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  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)O abará servido na Escola Municipal Nossa Senhora das Candeias, na comunidade quilombola de Praia Grande, na Ilha de Maré, em Salvador, não é como o tradicional, feito na Bahia. Lá, o bolinho de feijão-fradinho com camarão seco foi substituído por uma massa de aipim (mandioca) e carne moída temperada com bastante cebola, tomate, pimentão, coentro e azeite de dendê, servida na folha de bananeira.

    Aprovada pelos alunos, professores e pais, a troca dos ingredientes foi uma sugestão de Dejanira dos Santos, 41 anos, merendeira da escola há 17 anos. “Não gosto de ficar parada, estou sempre inventando um jeito para os meninos comerem de tudo, e sei que por aqui ninguém nunca comeu um abará de aipim”, comenta, sorrindo.

    Dejanira é uma das 15 finalistas do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, lançado pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O objetivo da competição nacional, que reuniu 2.433 merendeiras do país, é comemorar os 60 anos de criação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis nos alunos.

    De acordo com Dejanira, quando a escola decidiu participar do concurso, havia a dúvida entre quatro receitas – moqueca de peixe com pirão de banana, feijão tropeiro de soja e cuscuz nordestino com peixe e farofa de aveia –, mas o abará de carne moída foi o escolhido. A final do concurso está prevista para os dias 28 e 29 próximo, em Brasília. A merendeira fará sua primeira viagem de avião. “Estou muito feliz; chegar na final do concurso já é o começo para mim”, afirma. “Só fico nervosa por causa do avião, mas vou segurar na mão de Deus e enfrentar.”A merendeira Dejanira garante que não gosta de ficar parada: “Estou sempre inventando um jeito para os meninos comerem de tudo” (foto: divulgação)

    Preocupada com o preparo da receita na etapa final do concurso, a baiana vai levar alguns ingredientes de casa. “Aqui na comunidade encontramos dendê, aipim e folha de bananeira em qualquer quintal. Vou preparar a folha no fogo, armazenar direitinho para servir o abará de carne moída”. Além dos produtos usados na receita, Dejanira vai incluir na bagagem dois pacotes de doce de banana na palha, receita tradicional da avó.

    Oficina — Em dezembro último, alunos do quarto e do quinto anos da Escola Municipal Nossa Senhora das Candeias participaram de uma oficina para aprender a receita. Além do modo de preparo, foram explicados os benefícios dos alimentos e a importância da boa alimentação para a saúde.

    A nutricionista Taís Cardoso de Jesus, da Secretaria municipal de Educação, também participou da aula experimental. Segundo ela, o aipim é rico em carboidratos e fibras e dá energia para as crianças. A carne tem proteínas que auxiliam no crescimento e na reparação de tecidos do organismo humano. Além disso, o azeite de dendê tem vitaminas A e K, importantes para fortalecer o sistema imunológico e agir no processo de coagulação sanguínea.

    Conheça a receita do abará de carne moída

    Assessoria de Comunicação Social

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  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)Saboroso, variado e colorido. É assim o cardápio de merendas da Escola Municipal Francisco Leite, em Salvador. Lá, cerca de 850 alunos recebem diariamente uma alimentação balanceada. Responsável pela cantina da escola há dez anos, Cláudia Antônia Bispo dos Santos, 44, está sempre buscando novas formas de estimular o consumo de alimentos saudáveis.

    Uma mistura bem temperada de soja, frango e verduras variadas é a nova invenção de sucesso da merendeira. O enroladão saudável, aprovado por alunos e professores, é um dos finalistas do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. Promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o concurso celebra os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

    “Eu me sinto muito feliz por expressar meu trabalho através das minhas receitas”, diz Cláudia. “Com essa merenda, eu achei que mudou tudo por aqui. Os meninos não comiam soja nem verdura e agora comem.”.

    Para a merendeira, a escola é um local privilegiado para formação de bons hábitos, principalmente quando se trata de crianças. “A maioria das crianças tem muita dificuldade de comer, o que muitas vezes vem de família”, afirma. “Aqui na escola, ensinamos os meninos a comer de tudo um pouco, variamos as verduras e até o jeito de cortar.”

    De acordo com as normas do Pnae, uma alimentação saudável requer multidiversidade de ingredientes. O equilíbrio entre carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e minerais é fundamental para suprir as necessidades nutricionais de cada faixa etária.A merendeira Cláudia Santos garante que sempre busca novas formas de estimular entre os estudantes o consumo de alimentos saudáveis (foto: divulgação)

    A nutricionista Higina Batista do Nascimento, 39 anos, observa que merenda não é lanche. “Nós oferecemos uma alimentação saudável, que possui um cálculo nutricional e uma avalição dos alimentos por profissionais”, diz. Ela destacou também a importância da criatividade na cozinha como forma de introduzir novos alimentos. “A soja é uma das opções de proteína que tem mais rejeição nas escolas, mas com criatividade conseguimos introduzir no cardápio.”

    Gestora da unidade em Cajazeiras (BA) há dez anos, Maria Adelma Conceição Lins, 44, afirma que toda comunidade escolar está entusiasmada com a participação da receita no concurso. Ela conta que todos participaram de um almoço e de uma caixinha para arrecadar fundos para a viagem da equipe a Brasília. “Estamos vivendo um momento de muita alegria”, afirma. “Cláudia é uma lutadora, está sempre disposta a ajudar. Temos certeza que ela vai ganhar.”

    A diretora observou ainda que o interesse dos alunos pelo ensino e pela alimentação aumentou. “Eles sempre querem saber qual é o lanche. Então, na sexta-feira, já divulgamos o cardápio da próxima semana”, diz. “Assim, eles já ficam sabendo qual merenda gostosa vai estar esperando por eles.”

    Conheça a receita do enroladão saudável

    Assessoria de Comunicação Social

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  • O concurso foi idealizado para valorizar o papel dos profissionais da merenda, além de promover a formação de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (foto João Neto/MEC – 10/9/15)Merendeiros e merendeiras de todo o país têm até 2 de novembro para fazer a inscrição no concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. O prazo, que expiraria no dia 25 próximo, foi prorrogado para permitir que mais pratos regionais sejam adicionados ao cardápio, que já conta com dezenas de iguarias servidas diariamente nas escolas de todo o Brasil.

    Até agora, São Paulo, Minas Gerais e Paraná são as unidades da Federação com mais receitas cadastradas. Todos os 26 estados e o Distrito Federal estarão representados no concurso.

    Com a iniciativa, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) busca valorizar o papel dos profissionais da merenda, além de promover a formação de hábitos alimentares saudáveis, tanto no ambiente escolar quanto fora dele. Também é uma forma de comemorar os 60 anos da alimentação escolar no Brasil.

