Pesquisa IBGE: nove entre dez alunos da rede pública dispõem de alimentação gratuita
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), realizada pelo IBGE, avaliou pela primeira vez a questão da oferta e do consumo de merenda nas escolas. O resultado do estudo, realizado em 2004, demonstrou que mais de 32,7 milhões de estudantes estavam matriculados em escolas que ofereciam merenda gratuita: 76,4% do total, percentual que cresce para 89% levando-se em conta apenas a rede pública. Segundo a pesquisa, 97% dos alunos de creches e 92% da pré-escola se alimentam nas cantinas. No ensino fundamental, oito entre dez alunos consomem a alimentação oferecida nas escolas.
A coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Albaneide Peixinho, avaliou a pesquisa e destacou a relação entre a merenda, a freqüência e o desempenho dos alunos. “Percebemos claramente que, quando não tem a alimentação escolar oferecida, o que ocorre muitas vezes, alguns alunos deixam de freqüentar as aulas. Em outros casos, as aulas são suspensas antes do horário. Percebe-se claramente que o número de horas na escola diminui quando não tem alimentação escolar.”
A coordenadora afirma que, assim como o livro didático e o transporte escolar, a oferta da merenda ajuda no aprendizado. Segundo ela, a explicação é científica: o ser humano precisa de glicose para render. “Para que o aluno aprenda e se desenvolva na escola, precisa de teor calórico, e isso é fornecido pela alimentação escolar.”
O programa do governo federal repassa mensalmente a estados e municípios recursos para a compra ou complementação da merenda escolar oferecida nas escolas. O valor repassado pela União é de 18 centavos por estudante da educação infantil, do ensino fundamental e de creches públicas e filantrópicas. Já para os estudantes de escolas indígenas e em comunidades quilombolas, o repasse é de 34 centavos.
Mais informações sobre a pesquisa na página eletrônica do IBGE. (Agência Radioweb)