Mais de 1.800 professores fazem cursos em oito estados
Um grupo de 11 instituições públicas de ensino superior abriu neste semestre cursos de especialização, aperfeiçoamento ou extensão universitária sobre história da África e relações raciais afro-brasileiras. Nessas instituições fazem cursos, em uma das três modalidades, 1.890 professores da educação básica. Outros 500 docentes já concluíram a qualificação.
A capacitação dos professores integra o programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições de Educação Superior (Uniafro), desenvolvido com recursos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad). Em 2008, a Secad selecionou 27 instituições e destinou R$ 3,6 milhões, distribuídos segundo o projeto de cada universidade. Os repasses variam de R$ 100 mil a R$ 150 mil por instituição.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, tem hoje em sala de aula 100 professores da rede pública estadual em curso de extensão no campus da Praia Vermelha. Outra turma de 50 professores começa a formação em julho. Segundo o coordenador do programa Uniafro na UFRJ, Marcelo Paixão, a universidade criou um curso de extensão sobre o uso dos indicadores sociais nas questões étnico-raciais.
Durante quatro meses, diz o coordenador, os professores terão quatro horas de aula presencial por semana, onde estudam temas como os conceitos dos indicadores sociais, pensamento social brasileiro e reflexão racial, estatística social aplicada às ciências humanas, a Lei nº 10.639/2003 e participam de oficinas de exercícios sobre o uso dos indicadores. Ao final da formação, os professores recebem certificado emitido pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Andamento – Dados da Coordenação-Geral de Diversidade da Secad indicam que 1.890 professores estão em cursos de qualificação na temática étnico-racial em oito estados, sob a responsabilidade de 11 instituições públicas de ensino superior. A maioria deles, 910 professores, está em cursos de extensão universitária (carga de 60 a 96 horas); 620 na especialização (360 horas); e 360 em cursos de aperfeiçoamento (180 a 200 horas), conforme a tabela.
Formação nacional – A capacitação dos professores da educação básica em história da África e relações raciais afro-brasileiras é feita por um conjunto de 20 instituições federais e cinco estaduais selecionadas pelo Ministério da Educação. Mais duas universidades federais, a de São Carlos (UFSCar) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), foram escolhidas para elaborar materiais didáticos para uso dos professores em sala de aula. A UFSCar vai produzir livros para o professor e para o aluno das séries finais do ensino fundamental e a UFRGS vai criar vídeos sobre história da África. As instituições têm 18 meses para fazer a formação ou criar os materiais didáticos, a contar de dezembro de 2008.
Ionice Lorenzoni