Planejamento da educação é tema de debate
O planejamento da educação deve vir junto com o planejamento econômico do País. Este conceito estará no centro do debate sobre democracia, trabalho, educação profissional e tecnológica, no dia 7 de novembro, na 1ª Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, em Brasília.
O mediador do debate, professor Márcio Pochmann, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), diz que o mundo vive hoje a transição da sociedade industrial para a pós-industrial e que a relação do trabalho, da educação e da própria vida sofre modificações. Neste contexto, segundo ele, governos e sociedades começam a pensar a próxima década, e a educação não pode vir isolada. “Vamos educar para o trabalho, mas para que trabalho?”, indaga. De acordo com Pochmann, é nesse ponto que entra o planejamento da educação e da economia. Ao romper o isolamento existente, um vai potencializar o outro.
A desconexão não ocorre só no Brasil, mas na maioria dos países da América Latina desde a década de 90, explica Pochmann. Ela começou com o enfraquecimento do Estado, que transferiu a responsabilidade das políticas para o setor privado e, sem planejamento, cada área cuidou de si. Isso conduziu a educação para um rumo e a economia para outro. O Estado, defende o professor, não pode abdicar da função de planejar, de definir rumos.
O debate está marcado paras as 19h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Além de Márcio Pochmann, participarão Luiz Antônio Cunha, sociólogo e doutor em educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, e Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e diretor de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). Pochmann é doutor em ciência econômica. Sua especialidade é a economia social e do trabalho.
Ionice Lorenzoni