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  • O cavaleiro mascarado das Cavalhadas de Pirenópolis atrai atenção dos alunos e ajuda a estimular a leitura e os estudos (Foto: Divulgação) As diversas expressões da cultura popular de Pirenópolis, cidade histórica de Goiás a 150 km de Brasília, fazem parte dos festejos do Dia do Folclore na região. Atuando em um universo de aproximadamente 2,8 mil crianças, os professores da rede de ensino local utilizam elementos como as Cavalhadas e a Festa do Divino ou personagens de lendas populares para estimular o aprendizado.

    Na Escola Municipal Olivia Conceição de Pina, o incentivo à participação em festividades folclóricas mudou os hábitos cotidianos dos alunos. A diretora, Marilene Campos, conta que conseguiu reduzir, entre as crianças, o tempo dedicado aos jogos de computador, tablets e também aos programas de televisão.

    “Passamos a incluir tradições no calendário escolar, desde como preparar as folias, por meio da confecção de bandeirolas, até a apresentação das danças populares, além de atividades como as Cavalhadinhas Mirins, uma versão infantil das Cavalhadas, que despertam grande entusiasmo”, explica Marilene Campos.

    Por meio de personagens de lendas populares, como Boitatá, Mula Sem Cabeça e Saci Pererê, o incentivo à leitura é promovido entre as crianças matriculadas no Complexo Municipal de Educação Infantil da cidade. “Elas vibram muito, às vezes até choram quando é hora de encerrar as atividades”, conta a professora Leonor Santana Gomes. “Nós incluímos no aprendizado infantil historinhas tradicionais. Esta semana a temática é o Sítio do Pica-pau Amarelo, do Monteiro Lobato. Depois da leitura, oferecemos atividades como colagem, música e dança. Em alguns casos, trabalhamos também com os frutos e a culinária regional.”

    Brincadeiras – Em Pirenópolis, o folclore faz parte da capacitação de professores da rede de ensino. Recentemente, a escritora Patrícia Gomes promoveu um seminário sobre o dicionário de brincadeiras criado por ela.  “São palavras que não estão inclusas no Aurélio, que compõem 24 brincadeiras e jogos folclóricos”, conta. “Por meio da atuação direta com os professores, busco resgatar tradições antigas da cultura popular brasileira, como o corre-cotia e o pega-pega.”

    A metodologia de brincadeiras desenvolvida por Patrícia Gomes foi inspirada na obra do escritor goiano Bariani Ortencio. São atividades multidisciplinares que auxiliam nas aulas do currículo infantil, principalmente nas disciplinas de português, matemática e história.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Estudantes da escola de Içara participaram de apresentações com personagens do folclore, em um trabalho que resultou em salto de qualidade na alfabetização e na leitura (foto: blogue da EEF Quintino Rizzieri)Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Quintino Rizzieri, em Içara, sul de Santa Catarina, trabalhos sobre folclore são rotineiros para os mais de 800 alunos. A diretora da instituição, Jaqueline dos Santos, considera o folclore importante para resgatar a cultura do povo e excelente meio de transmissão de conhecimento. Para ela, que está há 27 anos no magistério, o fato de a cultura catarinense apresentar tanta diversidade contribui para que os estudantes venham a ser cidadãos que conheçam e saibam conviver com as diferenças.

    Em 2013, ano em que Içara foi sede da 20ª edição da Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina (Açor), os professores desenvolveram temas ligados a essa cultura, como o folguedo do Boi de Mamão, a Festa do Divino Espírito Santo, artesanatos, lendas e brincadeiras infantis. Uma das atividades foi a realização de evento que incluiu palestra da escritora local Iêde Cardoso dos Santos sobre o livro O Bicho-Papão Não é Mais Aquele. “Várias apresentações marcaram o dia em homenagem à escritora, valorizando a cultura de um povo passada de geração em geração”, ressalta Jaqueline, que tem graduação em educação física e pós-graduação em atividade física e saúde.

    As crianças apresentaram paródias com personagens do folclore, músicas e coreografias de incentivo à leitura e participaram de exposições de bichos-papões confeccionados com materiais reutilizados. Também prepararam perguntas para a autora. “Foi um bate-papo ótimo”, diz a professora de língua portuguesa Elenice Alvim de Oliveira. Ela explica que o trabalho de preparação foi realizado com outros professores, com antecedência e apoio de vários outros professores.

