Cefet-PI forma alunos com necessidades educacionais especiais
O trabalho realizado pelo Cefet do Estado do Piauí se tornou exemplo de como pessoas com necessidades educacionais especiais podem ser preparadas para enfrentar o mundo do trabalho. E de como, muitas vezes, podem ser empreendedoras do seu próprio negócio. Essa é a história da deficiente mental piauiense Luciana de Souza Rodrigues, 34 anos, que terminou o curso de bijuteria oferecido pelo Cefet em janeiro. Luciana é beneficiada pelo programa TecNep, desenvolvido em conjunto pelas secretarias de Educação Especial (Seesp) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação.
Luciana, que também cursa o ensino fundamental na rede pública, já está vendendo as bijuterias que aprendeu a confeccionar. Para a estudante, foi uma oportunidade "bacana". "Assim, vou poder ajudar a minha mãe com as despesas da casa", diz, orgulhosa. Em 2006, o Cefet-PI certificou 161 pessoas com necessidades educacionais especiais em cursos de pintura, modelagem, bijuteria, informática e na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Segundo a coordenadora do Núcleo de Atendimento ao Portador de Necessidades Especiais (Napne) e gestora do programa TecNep no Piauí, Helenice de Oliveira Silva, o foco principal do trabalho é a qualificação profissional e a independência financeira dessas pessoas. "Nossa preocupação é capacitá-los para que possam ser empreendedores", afirma Helenice.
Em cinco anos, o Cefet-PI formou 644 pessoas, das quais 232 foram contratadas por empresas e 93 trabalham como autônomas. No estado, o núcleo é composto por servidores e especialistas na área da educação com capacitação em educação especial. Para 2006, o Cefet-PI está elaborando um plano de trabalho para aumentar a oferta de cursos de educação inicial e continuada, e a qualificação dos profissionais por meio da oferta de um curso de especialização em Libras.
TecNep - Conforme o assessor da Setec, Franclin Nascimento, o programa TecNep foi criado para instrumentalizar a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e receber alunos com necessidades educacionais especiais. Para Nascimento, é preciso formar recursos humanos que atendam a todos e, principalmente, criar a cultura da "educação para a convivência". "A premissa do programa é ter instituições onde qualquer cidadão possa entrar, permanecer e sair com sucesso para o mundo produtivo. Mais do que formar um técnico ou tecnólogo, possibilita cidadania e condições para geração de renda e melhoria da auto-estima", destaca.
O TecNep, diz Franclin, tem três níveis de gestão: um grupo gestor central composto pela Setec e Seesp, cujas atribuições são definir ações, implementar políticas e dar suporte logístico ao programa, e os grupos gestores regionais e estaduais, que recebem suporte logístico do Núcleo de Apoio a Portadores de Necessidades Especiais existente em toda a Rede Federal de Educação Tecnológica.
Repórter: Cristiano Zuboski