    O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) é considerado referência internacional para países interessados em criar ou aprimorar políticas na área. Atualmente, mais de 42 milhões de estudantes brasileiros são beneficiados pelo programa.

    Para participar do concurso, a merendeira ou o merendeiro deve inscrever a receita na página eletrônica do concurso e mobilizar a escola na qual trabalha para desenvolver pelo menos uma atividade de educação alimentar e nutricional que tenha a ver com a preparação inscrita. A escolha ocorrerá em quatro etapas, nas quais serão selecionadas as receitas mais elaboradas e saborosas de cada região. Os cinco vencedores da etapa nacional ganharão uma viagem internacional e um prêmio de R$ 5 mil.

    Os profissionais que já fizeram a inscrição devem observar os novos prazos, conforme a tabela. Além das inscrições, foram prorrogadas as datas das etapas estaduais e regionais, bem como as fases de divulgação dos resultados.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE



  • O Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) anunciaram, nesta quinta-feira, 26, no auditório do Sebrae Nacional, em Brasília, as cinco vencedoras do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. A competição, promovida pelo FNDE, autarquia do MEC, recebeu mais de 2 mil inscrições na fase inicial. Seu objetivo é valorizar o papel das merendeiras e merendeiros que trabalham diariamente em prol da alimentação de qualidade nas escolas públicas do Brasil e, assim, promover a alimentação saudável e mobilizar a comunidade escolar para a temática da educação alimentar e nutricional.

    Gilda Rosângela Cordeiro, representante do estado de Pernambuco, foi a vencedora da região Nordeste. A merendeira trabalha na Escola Estadual Juazeiro, no município de Tacaratu, na região do Sertão pernambucano e escolheu participar da competição com o prato Caldo Nordestino.

    O Caldo Nordestino de Gilda é feito com mandioca, couve e coxão de bode. A merenda é servida para os 259 alunos da Escola Juazeiro. “O principal ingrediente do meu prato é amor e carinho pelos estudantes. Amo minha profissão, para mim a mais importante do mundo. Os ingredientes do prato vêm da agricultura familiar e da horta da escola”, contou Gilda, sem esconder a felicidade por sair vitoriosa na disputa e faturar o prêmio de R$ 6 mil e uma viagem ao Caribe, com tudo pago.

    Merendeiras de todo o Brasil disputaram a final do Concurso Melhores Receitas, em Brasília (Foto: André Nery/MEC)

    Outra vencedora foi Daniela Fernanda Felizardo, representante da região Sul. De Bento Gonçalves, ela faturou o prêmio com o prato Polenteca. “Receber esse prêmio é muito gratificante. Não é só cozinhar. Você pode ter todos os temperos à sua disposição, só que o tempero principal é o que você leva no coração, que escorre pelas suas mãos, que é o amor, o carinho e a dedicação”, contou, emocionada, Daniela Felizardo.

    Campeãs – O concurso premiou cinco merendeiras, uma em cada região do país. Na região Norte, Maria Cláudia Ferreira dos Santos venceu com o prato Macarronada Paraense. Debora de Souza Leal Ribeiro, representando a região Centro-Oeste, faturou o primeiro lugar com o prato Legumes ao Creme de Milho. Luciana Aparecida Pinheiro, representando a região Sudeste, com o prato Arroz Minerim. Gilda Rosângela Cordeiro, representando a região Nordeste, com o prato Caldo Nordestino, e Daniela Fernanda Felizardo, na região Sul, com o prato Polenteca.

    Para o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares, esse concurso mostra a qualidade da merenda oferecida para os alunos e destaca a importância de iniciativas como essa. “Esses concursos são de fundamental importância para a melhora da qualidade da educação. No final de tudo isso, o que importa é que essas merendeiras estão ajudando a transformar a educação brasileira”, afirmou o secretário.

    O presidente do FNDE, Silvio Pinheiro, destacou a qualidade dos pratos apresentados diante das dificuldades encontradas pelas merendeiras no dia-a-dia. “É no cenário de dificuldade que a gente percebe que, muitas vezes, a cozinha não está preparada, não tem os equipamentos necessários. Mas vocês, com carinho, dedicação e experiência, conseguem fazer com que esse alimento chegue a nossas crianças”, disse Pinheiro.


    Assessoria de Comunicação Social 

  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras na promoção da alimentação saudável e reforçar a importância da educação alimentar e nutricional nas escolas públicas do país (foto: João Bittar/MEC – 12/5/11)Para marcar os 60 anos das primeiras iniciativas do governo federal na área de alimentação escolar, o Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) lançam, nesta quinta-feira, 10, em Brasília, o concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. Serão selecionadas, premiadas e divulgadas receitas de profissionais que preparam a merenda nas escolas públicas do país.

    As inscrições serão abertas na sexta-feira, 11, e se estenderão até 25 de outubro próximo. Realizado em quatro etapas, o concurso elegerá, ao final, as cinco melhores receitas, uma de cada região.

    O concurso será lançado às 11h, no Centro de Ensino Fundamental 2, da Cidade Estrutural, uma das administrações regionais do Distrito Federal. Está prevista a participação dos ministros da Educação, Renato Janine Ribeiro; do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e da Saúde, Arthur Chioro.

    Os vencedores receberão prêmio de R$ 5 mil e uma viagem internacional, além de conjunto de manipuladores de alimentos, com touca e avental personalizados, e certificado de participação. Também terão a oportunidade de participar de curso de elaboração de receitas e boas práticas na alimentação escolar. “O objetivo do concurso é valorizar o papel das merendeiras na promoção da alimentação saudável e reforçar a importância da educação alimentar e nutricional”, afirma o presidente do FNDE, Idilvan Alencar.

    A primeira etapa será eliminatória. Podem participar redes de ensino que alcancem pontuação mínima em relação a critérios relevantes na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), como contar com nutricionista, responsável técnico, cadastrado no FNDE e usar 30% dos alimentos oriundos da agricultura familiar, entre outros aspectos.

    Após a fase eliminatória, serão realizadas as etapas estaduais, nas quais serão selecionadas cinco receitas em cada estado e no Distrito Federal. Em seguida, a disputa se dará em nível regional. Cada região do país escolherá três receitas para a fase final, em Brasília, em 17 e 18 de dezembro próximo.

    Seleção — A escolha das melhores receitas, nas fases estadual e regional, contará com a participação de nutricionistas cadastrados e de presidentes de conselhos de alimentação escolar (CAE). Os votos, dados pela internet, na página do concurso, devem se basear na criatividade, na valorização de hábitos locais e na viabilidade da receita no Pnae — possibilidade de replicação no contexto da alimentação escolar.

