Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Todas as notícias > Alunos da rede participam de expedição no México e Espanha
Início do conteúdo da página
Diversidade

Professores fazem graduação em aldeia

  • Terça-feira, 12 de fevereiro de 2008, 14h48
  • Última atualização em Quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008, 14h47

O único grupo de professores indígenas do país fazendo curso superior em uma aldeia concluiu no final da semana passada a quarta de nove etapas da Licenciatura Intercultural para Professores Indígenas do Alto Solimões, no Amazonas. São 230 professores do povo ticuna e 20 dos povos cocama, caixana e cambeba divididos em seis turmas. As aulas presenciais ocorrem nas férias escolares de janeiro e julho na Aldeia Filadélfia, município de Benjamin Constant, a 1.628 quilômetros de Manaus.

De acordo com o coordenador do Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind) do Ministério da Educação, Eduardo Barnes, a licenciatura é oferecida na aldeia para atender a todos os professores que terminaram a formação de nível médio. Quando concluírem a licenciatura, explica, eles estarão aptos a lecionar da 5ª à 8ª série do ensino fundamental e também no ensino médio, que é onde reside a maior falta de professores para escolas indígenas.

O curso, que é ministrado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), parceira do MEC na iniciativa, tem nove etapas presenciais ― de julho de 2006 a julho de 2010 ― e fases de pesquisas em serviço, que somam 3.440 horas. A estrutura do curso compreende um ciclo básico de cinco etapas que deve ser feito por todos os professores e um ciclo de formação específica de quatro fases. No currículo, explica Eduardo Barnes, é obrigatório o estudo da gestão escolar, que compreende a política da educação brasileira e a organização da educação básica indígena.

Na parte específica do curso, os professores podem escolher uma entre três áreas de formação. A primeira é Estudos de Linguagem, que se subdivide em duas licenciaturas plenas: línguas indígenas, português, espanhol e literatura; e artes e educação física. A segunda, Ciências da Natureza e Matemática, que prepara em duas licenciaturas: biologia e química; e física e matemática. E a terceira, Ciências Humanas, para as licenciaturas de história e geografia; e antropologia, sociologia e filosofia.

Pelo Prolind, o Ministério da Educação repassou à Universidade do Estado do Amazonas, R$ 599 mil para a realização das quatro primeiras etapas do curso, entre julho de 2006 e janeiro de 2008. A UEA foi selecionada em 2006 para receber recursos do Prolind, no eixo criação de curso superior intercultural para professores indígenas.

Dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) indicam que o Brasil tem hoje 200 professores indígenas graduados em cursos de licenciatura intercultural e 870, de 49 povos, fazendo formação em universidades públicas federais e estaduais.

A região do Alto Solimões, que abrange partes do estado do Amazonas, no Brasil, da Colômbia e do Peru, é habitada por cerca de 60 mil ticunas, dos quais 50 mil vivem no Brasil.

Ionice Lorenzoni

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
X
Fim do conteúdo da página