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  • Presidente Lula assina a sanção da lei que cria a Unilab. Foto: Fabiana CarvalhoFoi sancionada na tarde desta terça-feira, 20, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei que cria a Universidade Federal da Integração Luso-Afro Brasileira (Unilab). A instituição, que será instalada no município de Redenção (CE), atuará em cooperação com os países de língua portuguesa da África. As obras do campus têm início previsto para 2011. Até a conclusão, as atividades serão desenvolvidas em instalações provisórias cedidas pela prefeitura da cidade.

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ser uma alegria o Congresso Nacional ter aprovado a criação da Unilab. “É uma forma de o Brasil, aos poucos, pagar a dívida com os povos africanos, que não pode ser mensurada em dinheiro, mas em parceria, em solidariedade.”

    Ele lembrou que Redenção foi escolhida para abrigar a Unilab por ter sido a primeira cidade a abolir a escravidão, cinco anos antes da Lei Áurea.

    Durante a cerimônia de sanção da lei, o ministro da Educação, Fernando Haddad, lembrou que a Unilab é a 14ª universidade federal criada pelo presidente Lula. Dessas, 12 já estão em funcionamento. As duas últimas, aprovadas este ano pelo Congresso Nacional, são a Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), cujas aulas devem começar neste segundo semestre, e a Unilab, que deve iniciar as aulas no início de 2011.

    O ministro Haddad reiterou que Unila e Unilab têm em comum a busca pela integração internacional. “Durante a concepção do projeto pedagógico da Unilab – que agora é lei – houve a preocupação de que uma parte da formação do aluno seja feita na África, e continuamos trabalhando para que o diploma seja válido lá também, de forma que o estudante volte a seu país e possa contribuir para o desenvolvimento local”, afirmou o ministro.

    Inclusão– A lei que cria a Unilab foi sancionada no mesmo evento da sanção do Estatuto da Igualdade Racial. O ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Eloi Ferreira, falou sobre a importância das ações afirmativas e do Programa Universidade para Todos (ProUni) para a inclusão da comunidade afrodescendente na universitária. “Ninguém quer cotas para sempre, mas elas são um tipo de ação afirmativa, e com elas podemos inovar na inclusão de negros e negras na universidade”, disse.

    Ele lembrou também que mais de 300 mil beneficiados pelo ProUni são negros ou pardos. De acordo com dados da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC, 45% dos 704 mil beneficiados pelo ProUni desde o início do programa se autodeclararam afrodescendentes. O presidente Lula lembrou também o encontro, ocorrido há algumas semanas, com os futuros formandos de medicina do ProUni. “Quando pudemos imaginar que uma menina negra pobre da periferia chegaria numa faculdade de medicina? Eu e Haddad tiramos foto com cada um deles porque daqui a muitos anos teremos muito orgulho de ter participado disso.” Ele também afirmou que os bolsistas do ProUni estão entre os melhores universitários do século 21.

    Seleção– A projeção é de que a universidade atenda 5 mil estudantes de graduação, dos quais 50% serão brasileiros e 50% de países africanos. A seleção será feita a partir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, para os estudantes brasileiros, metade das vagas será destinada aos egressos do ensino médio público.

    Inicialmente a universidade abrangerá cinco áreas do conhecimento: energia e tecnologias; gestão pública; saúde pública; educação pública e agricultura.

    Os cursos de enfermagem, agronomia, administração pública, licenciatura em ciências da natureza e matemática e engenharia de energia já serão ofertados em 2011, cada um com 70 vagas. Para atender esse público, serão selecionados, a partir deste ano, professores e técnicos administrativos. Até 2013, o quadro da instituição contará com 300 docentes e 208 técnicos administrativos.

    O projeto da Unilab prevê que a instituição seja uma universidade residencial, que permita aos estudantes morar no campus. Para viabilizar a estrutura necessária, a universidade firmará convênios de cooperação com instituições de ensino superior dos países parceiros.

    Luciana Yonekawa
  • Redenção (CE)— Soraia, Nelson e Lidiana, estudantes de Cabo Verde, país insular do oeste da África, integram o primeiro grupo de africanos a ingressar na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que tem sede em Redenção, Ceará. Buscar conhecimentos para ajudar a desenvolver Cabo Verde é a missão comum desses universitários.

    Os alunos da Unilab participaram, na manhã desta quarta-feira, 25, da aula inaugural proferida pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em prédio cedido pela prefeitura de Redenção. As instalações servirão como espaço inicial da nova instituição de ensino.