    Para participação na etapa regional, os responsáveis pelas receitas devem ainda inserir, na página do concurso na internet, a descrição de atividade de educação alimentar e nutricional, desenvolvida na escola, relacionada à receita classificada.

    Na etapa final, as 15 receitas classificadas serão avaliadas por comissão formada por um estudante da rede pública de educação básica, um chefe de cozinha, um nutricionista, um conselheiro de alimentação escolar e um representante de entidades públicas parceiras do Pnae. As receitas serão preparadas durante a fase final, em Brasília. A comissão julgadora apontará a melhor de cada região.

    As inscrições devem ser feitas na página do concurso na internet.

    Assessoria de Comunicação Social do FNDE

  • Serão encerradas nesta quarta-feira, 12, as inscrições para o concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do Ministério da Educação. O objetivo é valorizar o papel das merendeiras e merendeiros na promoção de uma alimentação saudável e adequada no ambiente escolar. Serão selecionadas as cinco melhores receitas servidas nas escolas públicas de educação básica em todo o país, uma por região, e os campeões receberão um prêmio de R$ 4.800 e uma viagem internacional.

    Para se inscrever, basta acessar a página do concurso. Lá deverão ser informados o CPF da merendeira e o código Inep da escola. Em seguida serão solicitadas informações adicionais como ingredientes, medidas e modo de preparo da receita inscrita. Também é necessário informar uma atividade de educação alimentar e nutricional desenvolvida na escola, que seja relacionada à receita.

     “Uma alimentação equilibrada contribui para o desenvolvimento e para o bom aprendizado de todos”, afirma o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro. Ele destaca as merendeiras como essenciais para o sucesso do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que oferece 50 milhões de refeições diárias aos estudantes das escolas públicas brasileiras.

    Etapas – O concurso terá quatro fases. A primeira etapa será eliminatória. Só podem participar redes de ensino que alcancem uma pontuação mínima em relação a critérios relevantes da execução do Pnae, como adquirir produtos da agricultura familiar e possuir nutricionista responsável técnico cadastrado no FNDE, entre outros aspectos. Quem não alcançar a pontuação indicada no edital não poderá participar do concurso.

    Depois, vem a etapa estadual, onde serão selecionadas as cinco melhores receitas de cada unidade da federação, num total de 135. Na fase seguinte, a disputa regional, cada região escolherá três receitas que concorrerão na fase final, no fim de outubro.

    A seleção das melhores receitas, nas etapas estadual e regional, ficará a cargo de nutricionistas cadastrados e presidentes de conselhos de alimentação escolar. Os votos serão formulados na página eletrônica do concurso e devem atender quatro critérios básicos: criatividade, valorização de hábitos locais, inclusão de alimentos saudáveis e a possibilidade de replicação da receita no contexto da alimentação escolar.

    Na etapa nacional, as 15 receitas finalistas serão preparadas e degustadas por um júri composto por um estudante da rede pública acima de 12 anos, um nutricionista, um conselheiro de alimentação escolar, um chefe de cozinha reconhecido pela crítica e um representante das entidades parceiras do Pnae. A bancada julgadora vai apontar, então, as cinco receitas vencedoras do concurso, uma por região.

    Acesse a página do concurso    

    Assessoria de Comunicação Social

  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)Deixar uma criança com água na boca diante de um legume não é fácil. E se o desafio é vivenciado diariamente em casa, na escola a situação não é muito diferente. Por isso, no Centro Municipal de Ensino Futuro Brilhante, em Tangará da Serra, Mato Grosso, o jeito encontrado para fazer os vegetais terem sucesso entre os pequenos foi apresentá-los de forma mais criativa e saborosa.

    Criada pela merendeira Nelsi Hoffmann Cassemiro, 43 anos, a torta de legumes tornou-se o caminho mais eficiente para incluir abobrinha, cenoura, chuchu, milho e outros alimentos não tão populares no cardápio dos estudantes de 1 a 4 anos de idade. “Vendo que as crianças não aceitavam bem os legumes, feitos como salada, peguei uma receita que minha mãe fazia e adaptei aos ingredientes da creche”, diz Nelsi. “Logo, elas começaram a aceitar.”

    A receita nasceu da necessidade de tornar mais saudável a rotina alimentar de quem torcia o nariz para os legumes, mas acabou levando a escola à final do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. A competição nacional, promovida pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), recebeu mais de duas mil inscrições de pratos servidos em escolas de todas as regiões do país e chega à última etapa neste mês de janeiro.

    Antes do concurso, a receita já tinha sido aprovada pelos alunos. Com a competição, Nelsi viu a chance de incentivar outras crianças a consumir os legumes e não teve dúvidas em inscrever a torta. “Geralmente, a salada ficava muito no prato, mesmo com a gente incentivando os alunos a comer”, afirma a merendeira, há dois anos na função. “Então, experimentei fazer dessa forma e teve uma aceitação ótima.”

    Os ingredientes vêm da agricultura familiar daquela região mato-grossense. A atenção aos legumes na escola Futuro Brilhante é iniciativa antiga, que inspirou Nelsi. Com o projeto Alimentação Saudável, os professores trabalharam histórias e receitas com frutas, legumes, verduras e temperos naturais em sala de aula. Desenhos, músicas, recortes e degustações foram algumas das estratégias lúdicas para facilitar o contato das crianças com os alimentos.

    A merendeira Nelsi Cassemiro considera importante a viagem a Brasília: “Se eu não voltar vitoriosa, também não vou ficar triste; vai ser um aprendizado” (foto: divulgação)Aprendizado — Orientada pela equipe nutricional do município, que sempre acompanha o trabalho das merendeiras da escola, Nelsi diz que, além do cardápio a ser seguido, recebe formações periódicas por meio de palestras. “Aprendemos os cuidados com o manuseio dos alimentos e o que oferecer para as crianças que têm alergia”, diz. “E também a incentivar os alunos a comer legumes e verduras e a não desperdiçar.”

    E os resultados são visíveis, ela diz, com orgulho. Com os alunos ainda muito pequenos, em fase de introdução alimentar, Nelsi lembra-se de um que, no começo de 2014, rejeitava os diversos pratos do cardápio escolar. Com o cuidado e o estímulo das merendeiras, ao final do ano ele já não recusava a merenda. “A gente foi incentivando, e ele foi aceitando bem a comida. Dá gosto de ver isso.”

