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  • Para assegurar aos professores do interior da Amazônia o acesso a cursos de formação inicial e continuada por meio das novas tecnologias, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, vai levar a Universidade Aberta do Brasil (UAB), a partir de novembro, a 60 comunidades ribeirinhas do Rio Juruá, no extremo oeste do Amazonas.

     “A iniciativa integra áreas isoladas da região para atuar na formação de professores e técnicos educacionais”, explica o coordenador de programas de cursos e formação da Diretoria de Educação a Distância da Capes, Carlos Estevam Marcolini. “É a primeira vez que a Capes está entrando profundamente na Amazônia. São comunidades que nunca tiveram acesso à educação superior. Por meio da UAB, serão ofertados cursos em plataforma totalmente online”.

    O projeto-piloto é vinculado ao programa federal Amazônia Conectada, do Ministério do Exército, e pretende integrar áreas isoladas da região com uma fibra ótica subfluvial. Inicialmente será implantado no município de Carauari, onde existem duas unidades de conservação: a Reserva Extrativista Médio Juruá, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uacari, vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas.

    A UAB será responsável pela formação de professores na modalidade a distância. A intenção é melhorar a qualidade do ensino nas comunidades ribeirinhas. A estruturação dos cursos vem sendo feita há dois anos e, em novembro, profissionais da Capes visitarão o local pela última vez antes do início das atividades, em janeiro.

    O trabalho será realizado em duas frentes: uma voltada à formação inicial de futuros professores e outra à formação continuada daqueles que já atuam nas escolas da área rural. A primeira oferta o curso de pedagogia do campo, cujo projeto foi desenvolvido especificamente para comunidades situadas em unidades de conservação.

    Qualidade – A longo prazo, a ação se transformará em economia para a prefeitura local, pois não será mais necessário o deslocamento de professores da sede do município. O trabalho também representa a garantia de educação de qualidade, com respeito à identidade das crianças que cuidarão das florestas no futuro. O curso, conduzido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), na comunidade Bauana, terá duração de quatro anos e oferecerá 55 vagas.

    Na linha de educação continuada, o Projeto Escolas Ribeirinhas Sustentáveis é uma proposta de ação de educação ambiental junto às escolas ribeirinhas, no contexto do bioma Amazônia. Está sendo considerada a determinação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de que a integralização curricular poderá incluir, a critério dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os temas transversais. Aqui, o tema a ser desenvolvido será ‘água’, de forma multidimensional.

    As referências para a execução desse trabalho encontram-se em conhecimentos científicos, saberes tradicionais e originários, além de pesquisas, práticas e intervenções locais sustentáveis e prevenção de desastres. Os conteúdos incluem as mudanças do clima e educação para a redução de riscos, com vistas à prevenção de desastres hidrometeorológicos. Também haverá atividades práticas, denominadas “ecotécnicas”, sobre saneamento, captação, monitoramento e filtragem de água.

    Referência – A ação será desenvolvida durante dois anos pelo Instituto Federal do Amazonas (IFAM), em parceria com MEC, MMA e outros órgãos. O público-alvo são os 68 professores de 36 escolas ribeirinhas, envolvendo aproximadamente mil alunos. O objetivo é tornar a iniciativa uma referência para outras localidades da Amazônia e outros biomas brasileiros cujo desafio seja educar as populações extremamente isoladas.

    O foco da UAB é capacitar as pessoas do interior do estado a contribuir para o desenvolvimento da região. Os cursos, ministrados a distância por 135 instituições de educação superior, já atenderam mais de 220 mil alunos em todo o Brasil. Hoje existem cerca de 800 polos de educação a distância.

    Formação – A Capes tem outros três programas que contribuem para a formação inicial e continuada de professores. O Programa de Iniciação à Docência (Pibid) possibilita aos estudantes da primeira metade do curso uma aproximação prática com a rotina das escolas públicas e, desde 2009, já atendeu a mais de 200 mil licenciados desde 2009.

    Também em operação desde 2009, o Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Pafor) permite capacitar os profissionais do magistério que lecionam na rede pública e não têm formação específica na área em que atuam em sala de aula. Atualmente, o Pafor já tem registradas mais de 2,9 mil turmas, com cerca de 94 mil professores matriculados e 44 mil formados. São docentes de 3,3 mil municípios, 510 dos possuem turmas em atividade.

    O programa Residência Pedagógica, por sua vez, busca o aperfeiçoamento do estágio curricular supervisionado a partir da segunda metade da licenciatura e, em 2018, ofereceu 45 mil bolsas.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A secretária executiva Maria Helena (que aparece na tela) acredita que ajustes poderão levar ao aumento de recursos para o Fundeb (Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados)A secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, defendeu a repactuação de programas da educação básica para minimizar os impactos da redução que o orçamento da pasta sofreu nos últimos dois anos e aperfeiçoar a aplicação de recursos em educação. A secretária participou, na terça-feira, 7, na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, de audiência pública sobre o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

    De acordo com Maria Helena, a intenção é aprimorar programas para evitar superposições, que muitas vezes levam a ações duplicadas e à fragmentação de recursos. Consequentemente, impedem a boa aplicação dos investimentos. “É possível fazer ajustes, de forma que tenhamos mais recursos para o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] em relação ao custo aluno-qualidade inicial”, ressaltou.

    A menção da secretária refere-se ao desafio do cumprimento da meta 20 do PNE, que trata do investimento público em educação pública. Maria Helena defendeu a reorganização do orçamento interno do MEC para aumentar gradativamente o valor por aluno, mediante avaliação de programas. “No caso da educação básica, são programas, principalmente, de repasses para estados e municípios, principais responsáveis pela oferta”, destacou.

    Durante a audiência, outros setores da educação insistiram na atenção ao financiamento. A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) em Goiás, Virgínia Maria Pereira de Melo, ressaltou que a proposta do MEC é importante, “devido à baixa perspectiva de orçamento dos municípios”. Na mesma linha, a presidente da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme), Gilvânia Nascimento, lembrou que a meta 20 é que vai fazer as demais metas do PNE se tornarem realidade.

    A sugestão da secretária foi bem recebida pelos parlamentares presentes à audiência na Comissão de Educação. Para a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), autora do requerimento da audiência pública, o desafio da educação em relação à questão do financiamento não é uma ameaça recente. “É uma realidade concreta”, disse.

    A audiência pública buscou avaliar, no âmbito da Semana de Ação Mundial (SAM) de 2016, o segundo ano de implementação do PNE. A SAM reúne diferentes setores da sociedade pelo direito à educação. A mobilização ocorre em mais de 100 países, desde 2003.

    Assessoria de Comunicação Social

     

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