    De acordo com Haddad, o projeto político-pedagógico da universidade tem na base a formação de jovens que, após formados, trabalharão no desenvolvimento de suas nações. É também papel da Unilab promover o intercâmbio educacional do Brasil com países da África e, especialmente, entre instituições de educação superior. Segundo ministro, está em estudo a possibilidade de universitários brasileiros e africanos cumprirem parte da graduação no Brasil e parte na África.

    A concretização da Unilab, com o início das atividades acadêmicas, foi avaliada pelo ministro do ensino superior, ciência e inovação de Cabo Verde, Antonio Correa e Silva, como símbolo da parceria entre o Brasil e nações africanas e do aprofundamento da integração acadêmica e cultural.

    Expectativas— Soraia Figueiredo, 21 anos, cursa administração pública; Nelson Coutinho, 21, e Lidiana Sabino, 19, engenharia de energias. Aproveitar o sol e os ventos de Cabo Verde para diversificar as fontes de energia é a expectativa dos futuros engenheiros Nelson e Lidiana.

    Os africanos que compõem a primeira turma da Unilab vêm da Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Angola, Timor Leste e Cabo Verde. São 43 jovens, selecionados pelas embaixadas do Brasil em cada país. A seleção dos estudantes brasileiros teve como base o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010, combinado com um bônus para estudantes de escolas públicas.

    As aulas na Unilab começaram no início deste mês, com cerca de 300 alunos matriculados nos cursos de agronomia, enfermagem, licenciatura em ciências da natureza, matemática, administração pública e engenharia de energias. O objetivo da universidade é ter na graduação 50% das vagas ocupadas por africanos e 50% por brasileiros.

    Rodrigo Dindo

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    Haddad inaugura no Ceará universidade e escola de educação profissional

  • Ao lado do ministro Aloizio Mercadante, Nilma Lino Gomes assina o termo de posse (Foto: Letícia Verdi/MEC)A pedagoga Nilma Lino Gomes é a primeira mulher negra a ser empossada no cargo de reitor de uma universidade federal brasileira. Nilma tomou posse como reitora pro tempore da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) na tarde desta segunda-feira, 1º de abril. Ela assume o cargo deixado pelo novo secretário da educação superior do MEC, Paulo Speller.

    A Unilab iniciou as atividades acadêmicas em 2011 com cinco cursos, e no ano seguinte já ofertava 1.010 matrículas. Com sede em Redenção, Ceará, a universidade a tem como objetivo – além do ensino superior, pesquisa e extensão – formar recursos humanos para contribuir com a integração entre o Brasil e os demais países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os países africanos, e promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional.

     

    De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a Unilab atua como porta da África no Brasil, um espaço de promoção das relações entre brasileiros e africanos. “A universidade vai trazer a cultura, a história da África, a música, a arte a ciência”, disse Mercadante.

     

    Nilma Lino Gomes é graduada em pedagogia e mestre em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fez doutorado em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado em sociologia pela Universidade de Coimbra, em Portugal. A reitora atuou como professora do Departamento de Administração Escolar da Faculdade de Educação da UFMG e coordenadora-geral do Programa Ações Afirmativas na UFMG e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas (NERA). Entre 2004 e 2006, presidiu a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e desde 2010 integra a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, onde participa da comissão técnica nacional de diversidade para assuntos relacionados à educação dos afro-brasileiros.


    Diego Rocha

     

  • Haddad, ao lado do ministro Eloy Ferreira, dá posse a Paulo Speller (primeiro à direita). Foto: Wanderley PessoaTomou posse na manhã desta quarta-feira, 25, o primeiro reitor da mais nova universidade federal criada no processo de expansão da educação superior, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Ele é Paulo Speller, mestre em psicologia e doutor em ciências políticas.

    O novo reitor foi empossado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em cerimônia que contou com a participação do secretário geral das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Eloy Ferreira Araújo.  

    Para o ministro, a implantação da Unilab está inserida em contexto de colaboração para o aprimoramento do contexto socioeconômico dos países beneficiados. “O Brasil e os países da África possuem muitas questões e problemas em comum, que precisam ser enfrentados com a produção de conhecimento científico. Essa nova universidade terá o potencial de desenvolver tecnologias que poderão ser aplicadas dos dois lados do Atlântico”, destacou.

    Paulo Speller informou que a Unilab já começou a constituir seu corpo docente, sendo parte dele oriundo de países africanos e composto por professores negros brasileiros. “E todos estão lá por seu mérito”, destacou.