    Confiança — Antes de chegar à cozinha, Nelsi trabalhou nos serviços gerais da escola. Quando surgiu a vaga para merendeira, ela aproveitou logo a oportunidade. “A cozinha é meu ponto forte, sempre gostei”, afirma. “Mas cozinhar para crianças tem um jeitinho diferente porque elas são mais sinceras: quando não gostam da comida, elas falam mesmo.”

    Como os alunos da escola Futuro Brilhante gostaram da torta de legumes, Nelsi passou a considerar reais as chances de ganhar a competição. “Só o curso (de cozinha experimental) que a gente vai fazer em Brasília já vai ser muito bom”, destaca. “Se eu não voltar vitoriosa, também não vou ficar triste; vai ser um aprendizado.”

    Nelsi anuncia uma carreata pelas ruas da cidade quando voltar, independentemente do resultado da final. “Mas, se Deus quiser, eu vou sair vencedora”, diz, confiante.

    Brincadeira de lado, para Nelsi, o mais importante da participação é a experiência e o reconhecimento proporcionados pelo concurso. Numa das etapas, ela fez o passo a passo da receita com os pequenos alunos. “Geralmente, a merendeira não tem um reconhecimento tão grande, e participar desse concurso, chegar aonde eu cheguei, já é uma vitória”, comemora.

    A receita de torta de legumes de Nelsi Cassemiro pode ser conferida na página do prêmio na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Melhores receitas da alimentação escolarEra sempre a mesma coisa: no prato das crianças do Centro de Educação Infantil Municipal Restinga, na cidade catarinense de Mafra, o quibebe sobrava. A receita, que tem como carro-chefe o purê de abóbora, definitivamente, não fazia sucesso. “Um dia, tinha sobrado muito, e eu não gosto de jogar comida fora. Pensei: ‘Não vou estragar’!”, conta Jucélia Alves Boneta, merendeira há 13 anos, que não se conformava com a recusa dos alunos. Daí, um novo prato: o nhoque de abóbora. “Elas adoraram, mas eu não disse que era de abóbora”, diz Jucélia, ao revelar o segredo do sucesso.

    A novidade foi tão bem aceita que, nos dias seguintes, os alunos só queriam o prato inventado pela “tia Ju”. Diretora e professores também aprovaram. Faltava a nutricionista do município, que levou a receita para a capacitação anual das merendeiras de Mafra e a testou com as outras profissionais. Resultado: aprovação com louvor. Desde então, cerca de três anos atrás, o nhoque de abóbora criado para não desperdiçar comida entrou no cardápio da merenda escolar da cidade. “Aqui, todo mundo gosta”, garante Jucélia.

    Quando surgiu a notícia do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os parceiros de trabalho incentivaram Jucélia a inscrever a receita do nhoque de abóbora, que agora está entre as 15 finalistas da competição nacional, que teve mais de duas mil candidatas. “Às vezes, eu nem acredito que é verdade, que estou classificada”, diz, como se lembrasse a si mesma.

    A merendeira Jucélia fez tanto sucesso entre alunos e professores da escola Restinga, que seu nhoque de abóbora foi adotado nas outras escolas de Mafra (Foto: Divulgação) Jucélia conta que, antes de chegar à escola, não tinha muito talento para a cozinha. “Eu era boa em queimar feijão”, diz, entre risos. “Na verdade, aprendi a cozinhar no colégio; adoro trabalhar ali, é a minha segunda casa. Amo o que eu faço.”

    Evolução — Dos 13 anos de experiência na merenda escolar, uma década no CEIM Restinga, ela conta que viu a alimentação servida nas escolas evoluir nesse período. Segundo Jucélia, o acompanhamento de nutricionistas sempre existiu, mas hoje é cada vez mais próximo e lúdico. Além de passar o cardápio do que deve ser servido na escola, os profissionais de nutrição do município promovem ao menos uma formação por ano, durante as férias de julho, para todas as merendeiras de Mafra. Uma ação realizada na própria escola foi o teatrinho. Com uma adaptação da clássica história de Chapeuzinho Vermelho, em que a merendeira atuou como a mãe da menina, as crianças foram incentivadas não apenas a comer, mas a comer bem, com legumes e verduras.

    Além disso, e essa é a grande diferença na opinião de Jucélia, parte dos alimentos é comprada dos agricultores locais, o que garante mais qualidade. “As verduras que a gente recebia antes vinham do mercado, chegavam amassadas, velhas”, diz. “Agora, elas vêm da agricultura familiar, os próprios agricultores vêm deixar na escola. Eles cortam de manhã e já trazem tudo fresquinho.”

    A Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, determina que o mínimo de 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) seja usado na compra de alimentos vindos diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural, bem como suas organizações. Têm prioridade os assentamentos da reforma agrária, comunidades tradicionais indígenas e quilombolas.

    Assim, com orientação nutricional e alimentos de qualidade, inventar receitas e deixar saborosas as quatro refeições servidas diariamente aos pequenos de 2 a 6 anos da CEIM Restinga fica mais fácil, garante Jucélia. “Quando a gente vê o pratinho deles limpo, eles dizendo: ‘Tia Ju, sua comida estava muito gostosa’, não tem dinheiro que pague”, diz a merendeira. Para ela, que nem acreditava que pudesse ir tão longe, o concurso é só mais um incentivo para continuar aperfeiçoando o trabalho. “Num primeiro momento, eu fiquei meio assim: será que vai dar certo? Mas se chegamos até aqui, vamos botar pra quebrar”, afirma.  

    A receita de  nhoque de abóbora de Jucélia Boneta pode ser conferida na página do prêmio na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)Há dez anos na Escola Estadual Vereador Antônio Laurindo, em Iporá, Goiás, a merendeira Osmarina Pereira Assini, 40 anos, não imaginava que um velho hábito na cozinha a levaria tão longe. Ela, que nunca foi de se acomodar com a falta de algum ingrediente e se acostumou a substituir uma coisa por outra para criar novas iguarias, é uma das 15 finalistas do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar.

    Promovido pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o concurso premiará este mês, em Brasília, as cinco melhores receitas servidas em escolas de todas as regiões do país. E a torta saborosa de batata-doce com peixe, criada por Osmarina a partir da falta da farinha de trigo, é uma das concorrentes. 

    “A minha farinha de trigo tinha ficado pouca para a receita original; aí eu tinha bastante batata-doce, então resolvi com ela”, conta Osmarina. A merendeira estava certa de que não seria classificada ante as mais de duas mil receitas inscritas. “Porque a gente é do interior, e a escola é muito pequenininha”, diz. “Graças a deus, chegamos. Tem hora que a gente faz as coisas e acha que nem vai dar certo, mas é onde dá.”

