talentosos, que são encaminhados para uma formação básica em dança, também na Vila das Artes.

     

    A escolha das escolas-sede do projeto foi feita a partir do interesse manifestado pelos diretores das unidades de ensino e em razão do espaço disponível para as atividades. “O passo seguinte foi equipar as salas e formar um corpo docente, constituído por 20 profissionais da cidade, especializados em distintos estilos e com experiência no ensino”, diz Cláudia, graduada em pedagogia e especialista em arte-educação.


    Ensino — Ao longo do processo, são realizados vários minicursos — seminários de alinhamento pedagógico. O objetivo é criar uma plataforma pedagógica comum, independentemente do estilo de dança trabalhado. “São ocasiões em que profissionais com vasta trajetória ligada à docência em dança compartilham experiências e conhecimentos em torno do ensino dessa linguagem”, diz Cláudia.

     

    A cada nova edição, o programa passa por ajustes a fim de obter eficácia maior em sua ação. Este ano, a Vila das Artes faz gestões para ampliar o número de escolas atendidas. Além do programa Dançando na Escola, ela oferece diversas atividades, como cursos de formação básica em dança, ateliê de composição coreográfica, programa de aulas abertas em dança, laboratório de arte contemporânea em artes visuais e programa de formação em teatro.


    Fátima Schenini

     

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  • Estudantes que participam do projeto Fazendo Arte, desenvolvido em escolas públicas de Tremembé, aprendem musicalização e prática de instrumentos e sonham em tocar numa orquestra (foto: junjiabe blogspot com)As aulas são gratuitas e ocorrem duas vezes por semana, durante uma hora, em prédio próprio. Pode participar qualquer aluno a partir do primeiro ano do ensino fundamental, matriculado em escolas públicas municipais de Tremembé, município paulista de 50 mil habitantes, a 150 quilômetros da capital. “No início do ano, a procura é grande, mas os que ficam mesmo são os que se identificam com a arte e querem seguir carreira artística. Temos descoberto talentos”, explica a gestora do projeto Fazendo Arte, Conceição Fenille Molinaro, professora de artes plásticas e cênicas formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

    Nascido há nove anos, o projeto hoje oferece aulas de diferentes expressões artísticas, como hip-hop, dança flamenca, balé clássico, quadrinhos, artes plásticas (desenho, gravura e pintura), teatro e vários instrumentos musicais, com o apoio da Secretaria de Educação do município.

    Atualmente, 620 alunos estão matriculados e participam de aulas coletivas. Eles aprendem musicalização, fazem prática de instrumento e leem partitura. “Todos querem participar das nossas duas orquestras”, afirma Conceição. “Fazemos apresentações em Tremembé e cidades vizinhas.”

    Bruno Amaral toca, no violão, músicas do Metallica, grupo norte-americano de rock (heavy metal). O estudante busca o sucesso com sua própria banda.

    Gustavo Nigoto, apaixonado pelo trombone, ouve solos do mestre Gilberto Gagliardi. Ele diz gostar do instrumento por ser mais cheio de notas brancas (notas naturais, que não sofrem alteração no som) e por completar a harmonia da orquestra. Os dois jovens, que moram em Tremembé, tiveram a chance de descobrir a música graças ao projeto Fazendo Arte, da Secretaria de Educação.

    Aluno do segundo ano do ensino médio, Gustavo Nigoto, 16 anos, faz o curso regular em escola pública, à noite. À tarde, é aluno do curso técnico de músico, em escola particular. De manhã, trabalha como estagiário e ajuda um professor nas aulas de fanfarra em Taubaté, município vizinho. Aos sábados, volta para ensaiar na orquestra do projeto. “Nossos ex-alunos não saem daqui”, comenta Conceição. “O núcleo do projeto virou um ponto de encontro de jovens. Para essa juventude, isso é muito saudável.”

    Bruno Amaral, 19 anos, já terminou o ensino médio e faz curso técnico de eletricista e manutenção de bicicletas. Ele continua frequentando o projeto, onde aprendeu a tocar violão, guitarra e contrabaixo. Atualmente, faz parte da Camerata de Violões e da banda de rock Sinopse. Quando necessário, substitui os professores de violão, viola caipira e guitarra. “Quando cheguei, gostava da ideia de aprender música, mas não sabia tocar nada”, diz.

    As aulas de música do projeto já resultaram em grupos, como a banda Lady Rock, que segue carreira independente. Bruno faz parte da banda. “Estamos atrás do sucesso”, diz, animado. De diferente, o grupo usa violão, em vez de guitarra. “O Slash, do Guns N’ Roses, faz isso”, compara.

    Quadrinhos— O curso de história em quadrinhos, em estilo mangá, é outra atividade do projeto bastante procurada. “Toda criança sabe desenhar, mas depois dos 10 anos vai perdendo o estímulo para a criatividade porque a família e a sociedade não acham importante, que não é algo de futuro”, afirma o professor Douglas Henrique Marques. De origem japonesa, o mangá tornou-se conhecido no Ocidente ao ser elogiado pelo desenhista norte-americano Frank Miller.

    Nas aulas, cada aluno usa habilidade e criatividade para inventar personagens. “Quem mais procura o curso são adolescentes de 13 a 15 anos, o que é muito bom porque os jovens começam a ler, a se informar sobre a origem e a história do mangá, seus diferentes estilos e sua relação com outros movimentos artísticos, como a art nouveau e a pop art”, diz o professor. “Esses jovens passam a ter, na técnica do desenho, do mangá, uma alternativa de trabalho no futuro.”

    O projeto de artes da cidade paulista ganha simpatia e parcerias importantes. Em junho de 2011, sediou o evento Quitutes e Batuques, uma caravana de artistas nacionais e internacionais. Na ocasião, um grupo de 12 artistas holandeses promoveu oficinas de cordas, percussão, sopro, teatro, hip-hop e brinquedos sonoros.

    Rovênia Amorim

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