Proinfância
Este ano, no início das aulas, a inclusão dos estudantes com deficiência foi o grande desafio dos educadores do centro Zilda Arns, como explica a diretora da unidade, Sandra de Oliveira Marques Costa. “O menino com hidrocefalia chegou subnutrido, só aceitava mamadeira, não bebia água e chorava sem parar”, afirma a diretora. “Tivemos dificuldades para atendê-lo nas primeiras semanas.”
Além da recusa dos alimentos e da questão da mobilidade, a criança não conseguia ficar com os colegas da sala na qual foi matriculada. Para superar as dificuldades, a escola foi socorrida pela Secretaria Municipal de Educação, que designou uma pedagoga para o atendimento individual e de inserção do aluno na turma. O centro também recebeu orientação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) sobre cuidados a serem observados, especialmente na alimentação.
Passados seis meses do início do ano letivo, a criança está plenamente integrada, ganhou peso e participa de todas as atividades com os demais alunos. O processo de inclusão contou também com o carinho e a atenção dos 12 colegas de sala. Duas vezes por semana, a mãe do estudante, uma jovem de 18 anos, busca o filho na escola e o leva para avaliação e fisioterapia na Apae.
Atividades — No centro Zilda Arns trabalham 44 profissionais, 16 deles, pedagogos. Compõem o quadro auxiliares de sala, cozinheiras, merendeiras, faxineiras e seguranças, todos servidores concursados do município. As atividades começam às 7 horas da manhã e são encerradas às 17. São servidas quatro refeições — lanche às 8 horas, almoço às 11, lanche às 14 e jantar às 16. Das 11h30 às 13h30, as crianças repousam. Uma nutricionista da Secretaria de Educação prepara os cardápios semanais e envia os alimentos para preparação na cozinha da escola. Frutas, verduras, legumes, carnes, arroz e feijão compõem as refeições diárias. Outros alimentos complementam o cardápio. A nutrição é um dos itens de atenção da diretora, especialmente porque dez crianças que estudam ali só se alimentam na escola.
O centro recebe crianças do Setor Tropical e dos bairros de Lurdes, Jardim Europa e Novo Jundiaí. Metade delas tem pais atendidos pelo programa Bolsa-Família do governo federal. De acordo com Sandra, a maior parte dos pais trabalha no setor de serviços, mas há também ambulantes, professores e técnicos de enfermagem que residem naquelas áreas da cidade.
Quanto às famílias, a diretora explica que parte dos pais está presente na vida dos filhos, acompanha as atividades, confere a agenda e, quando leva a criança à escola, conversa com os professores. Outros, porém, limitam-se a deixar os filhos no centro. Não se preocupam com a higiene das crianças e nem sequer dão banho nelas em casa. Deixam tudo por conta da escola.
Drummond — Um outro centro de educação infantil de Anápolis, no qual 75% das crianças matriculadas moram em condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida, também do governo federal, recebeu o nome do poeta Carlos Drummond de Andrade. A escola, localizada entre as casas do programa, nos bairros Reny Cury e Copacabana, começou a funcionar em fevereiro deste ano, mesmo sem ter recebido o mobiliário escolar e o playground.
A diretora, Nedi Garcia da Cunha, explica que as mães viam a escola pronta e estavam ansiosas pelo atendimento. Um mobiliário básico foi instalado e a unidade começou a funcionar. Como os berços são necessários para receber crianças com idade inferior a um ano, foram matriculados apenas estudantes de um a cinco anos. O berçário será aberto no próximo ano.
Os professores recebem as crianças às 7 horas da manhã. Elas têm como primeiras atividades ouvir história curta, desenhar e pintar. Às 8 horas, é servido o café. A partir daí, elas voltam para as salas para diversos tipos de atividades ou vão para o banho de sol. Ao ar livre, jogam, dançam, brincam e cantam. Às 11 horas, é servido o almoço. Depois, formam fila para escovar os dentes e vão para o repouso.