    Apesar de já ter “cozinhado pra fora” e trabalhado em restaurantes, Osmarina, em sua paixão pela cozinha, se realiza ao alimentar os estudantes das turmas do primeiro ao nono ano que compõem a escola. Cada refeição, ela diz, é um desafio. “É muito gratificante quando você faz as coisas ou inventa alguma receita diferente, e eles amam, pedem pra repetir”, afirma. “Quando eles não gostam, você fica frustrada.” Ela garante que já sabe lidar com a sinceridade e a exigência de sua “clientela”.

    No caso da torta saborosa de batata-doce com peixe, a aprovação foi unânime, tanto que foi preciso repetir o prato outras vezes. “O mais legal é que a receita tem a tilápia, que é fonte de ômega 3 (ácido graxo que auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim, enquanto favorece o aumento do colesterol bom), e tem ainda a batata, com valor nutricional muito grande, uma fonte de energia”, explica a merendeira. Segundo Osmarina, até com sardinha é possível fazer a iguaria. “O importante é ter criatividade.”

    Formação — Tanto conhecimento sobre o valor nutricional do peixe e da batata-doce não é à toa. A Secretaria de Educação do estado promoveu, também este ano, o primeiro concurso de alimentação entre as unidades escolares. Em duas etapas formativas, as profissionais da cozinha receberam informações sobre a importância desses ingredientes específicos. Além disso, os alunos do programa Mais Educação — estratégia do MEC para ampliar a jornada escolar, com cursos oferecidos pelas escolas participantes — foram estimulados a plantar o vegetal na própria unidade de ensino.

    Osmarina Assini duvidava das chances de chegar à final: “Tem hora que a gente faz as coisas e acha que nem vai dar certo, mas é onde dá” (foto: divulgação)Para Osmarina, o segredo para oferecer uma boa alimentação aos estudantes é a atenção com o cardápio. Na escola Vereador Antônio Laurindo, não há espaço para frituras, por exemplo. Há sempre muita salada, e a variedade dos pratos dá mais equilíbrio ao que as crianças consomem. “Quando algum aluno tem restrição e não pode comer um determinado alimento, a gente procura substituir”, diz. Além das duas refeições por dia servidas a todos os estudantes, aqueles que fazem parte do Mais Educação e, portanto, passam mais tempo no ambiente escolar recebem ainda um reforço no lanche, com frutas da estação.

    Orgulho — Feliz por participar do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, a merendeira fala com orgulho da função que exerce na educação dos meninos e meninas de Iporá, município com 32 mil habitantes. “Uai, eu amo o que eu faço, e é tão bom quando você faz um trem que você gosta”, diz Osmarina. Para ela, o destaque dado aos que trabalham na cozinha é um reconhecimento que só professores e diretores estão acostumados a ter. “É muito importante. A gente fica com vontade de fazer melhor ainda.”

    A receita da torta saborosa de batata-doce com peixe de Osmarina pode ser conferida na página do prêmio na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Quinze iguarias foram escolhidas para disputar a etapa final do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A lista, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 4, traz três representantes de cada região do país.

    A final acontece nos dias 17 e 18 de dezembro, em Brasília, mas os finalistas chegam à capital federal dois dias antes para participar de um curso na cozinha experimental do Sesi, em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal.

    No dia 17, quando a última fase da disputa começa, os pratos serão preparados e apresentados a um júri, que fará a degustação. Os autores das cinco melhores refeições servidas em escolas brasileiras serão premiados, com uma viagem internacional e um prêmio de R$ 5 mil, no dia 18.

    “Mais do que identificar as receitas mais nutritivas e saborosas da alimentação escolar no Brasil, o concurso chama a atenção para a importância da merendeira na formação de hábitos alimentares saudáveis, reconhecendo, assim, seu papel de educadora", ressalta o presidente do FNDE, Idilvan Alencar.

    Verdadeiro passeio pela riqueza gastronômica do Brasil, presente também nas escolas, o concurso marca os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

    Consulte a lista das merendeiras classificadas  

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A merendeira, durante o preparo do prato: “Nós incentivamos os alunos a se alimentarem melhor” (Foto: Mariana Leal/MEC)
    O prato campeão da região Centro-Oeste, no concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, foi o de legumes ao creme de milho, feito pela merendeira Debora de Souza Leal Ribeiro, da cidade de Taquarussu (MS).

    Debora considerou maravilhoso participar do concurso e mais ainda vencer a competição. Segundo a merendeira, após a repercussão do prêmio, até a consideração dos alunos por ela mudou. “Quando se fala em escola, lembramos, primeiramente, do professor e do diretor. Muitas vezes, esquecemos que a merendeira também faz parte da educação escolar; nós incentivamos os alunos a se alimentarem melhor. Após o concurso me sinto mais valorizada e respeitada”, comemora.

    A competição, promovida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, teve o objetivo de valorizar o papel dos profissionais da merenda na promoção de uma alimentação saudável e adequada nas escolas públicas brasileiras. A premiação das cinco ganhadoras – uma de cada região do país – ocorreu no dia 26 de outubro. As receitas vencedoras têm sido divulgadas na íntegra no portal do MEC.

    Debora Ribeiro, de Taquarussu (MS), exibe o creme de legumes ao milho com o qual venceu a etapa Centro-Oeste do concurso Melhores Receitas (Foto: Mariana Leal/MEC)
    Confira a receita dos legumes ao creme de milho:
    Tempo de preparo – 1 hora
    Número de porções – 10

    Ingredientes:
    500g de cenoura crua
    500g de vagem crua
    600g de milho verde cru
    500g de couve-flor crua
    500g de carne de frango
    50g de salsa crua
    20g de cebolinha crua
    40g de margarina vegetal sem sal
    5g de alho cru
    15g de sal de cozinha
    1,5l de leite de vaca integral

    Modo de preparo:
    Corte todos os legumes em pedacinhos pequenos e cozinhe de modo que fiquem firmes. Retire o milho da espiga e cozinhe metade (300g). A outra metade, bata no liquidificador com o leite, coe e reserve.

    Frite o frango em cubinhos em 20g de margarina, até que fique dourado, e reserve. Junte o frango, os legumes e o milho já cozidos em uma só panela com 20g de margarina, alho e sal. Jogue, a seguir, o caldo do milho batido com leite e mexa até engrossar.

    Desligue o fogo, coloque a salsinha e a cebolinha. Mexa e sirva quente.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Maria Cláudia Ferreira dos Santos (e), na preparação do prato durante a etapa final do concurso Melhores Receitas (Foto: Mariana Leal/MEC)
    A merendeira Maria Cláudia Ferreira dos Santos é uma das vencedoras do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar deste ano. Representante da região Norte, Maria Cláudia participou da competição com a macarronada paraense.