    A intenção é que haja uma expansão gradual da oferta de vagas para todo o continente africano, inicialmente para os países de língua portuguesa. Estudantes dos cinco países africanos de língua portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – e dos asiáticos – Timor Leste e Macau – serão os beneficiados estrangeiros na Unilab.

    “A presença de traços da lusofonia impressiona”, comentou o reitor. “Em cada região que passamos encontramos essa origem e recebemos a reivindicação de participação na Unilab.” Pretende-se que o diploma emitido pela Unilab seja válido também no continente africano, fazendo com que o estudante volte a seu país e contribua para o desenvolvimento local. “É um processo de cooperação mútua e solidária, em que temos algo a ensinar e muito a aprender” salientou Speller.

    Sediada na cidade de Redenção (CE), a primeira a abolir a escravidão, a nova universidade terá como diferencial o intercâmbio com países africanos de língua portuguesa, além de focar sua atuação nas potencialidades e carências de estados da região Nordeste.

    A Unilab oferecerá, inicialmente, 350 vagas distribuídas igualmente entre alunos brasileiros e estrangeiros. Os estudantes brasileiros que pretendam ingressar na Unilab deverão fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os candidatos estrangeiros passarão por processos diferenciados. O início das atividades está previsto para o primeiro semestre de 2011.

    A oferta inicial será nos cursos de graduação de enfermagem, agronomia, administração pública, engenharia de energia e licenciatura em ciências da natureza e matemática. A Unilab é a 14ª universidade criada desde 2003, ano de início do programa de expansão das universidades federais.

    Paulo Speller foi reitor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). É presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) e presidiu a Comissão de Implantação da Unilab.

    Assessoria de Imprensa da Sesu
  • A Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) inaugurou na tarde desta segunda-feira, 12, o campus de São Francisco do Conde, na Bahia. Localizado a 47 quilômetros da região metropolitana de Salvador, a unidade faz parte da expansão da rede federal de educação superior. Participaram da inauguração o ministro da Educação, Henrique Paim, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros, o governador da Bahia, Jacques Wagner, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Paim destacou o papel da expansão da rede na democratização e interiorização do acesso à universidade. “Triplicamos o número de vagas nas universidades federais de 2003 a 2013, o que representou um grande esforço do governo brasileiro”, afirmou. O ministro também ressaltou que a Unilab ajuda a reparar uma dívida histórica do Brasil.

    O campus de São Francisco do Conde funciona desde fevereiro de 2013, com cursos de graduação e pós-graduação a distância. Na modalidade presencial, a unidade ofertará os cursos de graduação bacharelado em humanidades (BHU) e letras – língua portuguesa. Na modalidade a distância, são ofertados, na graduação, o curso de administração pública e, na pós-graduação, as especializações gestão pública, gestão pública municipal e gestão em saúde. O local também é um polo de apoio presencial da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

     

    Assessoria de Comunicação Social

  • A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a mais nova instituição federal de ensino superior criada no país, fará a seleção de estudantes para ingresso em cursos de graduação pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação, previsto para janeiro de 2012.

    Para concorrer a vagas em seis cursos e a um bacharelado interdisciplinar, os candidatos precisam ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2011. Os estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas públicas receberão um bônus de 10% sobre a nota do Enem.

    A Unilab, localizada no Ceará, começou a funcionar em maio deste ano, com 320 vagas. No processo seletivo de janeiro de 2012, oferece 732 vagas, sendo 50% para brasileiros e a outra metade para candidatos de países de língua portuguesa da África – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – e do sudeste asiático, o Timor Leste.

    A instituição tem cursos de administração pública com 80 vagas, agronomia (72), enfermagem (36), engenharia de energias (72), licenciaturas em ciências da natureza e matemática (72) e abre neste processo seletivo dois cursos novos. Uma licenciatura em letras com 80 vagas e um bacharelado interdisciplinar em ciências humanas com 320 vagas.

    No bacharelado, os universitários receberão formação geral durante um ano e meio e depois vão escolher o curso para completar a graduação. Um dos quatro cursos previstos será de pedagogia. O ingresso no bacharelado será em duas etapas, sendo que a primeira em junho de 2012. Já os estrangeiros serão selecionados em seus países.

    De acordo com o reitor da Unilab, Paulo Speller, a adesão ao Sistema de Seleção Unificada, a duplicação do número de vagas e a criação de novos cursos foi uma decisão tomada pelo Conselho Superior Universitário. Speller considera que a seleção pelo Sisu democratiza o acesso à universidade.