Na parte da tarde recomeçam as atividades, às 14 horas, é servido o lanche e, às 16, o jantar. A escola tem 43 servidores de carreira do município, 16 deles são pedagogos.
Para Nedi, que há 21 anos trabalha com crianças, oito deles na rede pública de Anápolis, a educação infantil é o alicerce, a base da casa. Daí o compromisso da equipe com a formação integral. A diretora lembra que 70% dos estudantes são atendidos pela Bolsa-Família e, por isso, têm maior dedicação dos profissionais. Além dos matriculados, o centro Carlos Drummond de Andrade tem 50 pedidos na lista de espera, a maior parte de beneficiários da Bolsa-Família. “As mães vêm aqui, pedem mais vagas, cobram”, diz Nedi.
Com os centros de educação infantil Zilda Arns e Carlos Drummond em plena atividade, o município vai abrir o centro Jorge Amado, que está pronto. Outras cinco unidades serão concluídas até o fim deste ano.
Programa — Dados do Ministério da Educação, fechados no dia 11 último, mostram que 1.038 escolas de educação infantil construídas com recursos do Proinfância estão concluídas; 631 estão com mais de 80% das obras prontas e 1.863, em execução. No conjunto, o Proinfância tem 5.678 projetos, em diversas fases, como licitação e planejamento.
Lançado em 2007, o Proinfância presta assistência financeira suplementar ao Distrito Federal e a municípios que aderiram ao plano de metas Compromisso Todos pela Educação e elaboraram o Plano de Ações Articuladas (PAR). Os recursos destinam-se à construção e à aquisição de equipamentos e mobiliário para creches e unidades da educação infantil pública. Cabe ao município oferecer o terreno, licitar as obras e fazer o estabelecimento de ensino funcionar. Em 2011, o programa entrou na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Ionice Lorenzoni
Leia mais sobre o Proinfância:
Creches e pré-escolas seguem projeto arquitetônico padrão
Escolas superam preconceito com melhor estrutura e atendimento
Creche e pré-escola têm mais recursos para merenda escolar
Prefeitos devem seguir manual específico para mobiliário escolar
Obras em quadras de esportes podem ter recursos federais
Cresce no país o investimento em escolas de educação infantil
Este ano, no início das aulas, a inclusão dos estudantes com deficiência foi o grande desafio dos educadores do centro Zilda Arns, como explica a diretora da unidade, Sandra de Oliveira Marques Costa. “O menino com hidrocefalia chegou subnutrido, só aceitava mamadeira, não bebia água e chorava sem parar”, afirma a diretora. “Tivemos dificuldades para atendê-lo nas primeiras semanas.”
Além da recusa dos alimentos e da questão da mobilidade, a criança não conseguia ficar com os colegas da sala na qual foi matriculada. Para superar as dificuldades, a escola foi socorrida pela Secretaria Municipal de Educação, que designou uma pedagoga para o atendimento individual e de inserção do aluno na turma. O centro também recebeu orientação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) sobre cuidados a serem observados, especialmente na alimentação.
Passados seis meses do início do ano letivo, a criança está plenamente integrada, ganhou peso e participa de todas as atividades com os demais alunos. O processo de inclusão contou também com o carinho e a atenção dos 12 colegas de sala. Duas vezes por semana, a mãe do estudante, uma jovem de 18 anos, busca o filho na escola e o leva para avaliação e fisioterapia na Apae.
Atividades — No centro Zilda Arns trabalham 44 profissionais, 16 deles, pedagogos. Compõem o quadro auxiliares de sala, cozinheiras, merendeiras, faxineiras e seguranças, todos servidores concursados do município. As atividades começam às 7 horas da manhã e são encerradas às 17. São servidas quatro refeições — lanche às 8 horas, almoço às 11, lanche às 14 e jantar às 16. Das 11h30 às 13h30, as crianças repousam. Uma nutricionista da Secretaria de Educação prepara os cardápios semanais e envia os alimentos para preparação na cozinha da escola. Frutas, verduras, legumes, carnes, arroz e feijão compõem as refeições diárias. Outros alimentos complementam o cardápio. A nutrição é um dos itens de atenção da diretora, especialmente porque dez crianças que estudam ali só se alimentam na escola.