    “Fiquei muito feliz em ganhar o prêmio, principalmente, pelo reconhecimento dessa profissão que eu amo. Costumo dizer que a merendeira nunca pode faltar, e é assim que lido com meu trabalho, de forma séria e respeitosa”, avalia. Maria Cláudia trabalha na Escola Municipal José Alves Cunha, localizada no bairro Tapanã, em Belém, e destaca que, por ser uma escola de periferia, todos ficaram lisonjeados com a premiação. “Meu segredo para vencer foram dois ingredientes: amor e carinho”, afirma.

    A competição, promovida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, teve o objetivo de valorizar o papel dos profissionais da merenda na promoção de uma alimentação saudável e adequada nas escolas públicas brasileiras. A premiação das cinco ganhadoras – uma de cada região do país –ocorreu no dia 26 de outubro. As receitas vencedoras têm sido divulgadas na íntegra no portal do MEC.

    Confira a receita da macarronada paraense:

    Tempo de preparo – 2 horas
    Número de porções – 10

    Ingredientes:

    500g de peito de frango
    25ml de tucupi
    15g de alfavaca
    75g de jambu
    500g de macarrão espaguete
    45g de coentro em folha
    45g de cebola
    45g de chicória
    75g de alho
    30g de pimentão verde
    15g de sal
    15g de manjericão fresco
    30g de urucum
    45g de tomate vermelho
    300g de limão tahiti
    30g de berinjela
    6 unidades de ovo de galinha
    15g de beterraba
    30g de cenoura
    30g de óleo de soja

    Modo de Preparo:

    Lave o filé de peito de frango com limão e tempere com sal, limão, alho, cebola, urucum, manjericão, pimentão, tomate, chicória, alfavaca e coentro. Leve o frango ao fogo na panela de pressão para refogar e cozinhe por quarenta minutos. Desfie o frango na própria panela, acrescente o jambu cortado bem fino e leve novamente ao fogo por mais cinco minutos.

    Coloque o tucupi já temperado para ferver em outra panela. Refogue os temperos, quebre o macarrão, mexa e adicione ao tucupi. Deixe o macarrão ao dente, para que fique cremoso. Acrescente o frango ao macarrão e misture. Decore com folhas de alface, ovo cozido em rodelas, lascas de berinjela, tomate, cenoura e beterraba.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)“É a coisa que eu mais gosto na minha vida”, diz Maria da Conceição Ferreira do Carmo, sobre o trabalho de merendeira na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Do Evangelho, em Vitória do Xingu (PA). Há quatro anos, ela cozinha para 360 alunos do município, na zona rural no sul do estado paraense e em 2015 ganhou um reconhecimento diferente.

    Autora da receita de farofa nutritiva, classificada entre as 15 finalistas do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, além de ver o prato fazer sucesso entre alunos e jurados, ela sentiu o gostinho de a iguaria ser transformada em tema de estudo na sala de aula. O Projeto Interdisciplinar Farofa Nutritiva, como foi chamado, envolveu os alunos do terceiro ao quinto ano entre novembro e dezembro de 2015.

    Em todas as matérias do ensino fundamental, a farofa foi trabalhada pelos professores e alunos. Na disciplina de português, por exemplo, o gênero receita foi estudado com mais atenção. Já em matemática, a quantidade dos ingredientes, a proporção e a transformação das medidas foram incorporadas ao conteúdo normal.

    A origem dos alimentos utilizados no prato foi discutida na matéria de geografia, por meio de visita dos estudantes à casa de farinha da aldeia Pakisamba. Lá, eles puderam conhecer a produção do principal produto da receita, comprado da cooperativa indígena pelo Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal.

    Em história, conhecer a realidade das quatro aldeias indígenas da região que fornecem a farinha ampliou a visão dos alunos sobre a receita. O valor nutricional dos ingredientes foi trabalhado, ainda, em ciências. E na disciplina de artes quem deu aula foi a merendeira Maria da Conceição, que colocou os alunos para pôr a mão na massa e se deliciar com a farofa, que chegou à final do concurso promovido pelo Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

    A competição busca conhecer e valorizar os pratos servidos diariamente a milhões de brasileiros, nas escolas públicas do país, além de reconhecer o trabalho de merendeiros e merendeiras. Quando surgiu a oportunidade de participar do concurso, Maria da Conceição resolveu criar o prato especialmente para inscrevê-lo na disputa.  

    “Grão de bico, soja, cenoura, beterraba, cebolinha, pimentinha de cheiro e a farinha de puba, típica da região”, são alguns ingredientes da receita citados por Maria da Conceição, esclarecendo que outros tipos de farinha do país também podem ser usados. O importante, diz a merendeira, é a farofa ser cheia de alimentos saudáveis.

    Aprendizado – Na Escola Do Evangelho, tudo o que vai para o prato das crianças é acompanhado de perto pela equipe de nutricionistas do município, que visita a escola semanalmente. Os profissionais dão orientações às merendeiras e montam, junto com elas, o melhor cardápio servido aos alunos, da pré-escola à Educação de Jovens e Adultos (EJA), nos três turnos.  

    A merendeira Maria da Conceição viu sua iguaria ser tema de estudo e ainda deu uma aula prática para os alunos (Foto: divulgação)Mas nem sempre foi fácil. No começo, havia muita resistência dos alunos com o cardápio proposto e era constante o desperdício de alimentos. Foi preciso, então, chamar a família para a escola e promover a importância de uma reeducação alimentar também em casa.

    Nesse processo, o projeto Horta Escolar, mantido pelo programa Mais Educação, do Governo Federal, foi um importante incentivo na alimentação dos estudantes. Alguns ingredientes das receitas preparadas na cozinha da escola são cultivados pelos próprios alunos. Uma maneira de, desde cedo, despertar o interesse das crianças pelos alimentos. Plantando e colhendo legumes e hortaliças, fica mais difícil recusá-los na hora de comer.

    As frutas são compradas dos agricultores da região e têm até um dia especial no cardápio. É a sexta-feira, o Dia da Fruta, em que além de serem usadas nos sucos, são servidas como sobremesa. E se tem uma fruta que não pode faltar é o açaí. Seja qual for o dia, servido com farinha de mandioca, ele é sucesso garantido entre os alunos. “Os meninos adoram”, conta a merendeira, orgulhosa.

    Confira a receita da farofa nutritiva

    Assessoria de Comunicação Social

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  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)Se há um ingrediente que não falta no prato dos alunos da Escola Mundo Infantil, em Parauapebas, Pará, é amor. Quem garante é Vanusa do Nascimento Sousa da Costa, 37 anos, que há cinco trocou a cozinha dos restaurantes pela rotina das escolas municipais. “Tem criancinha que só se alimenta lá”, diz a merendeira, emocionada. “Você nem imagina como é gratificante ver os meninos comendo, depois brincando, correndo, pulando.”

