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Pesquisas e dados

Enade conclui ciclo avaliativo de todas as áreas

  • Sexta-feira, 29 de dezembro de 2006, 14h31
  • Última atualização em Quinta-feira, 28 de junho de 2007, 06h46

29/12/2006 16h25

A aplicação do Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Enade) no dia 12 de novembro deste ano completou o primeiro ciclo de avaliação de todas as áreas de conhecimento em cursos de nível superior do País. Desde que foi criado, há três anos, o Enade avaliou todos os 20 mil cursos de ciências da saúde, agrárias, sociais, jurídicas, engenharias e licenciaturas.

A novidade implementada este ano com a divulgação do resultado do Enade de 2005 foi o indicador de diferença entre o desempenho esperado e o observado (IDD), que consiste num conceito indicativo do efeito dos cursos no nível de conhecimento dos estudantes. A partir de agora, é possível avaliar a qualidade de um curso com base na diferença do desempenho esperado e do observado obtido por ingressantes (alunos do primeiro semestre) e concluintes (que estão terminando o curso superior), já que o exame é aplicado a esses estudantes.

Segundo o diretor de Avaliação e Estatística da Educação Superior, Dilvo Ristoff, o Enade faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e seu objetivo não é dar nota ao aluno, mas avaliar a qualidade do ensino que está sendo oferecido a ele. “O Enade, por si só, não tem implicações regulatórias. Ele representa uma parte da avaliação da educação superior feita pelo MEC, junto com as avaliações institucionais e dos cursos de graduação feitas por especialistas”, explica. Ristoff lembra que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) realiza cerca de 25 avaliações institucionais por dia, mas poucas pessoas sabem disso.

Com a conclusão desse processo avaliativo, será possível traçar um retrato mais detalhado da educação superior brasileira. Cursos ou instituições que tiveram notas baixas (1 ou 2) no Sinaes terão os seus pontos fracos identificados e devem assinar um protocolo de compromisso com o MEC, no qual consta um prazo para corrigir as deficiências encontradas. “Se isto não acontecer, o vestibular do curso poderá ser suspenso e a instituição poderá sofrer intervenção ou mesmo ser descredenciada”, alerta Ristoff.

Divulgação − Os cursos que participam do Enade recebem um relatório com todos os resultados da prova e do questionário socioeconômico-cultural respondido pelos estudantes. No último Enade, por exemplo, cada um dos 5.511 cursos recebeu o seu relatório individualizado, podendo checar o que os  estudantes sabem e o que ainda não sabem das competências e dos conteúdos demandados pela prova.

Além dos relatórios de curso, o Inep prepara anualmente análises de área e resumos técnicos para especialistas e o público em geral. Todos podem ser consultados na página eletrônica do Inep.

O último Enade foi feito por 406.076 estudantes de 5.388 cursos, distribuídos por 15 áreas do conhecimento: administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, formação de professores/educação básica, música, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo.

A participação no Enade – para aqueles alunos escolhidos pelo Inep – é condição fundamental para a conclusão de curso superior. A falta do aluno implica a não-colação de grau.

Flavia Nery

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