O centro recebe crianças do Setor Tropical e dos bairros de Lurdes, Jardim Europa e Novo Jundiaí. Metade delas tem pais atendidos pelo programa Bolsa-Família do governo federal. De acordo com Sandra, a maior parte dos pais trabalha no setor de serviços, mas há também ambulantes, professores e técnicos de enfermagem que residem naquelas áreas da cidade.
Quanto às famílias, a diretora explica que parte dos pais está presente na vida dos filhos, acompanha as atividades, confere a agenda e, quando leva a criança à escola, conversa com os professores. Outros, porém, limitam-se a deixar os filhos no centro. Não se preocupam com a higiene das crianças e nem sequer dão banho nelas em casa. Deixam tudo por conta da escola.
Drummond — Um outro centro de educação infantil de Anápolis, no qual 75% das crianças matriculadas moram em condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida, também do governo federal, recebeu o nome do poeta Carlos Drummond de Andrade. A escola, localizada entre as casas do programa, nos bairros Reny Cury e Copacabana, começou a funcionar em fevereiro deste ano, mesmo sem ter recebido o mobiliário escolar e o playground.
A diretora, Nedi Garcia da Cunha, explica que as mães viam a escola pronta e estavam ansiosas pelo atendimento. Um mobiliário básico foi instalado e a unidade começou a funcionar. Como os berços são necessários para receber crianças com idade inferior a um ano, foram matriculados apenas estudantes de um a cinco anos. O berçário será aberto no próximo ano.
Os professores recebem as crianças às 7 horas da manhã. Elas têm como primeiras atividades ouvir história curta, desenhar e pintar. Às 8 horas, é servido o café. A partir daí, elas voltam para as salas para diversos tipos de atividades ou vão para o banho de sol. Ao ar livre, jogam, dançam, brincam e cantam. Às 11 horas, é servido o almoço. Depois, formam fila para escovar os dentes e vão para o repouso.
Na parte da tarde recomeçam as atividades, às 14 horas, é servido o lanche e, às 16, o jantar. A escola tem 43 servidores de carreira do município, 16 deles são pedagogos.
Para Nedi, que há 21 anos trabalha com crianças, oito deles na rede pública de Anápolis, a educação infantil é o alicerce, a base da casa. Daí o compromisso da equipe com a formação integral. A diretora lembra que 70% dos estudantes são atendidos pela Bolsa-Família e, por isso, têm maior dedicação dos profissionais. Além dos matriculados, o centro Carlos Drummond de Andrade tem 50 pedidos na lista de espera, a maior parte de beneficiários da Bolsa-Família. “As mães vêm aqui, pedem mais vagas, cobram”, diz Nedi.
Com os centros de educação infantil Zilda Arns e Carlos Drummond em plena atividade, o município vai abrir o centro Jorge Amado, que está pronto. Outras cinco unidades serão concluídas até o fim deste ano.
Programa — Dados do Ministério da Educação, fechados no dia 11 último, mostram que 1.038 escolas de educação infantil construídas com recursos do Proinfância estão concluídas; 631 estão com mais de 80% das obras prontas e 1.863, em execução. No conjunto, o Proinfância tem 5.678 projetos, em diversas fases, como licitação e planejamento.
Lançado em 2007, o Proinfância presta assistência financeira suplementar ao Distrito Federal e a municípios que aderiram ao plano de metas Compromisso Todos pela Educação e elaboraram o Plano de Ações Articuladas (PAR). Os recursos destinam-se à construção e à aquisição de equipamentos e mobiliário para creches e unidades da educação infantil pública. Cabe ao município oferecer o terreno, licitar as obras e fazer o estabelecimento de ensino funcionar. Em 2011, o programa entrou na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Ionice Lorenzoni
Leia mais sobre o Proinfância:
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