    Quando soube do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o desejo de participar veio logo. A receita do escondidinho de frango, que Vanusa já fazia em casa, foi adaptada ao paladar das crianças de 4 a 6 anos. O prato fez tanto sucesso que chegou à final da competição, que recebeu mais de 2.433 inscrições de profissionais da merenda todo o país.

    O segredo, ela diz, foi o aproveitamento de um legume não muito popular entre as crianças. “Elas não gostam muito de couve. Quando a gente coloca na salada, deixa bem arrumadinho, corta o talo, pra ver se eles comem”, revela. Como o talo tem a mesma vitamina das folhas, Vanusa experimentou juntá-lo com o frango, na esperança de as crianças não notarem. “Deu certo, e ficou supergostoso”, diz. A mesma coisa ela fez com a batata e a mandioca que restaram de outras receitas. “Pegando um pouquinho de um e um pouquinho de outro fica gostoso A merendeira Vanusa já considera uma vitória o fato de representar a escola no concurso, mas diz que o grande prêmio é recebido “quando os alunos gostam da comida e pedem para repetir” (foto: divulgação) e nada se estraga.”

    A merendeira fala com propriedade sobre a importância da qualidade da comida servida nas escolas, especialmente a que é servida às 278 crianças que ela atende na Mundo Infantil, ainda em fase de construção dos hábitos alimentares. A receita classificada, por exemplo, leva menos sal, dispensa o queijo e inclui a couve quando pensada para os pequenos.

    Mãe de seis filhos e avó de um menino de um ano e meio, Vanusa diz que a experiência da escola a ajudou a melhorar o que é servido em casa. “Tenho o maior cuidado agora”, afirma. “Não dou mais doce, nem enlatado; os nutricionistas dizem que não pode.”

    Horta — Essa consciência sobre o valor dos alimentos, além do jeito certo de higienizá-los e aproveitá-los, é parte do aprendizado que Vanusa adquiriu no dia a dia e nas formações periódicas oferecidas pela equipe de nutricionistas de Parauapebas. Além disso, toda semana, cada escola recebe a visita de um profissional de nutrição, que orienta as merendeiras e passa o cardápio do que deve ser servido.

    Para dar mais qualidade à alimentação das crianças, que fazem duas refeições por turno, o município desenvolve projeto em que cada escola cultiva a própria horta. Merendeiras, funcionários de outros setores e os alunos ajudam a cuidar da pequena plantação orgânica. “A gente já tem cheiro-verde, couve, uns pés de cenoura, pepino, abóbora, cebolinha, jambu, chicória; é linda a nossa horta”, orgulha-se Vanusa.

    Maranhense, há dez anos no Pará, ela conta os dias para a final do concurso Melhores Receitas, este mês, em Brasília. Embora concorra a um prêmio de R$ 5 mil e uma viagem, Vanusa já considera uma vitória o fato de representar a escola. Mas o grande prêmio é recebido todos os dias, “quando os alunos gostam da comida e pedem pra repetir”.

    A receita de escondidinho de frango de Vanusa pode ser conferida na página do prêmio na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Merendeiras do CEF 2 da Cidade Estrutural: rede pública de ensino do DF concorrerá com cinco receitas na etapa estadual do concurso (foto: João Neto/MEC)Ao som do Batidão da Alimentação e do Rock das Frutas, em apresentação dos alunos do Centro de Ensino Fundamental 2 da Cidade Estrutural, região administrativa do Distrito Federal, foi lançado, na manhã desta quinta-feira, 10, o concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. “Fico muito feliz em ver as crianças desenvolvendo atividades como esta”, disse o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro.

    No concurso, que terá as inscrições abertas nesta sexta-feira, 11, com prazo até 25 de outubro, serão selecionadas, premiadas e divulgadas receitas de profissionais que preparam a merenda nas escolas públicas do país. “Isso não é apenas um concurso qualquer”, afirmou o ministro. “Isso mostra que o Brasil valoriza as merendeiras de todo o país e sabe da importância da alimentação para o desenvolvimento da criança.”

    Acompanhado do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, o ministro Janine Ribeiro visitou a escola, localizada em área ocupada por população carente, a 13 quilômetros do Plano Piloto de Brasília. A comitiva passou por salas de aula e conheceu toda a parte de alimentação, como a cozinha e a despensa. Rollemberg apresentou ao ministro o trabalho feito por cooperativas agrícolas com alimentos orgânicos.

    O concurso das melhores receitas de merenda faz parte das comemorações de 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “É um dos programas mais eficazes na garantia do direito à alimentação, elemento determinante no processo de aprendizagem”, disse o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Idilvan Alencar, que participou da visita. “A criação de um concurso de receitas representa também a valorização desses profissionais.”

    Janine Ribeiro, ao lado de Rollemberg, visitou o CEF 2 da Cidade Estrutural e conheceu as instalações onde é preparada a merenda escolar (foto: João Neto/MEC)Etapas — Serão realizadas quatro etapas ao longo do concurso. Da primeira, eliminatória, podem participar redes de ensino que alcancem pontuação mínima em relação a critérios relevantes na execução do Pnae, como contar com nutricionista, responsável técnico, cadastrado no FNDE e usar 30% dos alimentos oriundos da agricultura familiar, entre outros aspectos. Após a fase eliminatória, serão realizadas as etapas estaduais, nas quais serão selecionadas cinco receitas em cada estado e no Distrito Federal. Em seguida, cada região do país escolherá três receitas para a fase final, em Brasília, em 17 e 18 de dezembro próximo.

    Na etapa final, as 15 receitas classificadas serão avaliadas por comissão formada por um estudante da rede pública de educação básica, um chefe de cozinha, um nutricionista, um conselheiro de alimentação escolar e um representante de entidades públicas parceiras do Pnae. As receitas serão preparadas durante a fase final, em Brasília. A comissão julgadora apontará a melhor de cada região.

    Para concorrer, os profissionais da merenda devem inscrever a receita e mobilizar a escola em que trabalham para desenvolver pelo menos uma atividade de educação alimentar e nutricional que esteja relacionada à preparação da receita.