    Mobilidade– Mesmo sendo uma universidade com apenas 16 meses de atividade, a Unilab tem atrativos para seus alunos. Um dos atrativos, diz o reitor Paulo Speller, é a oportunidade de cursar o último ano da graduação em outro país de língua portuguesa e até em alguma nação européia com ingresso via Portugal.

    Pelo seu caráter de integração, a Unilab também despertou o interesse de países como a China e a Argentina. Segundo Speller, as duas nações manifestaram o desejo de celebrar acordos para intercâmbio de professores e universitários para estudo de idiomas. A China e a Argentina querem professores brasileiros para ensinar a língua portuguesa e estão dispostas a enviar docentes para ensinar o mandarim e o espanhol na Unilab.

    Calendário– Diferente de outras universidades, a Unilab adota um calendário mais flexível, sendo que o trimestre que compreende os meses de dezembro, janeiro e fevereiro é dedicado aos campos das artes, da cultura, ao estudo de línguas, de disciplinas optativas.

    Esse trimestre é aberto a estudantes, à comunidade e a alunos de outras instituições de ensino superior. Todos os conteúdos são ministrados por professores convidados e visitantes. Nesses três meses também é possível ao estudante da Unilab refazer alguma disciplina que não tenha obtido nota suficiente no trimestre anterior.

    Na avaliação do reitor, é impressionante o interesse que o trimestre cultural desperta no campus da Liberdade, que é a sede da universidade, em Redenção (CE). A abertura do trimestre será na próxima segunda-feira, 28. Terça-feira, o professor Marco Antonio Dias, conselheiro especial da Universidade das Nações Unidas e ex-diretor da divisão de ensino superior da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), fala sobre Educação Superior no Século 21.

    Histórico– Com sede em Redenção, cidade distante 63 quilômetros de Fortaleza, a Unilab foi criada pela Lei nº 12.289, de 20 de julho de 2010, e a primeira turma ingressou na graduação em maio de 2011. A missão da universidade é promover a integração do Brasil com os países de língua portuguesa pela via da educação.

    A universidade funciona hoje no antigo centro administrativo da prefeitura de Redenção, cedido para as atividades. A expectativa do reitor é iniciar, em 2012, as obras do campus das Auroras, situado no maciço Baturité, entre os municípios de Redenção e Acarape, em terreno doado à Unilab pelo governo do Ceará.

    Ionice Lorenzoni

    Confira os cursos, as vagas e detalhes da instituição no portal da Unilab

  • Timorenses que estudarão na Unilab farão um curso intensivo de língua portuguesa (Foto: Arquivo Unilab)  A partir desta sexta-feira, 23, a cidade de Redenção, no Ceará, será o município brasileiro com maior concentração de cidadãos do Timor Leste, país de língua portuguesa do sudeste asiático. É que nessa data chegam 69 jovens timorenses selecionados para estudar na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Até então, residiam no Brasil apenas 40 timorenses.

    Com idade entre 20 e 22 anos, os alunos que chegam ao Brasil já cursaram um semestre letivo na Universidade Nacional do Timor Leste (Untl). Na Unilab, 30 deles farão o curso de licenciatura em ciências e matemática, dez vão para a engenharia de energias, dez para agronomia, dez para administração pública e nove para enfermagem.

    Com a vinda desse grupo de universitários, a Unilab terá em seus cursos, neste trimestre, 105 estrangeiros. Além dos timorenses, estudam na instituição cidadãos de cinco países africanos de língua portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe.

    De acordo com a pro-reitora de graduação da Unilab, Jaqueline Cunha da Serra Freire, nos últimos três meses, os timorenses participaram de um curso intensivo de língua portuguesa, promovido pela embaixada do Brasil naquele país e patrocinado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores. O objetivo do curso foi fortalecer o conhecimento do português.

    O Timor-Leste tem duas línguas oficiais, o português e o tétum. Colonizado por Portugal, o país viveu entre 1975 e 1999 sob o domínio da Indonésia, que proibiu o uso do português e impôs a sua língua, falada pela maior parte da população. Apenas uma pequena parcela, entre 10% e 20%, fala português. Após a independência, em maio de 2002, o Brasil assinou dois acordos com o país, de cooperação educacional e cooperação técnica. Um dos objetivos é retomar a língua portuguesa.

