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  • Uma série de reportagens do jornal britânico The Telegraph revelou uma fraude em exames nacionais de proficiência da educação básica no Reino Unido. Examinadores estariam entregando a professores o conteúdo das provas a serem aplicadas.

    De acordo com a denúncia, durante seminários realizados para incentivar as escolas a escolher um dos exames disponíveis no Reino Unido, os examinadores estariam entregando o conteúdo das provas, de maneira a induzir os professores a ensinar apenas esse conteúdo e ajudar os estudantes a obter notas altas. As denúncias estão sendo investigadas pelo Instituto de Regulação de Avaliações e Exames do Reino Unido (Ofqual), por ordem do Secretariado de Educação (o ministério da educação britânico). O instituto prometeu conclusões ainda antes do Natal.

    Naquela região existem basicamente dois exames: o GCSE (Certificado Geral de Educação Secundária), similar ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e o GCE (Certificado Geral de Educação), que inclui o A-level, nível avançado alternativo, usado para seleção em instituições de ensino superior.

    No Reino Unido, três entidades são responsáveis pela aplicação dos exames CGSE e A-level — a OCR (Oxford Cambridge and RSA Examinations), a AQA (Assessment and Qualifications Alliance) e a Edexcel. De acordo com o The Telegraph, uma quarta entidade, Welsh Exam Board (WJEC), tem se tornado mais popular nos últimos anos. Cada uma elabora e aplica seus testes e promove seminários para incentivar professores e escolas a aplicá-los.

    A ação fraudulenta ocorreria durante os seminários — ao se inscrever nesses encontros, os professores pagam de 120 a 230 libras (entre R$ 320 e R$ 430). Os examinadores, no entanto, não estariam apenas mostrando o conteúdo geral das provas — como são divulgados, no Brasil, os conhecimentos e habilidades requeridos para o Enem. Eles estariam dizendo aos professores quais questões os estudantes poderiam esperar nas próximas avaliações.

    Cada seminário reunia em média 20 professores, mas em alguns casos, chegavam a 100. Disfarçados, repórteres do jornal acompanharam 13 desses eventos. De acordo com a publicação britânica, as investigações em curso têm exposto um sistema no qual os conselhos competem agressivamente em busca de negócios com as escolas. “Há evidências de padrões de exames deliberadamente reduzidos para estimular a adesão das escolas”, afirma o The Telegraph.

    Às denúncias agrega-se o temor de que os examinadores sob suspeita aumentam seus rendimentos financeiros à medida que os testes se tornam mais populares. As notas das provas têm alcançado recordes nos últimos 23 anos, enquanto o sistema se torna cada vez mais comercial.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira a denúncia do The Telegraph









  • Treze participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 e 2016 terão os resultados anulados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) por terem sido indiciados por crime de fraude em certames de interesse público. De acordo com o artigo 311-A do Código Penal, a pena para esse tipo de crime é de multa e reclusão de até seis anos. O Ministério da Educação notificará as instituições nas quais esses participantes estão matriculados para que tomem as medidas administrativas cabíveis.

    Dos 13 indiciados, três fizeram o Enem em 2015. Os outros dez participaram da edição de 2016. A maioria está matriculada em cursos de medicina e odontologia em universidades federais das regiões Norte e Nordeste. O indiciamento é resultado da conclusão do inquérito policial nº 1560/2016-4-SR/PF/MA, instaurado pelo Departamento de Polícia Federal. A operação batizada como Jogo Limpo foi deflagrada pela Superintendência Regional no Maranhão e foi dividida em duas fases. A primeira apurou os casos de 2015 e a segunda, os de 2016.

    Para a Polícia Federal, a exclusão desses participantes da base de dados do Enem é suficiente para a manutenção da lisura do exame. Além da anulação dos resultados, a Polícia Federal sugeriu ao Inep o reforço dos procedimentos de segurança na administração dos cadernos de provas. A adoção de provas identificadas com nome e número de inscrição, novidade do Enem 2017, é uma das medidas de reforço. O Inep adotará outras estratégias sugeridas pela Polícia Federal, que serão anunciadas ao final deste mês. “Todas as inovações são resultado de um esforço conjunto do Inep, do MEC e da Polícia Federal para garantir a segurança e a isonomia do Enem”, afirma a presidente do Inep, Maria Inês Fini.

    Operação Jogo Limpo – 1ª fase
    Edição do Enem: 2015
    Número de indiciados: 3
    Caso: Dois irmãos e um primo se inscreveram para fazer a prova do Enem em uma pequena cidade do Maranhão, a 310 km de seu município de origem, a capital São Luís. Os três solicitaram atendimento específico para sabatistas para se beneficiarem do confinamento e realizarem a prova em mesma sala, após o pôr do sol. Esses participantes tiveram gabaritos idênticos no primeiro dia de prova, sábado; e divergentes no segundo, quando não havia confinamento para sabatistas.

    Um dos indiciados foi selecionado para o curso de medicina em uma universidade estadual do Nordeste. Outro foi selecionado, também em medicina, em uma universidade federal da mesma região. O terceiro foi selecionado, a partir das notas obtidas no Enem, para uma universidade federal do Nordeste em três cursos: educação física, enfermagem e ciências biológicas.

    Operação Jogo Limpo – 2ª fase
    Edição do Enem: 2016
    Número de indiciados: 10
    Casos: Uma mulher e um homem foram presos em flagrante após o segundo dia de prova, em Santarém (PA), e em Macapá (AP), respectivamente. A participante foi selecionada para medicina em três instituições de educação superior do Sul do país, duas delas federais. A indiciada está matriculada em umas delas, tendo acessado por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). 

    O homem foi selecionado para cursar medicina em uma federal do Norte do país. Outras duas mulheres envolvidas na fraude também foram indiciadas. Uma foi selecionada para medicina em uma federal do Norte, onde está matriculada, e também em uma instituição federal do Nordeste. Outras duas participantes indiciadas fizeram prova no Ceará. Uma delas foi selecionada para curso de medicina em universidade federal do Norte e em odontologia em uma federal do Nordeste.

    Outro participante indiciado fez prova no Piauí e foi abordado logo após o exame com cola escrita. Também foram colhidas evidências de fraude de mais duas mulheres e um homem. Uma delas foi selecionada para odontologia em uma universidade federal do Nordeste e em medicina em outra instituição federal na mesma região, na qual está matriculada. Outra indiciada foi selecionada em medicina em um centro universitário e em duas universidades federais do Nordeste.

    Operações – O Inep também está monitorando o caso de 13 participantes que fraudaram o Enem 2013, de acordo com o inquérito policial nº 2178/2013-4. Essa operação, batizada Hemostase, foi deflagrada pela Superintendência Regional de Minas Gerais. Ainda em setembro, deve ser concluído um terceiro inquérito policial deflagrado em 2016, também em parceria do Inep com a PF, por meio da Operação Embuste.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

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