    As inscrições devem ser feitas na página do concurso na internet. Mais informações no regulamento do concurso.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE


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    Concurso vai premiar e valorizar profissionais que tenham as melhores receitas de merenda

     

  • Luciana Aparecida Pinheiro, de São Sebastião do Paraíso, acertou na escolha ao inscrever sua receita na competição (Foto: Mariana Leal/MEC)
    Entre tantas delícias preparadas pela merendeira Luciana Aparecida Pinheiro, da cidade de São Sebastião do Paraíso (MG), a escolhida por ela para participar do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar foi o Arroz Minerim. A escolha foi acertada: o prato foi um dos vencedores da competição, representando a região Sudeste.

    “Minha ideia foi criar uma receita colorida e saborosa, aproveitando talos e outros ingredientes que chamassem a atenção dos alunos, despertando neles a vontade de comer. E deu certo”, comemora Luciana. A merendeira conta que participar do concurso foi um momento único em sua vida, e ser uma das ganhadoras foi especial, porque ama o que faz. “A sensação de ganhar é muito boa, não tem como explicar a emoção que senti”.

    A competição, promovida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, teve o objetivo de valorizar o papel dos profissionais da merenda na promoção de uma alimentação saudável e adequada nas escolas públicas brasileiras. A premiação das cinco ganhadoras – uma de cada região do país – ocorreu no dia 26 de outubro. Todas as receitas vencedoras foram divulgadas na íntegra no portal do MEC.

    Arroz Minerim, o prato vencedor: ideia foi utilizar ingredientes coloridos par despertar o apetite (Foto: Mariana Leal/MEC)

    Confira a receita do Arroz Minerim:

    Tempo de preparo – 2 horas e 40 minutos
    Número de porções – 10

    Ingredientes:

    300g de arroz branco
    100g de folha de beterraba
    60g de couve manteiga
    60g de brócolis
    60g de abóbora cabotian
    60g de cenoura
    200g de peito de frango
    100g de tomate vermelho
    30ml de óleo de soja
    10g de sal
    30g de cebola
    15g de alho
    15g de salsinha
    15g de cebolinha
    Água

    Água

    Modo de Preparo:

    Em uma panela de pressão, cozinhe o peito de frango com tomate, cebola e alho. Após o cozimento, desfiá-lo e reservar. Refogue com óleo, cebola, alho e sal os talos de brócolis, a casca da abóbora e os talos da couve. Reserve-os.

    Em outra panela, refogue os talos de beterraba com óleo, alho, cebola e sal. Reserve-os. Em uma panela maior, refogue o arroz com óleo, cebola, alho e sal e, quando a água estiver quase secando, misture a cenoura ralada. Depois de tudo pronto e cozido, misture em uma única vasilha, salpique a cebolinha e a salsinha por cima e sirva.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Nos dias 28 e 29 próximos, um júri vai apontar, entre 15 receitas, a mais bem elaborada de cada região do Brasil (arte: ACS/MEC)Desde criança, Maria Arlete da Silva, 40 anos, alimenta o sonho de cozinhar para os outros. Começou preparando receitas para as bonecas. Depois, vieram os parentes e, logo, os vizinhos descobriram o tempero da piauiense radicada no Pará. Há quatro anos, ela virou merendeira na Escola Municipal de Ensino Fundamental Novo Horizonte, em Parauapebas, município de 189,9 mil habitantes do leste paraense. Lá, 1.844 estudantes comprovam diariamente o talento de Arlete na cozinha. “Eu amo meu trabalho, é muito gratificante, e poder fazer merenda para eles é mais especial ainda”, diz. “Eu, se tivesse estudo, queria ser chef  de cozinha porque gosto de aprender e de ensinar.”

    Maria Arlete é finalista do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Ministério da Educação e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar. Na etapa final, prevista para os dias 28 e 29 próximos, um júri selecionado vai apontar a iguaria mais saborosa e mais bem elaborada de cada região do Brasil. As cinco vencedoras ganharão uma viagem internacional e um prêmio de R$ 5 mil.

    A primeira fase do concurso contou com a participação de merendeiras de todo o país. Foram inscritas 2,4 mil receitas. Desse total, 1,4 mil passaram pela fase eliminatória e foram submetidas, na etapa estadual, aos votos de presidentes de conselhos de alimentação escolar e nutricionistas cadastrados no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). As votações apontaram as 123 receitas que seguiram para a fase regional.

    Para participar da etapa regional, os profissionais da merenda selecionados descreveram, na página do concurso na internet, uma atividade de educação alimentar e nutricional relacionada à receita. Em seguida, os presidentes dos conselhos de alimentação escolar e os nutricionistas cadastrados no FNDE escolheram as três melhores receitas de cada região. Agora, essas 15 receitas disputam a fase final do concurso.

    O trabalho dessas 15 finalistas será retratado em uma série, que começa ser publicada nesta segunda-feira, 11, pelo MEC.A merendeira Maria Arlete da Silva e seu arroz de cuxá com charque (Foto: Divulgação)

    Reconhecimento — Ter a receita entre as 15 escolhidas, dentre 2.433 inscritas, é um reconhecimento que Maria Arlete jamais imaginou receber. “Fiquei muito feliz”, resume.

    A cozinheira inscreveu a receita de arroz de cuxá com charque, uma releitura do prato típico do Maranhão. Elaborada por Maria Arlete, com a ajuda das outras merendeiras da escola, a iguaria ganhou mais regionalidade com a troca do principal ingrediente. No lugar do camarão, usado no Nordeste, o charque, muito popular no Pará, aproximou a receita da cultura local. “As crianças gostaram; então, resolvemos inscrever”, diz.

    Qualidade — Com os nutricionistas do município, encarregados de, toda semana, visitar as escolas e passar orientações às merendeiras, Maria Arlete diz que aprendeu não só a substituir os ingredientes para valorizar o aspecto regional. Ela descobriu os nutrientes que cada fruta e verdura têm. “Eles explicam sempre a maneira certa de a gente trabalhar, a limpeza dos alimentos, o valor nutritivo”, conta. Isso, aliado ao projeto que criou uma horta no ambiente escolar, garantiu mais qualidade à alimentação dos estudantes, de acordo com Arlete.

    “A comida é muito nutritiva, toda natural; os alimentos vêm daqui mesmo; tanto que, para a receita, a gente usou os temperos plantados no próprio colégio”, diz a merendeira, referindo-se à vinagreira, à pimentinha, ao pimentão e ao coentro usados para fazer o molho de cuxá.

    Conhecida pela dedicação e gosto pelo que faz, Arlete prepara-se agora para a primeira viagem de avião e para o que a última etapa da competição, que será encerrada em Brasília, em janeiro de 2016, vai lhe ensinar. Mesmo sem ter frequentado por muito tempo uma sala de aula, ela sabe que uma chef de verdade está sempre disposta a aprender.

    A receita de arroz de cuxá com charque de Maria Arlete pode ser conferida na página do prêmio na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

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