Livros em braile garantem educação de deficientes visuais
Até 1999, muitos estudantes brasileiros não tinham acesso a livros didáticos, já que eram raras as obras adaptadas aos portadores de deficiência visual total. Livros didáticos em braile estavam disponíveis apenas em alguns locais do país, como no Instituto Benjamin Constant (IBC/MEC), no Rio de Janeiro. A partir de então, o Ministério da Educação passou a implementar ações para atender esses alunos.
A experiência começou com a transcrição de vinte títulos de livros didáticos, distribuídos em meio magnético a todos os centros de apoio para atendimento às pessoas com deficiência visual (CAPs) brasileiros. Em 2000, foram entregues 90 títulos de obras de 1ª a 4ª série, beneficiando 543 alunos de 350 escolas públicas.
O grande salto foi dado em 2003, quando a Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC) assinou convênio com a Fundação Dorina Nowill para que a instituição produzisse, junto com o IBC, livros em braile. Com a medida, foram transcritos 128 títulos e produzidos 6.924 livros de 1ª a 8ª série, elevando o número de beneficiados para 3.717. Além disso, o programa do livro em braile foi ampliado, com a inclusão de obras paradidáticas da coleção Literatura em Minha Casa, do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), composta por 70 títulos.
Censo escolar - Outro avanço foi o levantamento, pelo censo escolar de 2004, da localização dos alunos portadores de deficiência visual, realizado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). "A partir desses dados, poderemos planejar de forma mais eficiente tanto a produção quanto a distribuição dos livros em braile", afirma Daniel Balaban, diretor de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), responsável pelos programas do livro.
Os deficientes visuais não foram os únicos portadores de necessidades educacionais especiais beneficiados pelos programas do livro. Em 2004, foi instituído o atendimento aos alunos da educação especial das redes pública e privada definidas pelo censo escolar. Na rede privada, recebem livros os portadores de necessidades educacionais especiais das escolas filantrópicas e comunitárias.
Beth Almeida