    Leitura — Segundo Elenice, o bicho-papão também aparece no Boi de Mamão, manifestação folclórica típica de Santa Catarina, por meio do personagem Bernúncia, animal que engole crianças malcriadas. “Tivemos como partir desse mesmo personagem para trabalhar a questão da cultura açoriana”, diz a professora. Ela acredita que o trabalho teve resultado excelente. “Percebi que as crianças compreenderam o que era um autor e tomaram gosto pela leitura”, destaca. “Foi uma fase em que a leitura deu um salto de qualidade na sala de alfabetização porque despertou o interesse.”

    Elenice observou, além disso, que o tema folclore desperta a atenção das crianças e contagia a turma. “Eles entram em contato com a cultura, pesquisam, reúnem informações presentes em seu cotidiano e aprofundam os conhecimentos referentes a elementos históricos que desconheciam”, analisa. Graduada em pedagogia, ela tem especialização em psicopedagogia e em gestão, supervisão e orientação escolar. Está no magistério há nove anos.

    De acordo com a professora Gabriela, os alunos recebem o tema folclore com muito interesse, curiosidade e participação, por serem assuntos do cotidiano. “O resgate do folclore é muito importante, pois faz parte da identidade do povo. Quem não conhece a própria história tem uma experiência de vida limitada”, afirma.

    Gabriela levou para a sala de aula imagens de obras de artistas que abordam, de alguma maneira, o folclore popular. Entre eles, o catarinense Willy Zumblick, que retrata o folclore do estado inspirado na cultura açoriana. Os alunos fizeram a releitura das obras com desenhos, pinturas e colagens. Também produziram máscaras com os personagens do Boi de Mamão e confeccionaram animais com argila e outros materiais. Há dois anos no magistério, Gabriela tem licenciatura em artes visuais e cursa especialização em arte-educação.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEF Quintino Rizzieri

  • No município catarinense de Cocal do Sul, eventos promovidos pelas escolas em épocas de festas juninas e na Semana do Folclore, em agosto, são aguardados com ansiedade pela comunidade. “As crianças gostam das festividades e levam os pais a participar”, analisa o professor Rodrigo Cardoso, que leciona em três escolas do município.

    “O que mais chama a atenção é o envolvimento dos alunos nesses eventos culturais”, diz Cardoso. “Notamos o orgulho de cada um nas apresentações e nos ensaios.”

    Professor de artes no Colégio Cocal e de musicalização nas escolas municipais de ensino fundamental Cristo Rei e Demétrio Bettiol, Rodrigo trabalha com diversos temas, mas aquele que mais o emociona é o Boi de Mamão, manifestação folclórica típica de Santa Catarina, que envolve dança e canto. Ele coordena um grupo na escola Demétrio Bettiol. Além de cuidar da parte musical, ajuda na confecção dos personagens.

    Toda a escola, porém, é mobilizada a ajudar na parte de figurinos e manutenção. Os estudantes participam da cantoria, tocam instrumentos, pintam os animais e ajudam na costura, colagem e acabamentos.

    Para as apresentações, têm prioridade os alunos das turmas do nono ano. “Há mais facilidade, se houver necessidade de participação em turno diferente”, explica.

    O grupo é convidado, com frequência, a fazer apresentações em outras escolas e instituições e já se apresentou em municípios vizinhos. Em 2013, foi produzido um vídeo sobre o trabalho.

    Rodrigo atua no magistério há 14 anos. Nas aulas, ele procura sempre estimular a troca de experiências com os alunos. “Eu os incentivo a trazer os instrumentos musicais que tocam e trago os meus”, diz. “Confeccionamos instrumentos e aprendemos cantorias.”

    O professor também usa recursos de vídeo e de áudio. “Não uso músicas que contenham conteúdo inapropriado ou façam algum tipo de apologia nociva à saúde mental e física dos alunos”, enfatiza Rodrigo, que tem graduação em artes e pós-graduação em metodologia do ensino da música.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEF Demétrio Bettiol

  • O resgate da cultura nordestina é uma das preocupações dos professores da Escola Fenelon Câmara, de João Pessoa (foto: arquivo da escola)A realização de eventos que estimulem e disseminem a cultura regional é planejada em conjunto pelos professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental Fenelon Câmara, em João Pessoa, Paraíba. Eles trocam ideias e tomam decisões sobre as diferentes formas de realização das atividades ao longo do ano. Em sala de aula, os estudantes são orientados a conhecer melhor a cultura da região.

