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Pesquisas e dados

Tese muda conceito sobre elite colonial

  • Quarta-feira, 04 de abril de 2007, 16h29
  • Última atualização em Segunda-feira, 28 de maio de 2007, 07h24

A tese Elites e exercício de poder no Brasil colonial: a Câmara Municipal de Recife (1710-1822) foi defendida no dia 9 de março, na Faculdade de Geografia e História da Universidade de Salamanca, na Espanha, por George Félix Cabral de Souza. Ele recebeu o prêmio Vítor da Universidade de Salamanca. Seu orientador foi o professor doutor José Manuel Santos Pérez.

O autor explica que tinha interesse em saber quem ocupou os cargos municipais durante essa fase em Recife, de onde vinham, de que viviam, como se educavam e se relacionavam no plano político e familiar. Para isso, empregou a metodologia da prosopografia — a biografia coletiva de um grupo de pessoas que tinham em comum o fato de terem ocupado um dos quatro cargos municipais principais de Recife, pelo menos uma vez na vida. O trabalho apresenta ainda um dicionário biográfico, com dados documentalmente embasados de cerca de 70% dos 307 vereadores e procuradores recifenses investigados.

Suas conclusões recomendam especial atenção à questão da composição de forças entre o local e o central e à idéia de formação da identidade nacional. “Ao contrário do que pode parecer, a Câmara Municipal de Recife, durante o período colonial, não foi controlada por elementos nascidos em Portugal, os conhecidos mascates, e sim por grupos familiares que, apesar de terem sido fundados por imigrantes portugueses, acabaram se enraizando em Pernambuco e assumindo posturas muito conflitivas com a coroa portuguesa”, destaca.

Segundo George Cabral, um dos pontos fortes do trabalho é a utilização exaustiva de fontes primárias recolhidas em arquivos pernambucanos e europeus. “A perspectiva ampla da abordagem, que englobou não só os aspectos institucionais e sociais, mas a combinação de ambos, foi muito bem recebida pelos avaliadores. A decisão de realizar um trabalho dentro dessa temática foi também bastante elogiada, dadas as lacunas que temos no conhecimento de nossas instituições e elites coloniais”, finaliza.

Fátima Schenini

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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