    Missão– Para o reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Paulo Speller, a ampliação do número de estrangeiros significa que a missão legal e institucional da Unilab está sendo cumprida. Segundo o reitor, a relação de vagas ocupadas por brasileiros ainda é muito superior à de estrangeiros, mas esses números devem se equilibrar em pouco tempo. Pela lei que criou a Unilab, 50% das vagas se destinam a brasileiros e 50% a estudantes de países africanos e asiáticos de língua portuguesa. A nação que mais procura vagas na instituição é a Guiné-Bissau. Na seleção realizada para ingresso em março deste ano, o país teve 240 inscritos.

    Na avaliação de Speller, apesar de decorridos apenas 20 meses desde a criação da universidade, ela deu passos importantes no período. Um avanço foi a ampliação do número de cursos na seleção de 2012, de cinco para sete, com a criação de uma licenciatura em letras e um bacharelado interdisciplinar em ciências humanas. O próximo salto será o aumento do número de ingressantes. Hoje, a Unilab tem 350 universitários, mas deve chegar ao final do ano com cerca de 1 mil, segundo o reitor.

    Integração– Diferente da maioria das universidades públicas brasileiras, a Unilab trabalha com calendário de quatro trimestres, sendo que os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são dedicados aos campos das artes, da cultura, ao estudo de línguas, e de disciplinas optativas. O trimestre cultural atende também o objetivo de ampliar as possibilidades de integração entre universitários e professores e, destes, com a cidade.

    As atividades são abertas a estudantes, à comunidade e a alunos de outras instituições de ensino superior. Todos os conteúdos são ministrados por professores convidados e visitantes. Nesse período também é possível ao estudante da Unilab refazer alguma disciplina que não tenha obtido nota suficiente no trimestre anterior.

    Histórico– Com sede em Redenção, cidade distante 63 quilômetros de Fortaleza, a Unilab foi criada pela Lei nº 12.289, de 20 de julho de 2010, e a primeira turma ingressou na graduação em maio de 2011. A missão da universidade é promover a integração do Brasil com os países de língua portuguesa pela via da educação.

    Ionice Lorenzoni

    Conheça a Unilab

  • A Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) vai ocupar, a partir de novembro, um prédio cedido pela Prefeitura de Redenção (CE), onde vai desenvolver suas atividades até que a sede seja construída. A lei que criou a Unilab foi sancionada no dia 20.

    De acordo com o presidente da comissão de implantação da universidade, Paulo Speller, o prédio vai abrigar todas as atividades da instituição por cerca de dois anos – reitoria, biblioteca, salas de aula, laboratórios, restaurante.

    Os cinco primeiros cursos, diz Speller, terão 350 vagas, sendo 175 para brasileiros e 175 para alunos dos cinco países africanos de língua portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – e dos asiáticos – Timor Leste e Macau. As aulas estão previstas para o primeiro semestre de 2011.

    A seleção dos estudantes brasileiros será com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e dos estrangeiros terá processos diferenciados. Segundo Speller, a instituição preparou uma versão das provas do Enem que podem ser aplicadas ou adotar o Programa Estudante-Convênio da Graduação (PEC-G), usado pelas universidades federais para selecionar alunos de outros países.

    Os primeiros cursos são de enfermagem, agronomia, administração pública, engenharia de energia e licenciatura em ciências da natureza e matemática. Cada curso terá 70 vagas.

    Ao mesmo tempo que define os espaços físicos para uso imediato, cursos, concursos para professores e servidores e seleção de alunos, Paulo Speller faz reuniões com a associação dos municípios do Maciço do Baturité, que representa 15 cidades, para escolher as áreas dos primeiros cursos de especialização a serem abertos pela Unilab. A instituição já identificou necessidades de quadros profissionais em saneamento básico e para a produção de flores, que é uma vocação regional e fonte de divisas de exportação para a Europa.

    O diferencial da Unilab, segundo Speller, será a inserção regional e o olhar para as potencialidades e carências do estado e da região Nordeste, além do intercâmbio com os países africanos. Os países de língua portuguesa serão atendidos primeiro, mas o projeto da universidade prevê uma expansão gradual da oferta de vagas para todo o continente africano.

    Apoio– Até que a Unilab tenha quadros profissionais próprios e estrutura administrativa, ela terá apoio da Universidade Federal do Ceará (UFCE), que é a tutora da instituição. Esse processo deve durar 12 meses. O professor Paulo Speller foi nomeado reitor da nova universidade e sua posse está prevista para agosto.

    Ionice Lorenzoni

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