    De acordo com a pedagoga Josefa Jucileide Galvão Lacerda, professora polivalente em turmas do quarto e do quinto anos do ensino fundamental, as atividades incluem leitura, dramatizações, pesquisas sobre o folclore e a cultura da região, narrativa de lendas, apresentação de danças folclóricas e audição de músicas, entre outras. “Os alunos envolvem-se nas atividades práticas”, destaca.

    Na opinião de Jucileide, a participação nas atividades culturais promovidas pela escola proporciona aos estudantes a melhoria na atenção, no entrosamento e no relacionamento, no desenvolvimento de habilidades e na realização das atividades na classe.

    Professora polivalente em turma do segundo ano na mesma escola, Gilvaneide Miguel da Costa constata que a participação dos alunos em eventos culturais melhora a socialização e os leva a se interessar pelas atividades. Há 24 anos no magistério, Gilvaneide, ao iniciar os trabalhos, discute com os estudantes as atividades a serem realizadas. “Em seguida, partimos para os ensaios de dança, cantigas de rodas, parlendas etc.”, explica.

    Ione Elias Barbosa Braga, que trabalha como professora polivalente de ensino fundamental há 12 anos, aborda a cultura regional nas aulas de história e geografia para a estimular os alunos a conhecerem a cultura nordestina. “Há também uma semana dedicada ao folclore”, afirma. “Fazemos apresentações e exposições de objetos culturais.”

    Durante as atividades, os estudantes vivenciam a cultura das gerações anteriores e fazem comparações com a atual. “Em sala de aula, mostramos e ensaiamos danças e peças teatrais e fazemos pesquisas para estimular as crianças e mostrar a cultura local”, assinala Ione. A realização de eventos culturais na escola anima os alunos. “Eles ficam alegres, mais participativos e se mostram mais aptos a aprender, na expectativa de uma nova mostra cultural.”

    Resgate – A diretora da escola, Ilca Andrade de Lima, revela que sempre se preocupou em desenvolver trabalhos com espaços lúdicos organizados, capazes de enriquecer integralmente as áreas de conhecimento dos estudantes. O resgate da cultura nordestina é uma das preocupações de Ilca, especializada em educação infantil, com 24 anos de experiência em sala de aula.

    Esse resgate é trabalhado de forma dinâmica na instituição, com a organização de murais e de livros (contos, cordéis, parlendas e receitas); apresentações de danças folclóricas, como quadrilha, forró e xaxado; brincadeiras populares, como amarelinha e pular corda; exposições de comidas típicas, como pamonha, canjica, tapioca e cocada, de vestuário e de utensílios do cotidiano nordestino. “Esse trabalho é feito com a cooperação e participação de todos que trabalham na escola, dos pais e da comunidade”, enfatiza Ilca.

    Fátima Schenini








  • Professora na Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade, em Presidente Médici, Rondônia, Lucimara Lopes França defende o estudo do folclore durante todo o ano letivo. Para a professora, que está há 19 anos no magistério, o folclore é um dos principais fatores de identificação de um povo. “Quando os estudantes conhecem um pouco mais da história do seu país por meio do folclore têm a oportunidade de compreender o povo e, assim, fazer parte de sua história”, analisa.

    Segundo a professora, lendas, cantigas, ditados populares e trava-línguas (espécie de jogo verbal, que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente) são algumas das formas usadas por povos antigos para compreender o mundo. “Eles usavam a imaginação para resolver os mistérios da natureza e entender as dificuldades da vida e seus próprios temores”, diz.

    Pedagoga, com pós-graduação em psicopedagogia institucional e especialização em mídias na educação, Lucimara foi uma das vencedoras da edição de 2012 do Prêmio Professores do Brasil, com o projeto Gêneros Textuais: Manifestações da Cultura Popular, dentro do tema Folclore Brasileiro. O projeto foi desenvolvido com uma turma do segundo ano do ensino fundamental, composta por 22 alunos de 7 a 9 anos de idade. Dividido em dez etapas, envolveu as disciplinas de língua portuguesa e história, proporcionou o contato com diferentes gêneros textuais e estimulou o uso de mídias na sala de aula. À medida que novos conteúdos eram estudados, passavam a fazer parte de um mural, o que contribuiu para sistematizar o conhecimento. As atividades desenvolvidas eram postadas no blogue da turma.

