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Educação indígena

Línguas indígenas amazônicas são tema de debate na Câmara

  • Quinta-feira, 31 de março de 2005, 09h56
  • Última atualização em Segunda-feira, 28 de maio de 2007, 08h04

A história das línguas na Amazônia foi tema de debate na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados, nesta semana. O encontro teve como objetivo aprofundar a discussão sobre as políticas públicas de educação indígena e as abordagens do sistema educacional brasileiro no que se refere a cultura, conhecimentos e linguagens indígenas.

O responsável pela explanação do tema foi José Ribamar Bessa Freire, professor de história e educação indígena da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Livro de sua autoria, Rio Babel - da Língua Geral ao Português, foi lançado na quarta-feira, dia 30, durante o encontro. O livro aborda a riqueza lingüística dos índios daquela região. "É uma tentativa de explicar o processo vivido pelas linguagens indígenas", disse o autor. "A língua é o substrato da cultura dos povos. No século XVII, havia 700 línguas faladas na região amazônica, hoje reduzidas a aproximadamente 180."

Segundo Bessa Freire, o processo histórico da colonização desprezou e condenou ao desaparecimento uma grande riqueza cultural que trazia embutidos conhecimentos consolidados por um longo processo de construção das sociedades indígenas.

Educação bilíngüe - A Constituição de 1988 abriu espaço para a educação escolar bilíngüe e intercultural, que possibilita aos índios brasileiros manter seu idioma como valor cultural e aprender o português para o convívio com a sociedade. "Necessitamos inserir a aprendizagem das linguagens indígenas brasileiras nos vários níveis da educação nacional como forma de valorizar nossas origens sociais mais legítimas", alertou o pesquisador. "Nosso sistema educativo abre espaços curriculares para idiomas estrangeiros e não contempla componentes indígenas da formação do nosso povo, de nossa cultura mais genuína."

O coordenador-geral de educação escolar indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Kleber Gesteira, destaca que Bessa Freire tem prestado importante contribuição ao desenvolvimento da educação escolar indígena. O livro, segundo Gesteira, é mais uma contribuição.

Repórter: José Leitão

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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