    Ao elaborar o projeto, Lucimara buscou valorizar a linguagem oral e escrita da cultura popular, com o uso de diferentes formas de mídia. Os alunos tiveram a oportunidade de ler sobre mitos e lendas e conhecer personagens como Saci-Pererê, Mula-sem-Cabeça, Curupira, Iara, Boitatá e Negrinho do Pastoreio. Também aprenderam sobre danças e brincadeiras folclóricas. No laboratório de informática da escola, participaram de jogos, quebra-cabeças e palavras cruzadas on-line e assistiram a vídeos sobre parlendas, cantigas de roda e trava-línguas. Uma das atividades mais apreciadas pelos alunos foi a apresentação de cantigas de roda. A atuação de cada grupo foi gravada em vídeo pela professora e postada no blogue.

    De acordo com Lucimara, durante a execução do projeto, os estudantes tiveram a oportunidade de aprender que o computador é uma ferramenta para a aprendizagem. Ele serve para a diversão e como fonte de pesquisa. “Os estudantes perceberam que ao sentir dificuldade com algum conteúdo podem usar esse recurso e avançar na aprendizagem”, salienta.

    Em 2013, a professora apresentou aos alunos a obra de Monteiro Lobato [1882-1948], com leitura compartilhada e estudos da biografia do autor. As disciplinas envolvidas foram língua portuguesa, história e artes. “Busquei atividades sobre parlendas, trava-línguas, cantigas de roda e ditados populares”, revela.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da Turma

  • Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Isabel Luiza Bittencourt, no município gaúcho de Bom Retiro do Sul, o tema folclore integra o currículo. É uma forma de atrair a atenção dos alunos para uma aprendizagem significativa. “O assunto é permeado de curiosidade e mistério, fatores que atraem o interesse dos alunos da educação infantil e anos iniciais”, justifica a diretora da instituição, Jussara Maria Ribeiro.

    Em agosto de 2013, projeto pedagógico desenvolvido por três professoras dos primeiros anos do ensino fundamental chamou a atenção da comunidade. Rosimeri Fröhlich, Eliane Girelli e Clenir da Silva decidiram levar aos alunos o conhecimento das mais diversas manifestações do folclore brasileiro. O projeto teve como tema a descoberta e a valorização das diferentes culturas do Brasil e envolveu conteúdos de matemática, linguagem e ciências naturais e humanas.

    O trabalho, que incluiu atividades como narração de lendas e histórias e redescobriu brincadeiras e jogos, acabou por envolver as famílias dos estudantes. Por fim, foi realizado um desfile com personagens populares do folclore brasileiro. Mais de 50 estudantes representaram personagens de lendas, como Cuca, Saci, Iara e Negrinho do Pastoreio, com trajes confeccionados pelos familiares. Após o desfile, foram escolhidas as melhores representações. “De mais positivo, pode-se citar o envolvimento das famílias e o prazer das crianças em relatar a parceria com pais, irmãos, padrinhos e vizinhos para a confecção dos bonecos”, destaca Eliane.

    A professora Clenir também destacou o envolvimento das famílias e da comunidade escolar nas atividades, além da aprendizagem proporcionada. “Foi possível trabalhar os mais diversos conteúdos de todas as disciplinas do currículo”, ressalta.

    A repercussão em outros ambientes, como a secretaria de Educação e demais escolas do município, que puderam apreciar uma exposição sobre o projeto no centro administrativo, foi enfatizada pela professora Rosimeri. “O evento teve muito valor para as crianças que participaram e se motivaram para outras realizações parecidas”, avalia a pedagoga, com experiência de 12 anos no magistério.

    Pacto — De acordo com Eliane, o projeto começou como uma das atividades do curso de formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), do Ministério da Educação, do qual as três professoras participavam na época, mas logo tomou proporções e acabou por envolver outras turmas da escola. “O tema folclore é visto de forma muito prazerosa pelos alunos”, diz. “Além disso, aguça a curiosidade e incentiva a aprendizagem de diferentes conteúdos.” Pedagoga com pós-graduação em psicopedagogia, Eliane está no magistério há 10 anos.

    Também há dez anos no magistério, Clenir procura trabalhar o tema folclore com um foco diferente a cada ano. “É um tema que atrai a atenção dos alunos em todas as faixas etárias”, constata a professora, que tem formação em magistério. Segundo ela, a grande maioria dos estudantes ainda escuta de seus familiares histórias e lendas passadas de geração em geração e se diverte com brincadeiras e jogos de tempos atrás.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEF Isabel Luiza Bittencourt

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