Representantes de 250 comunidades de todas as regiões apresentam reivindicações ao ministro
Representantes de mais de 250 comunidades indígenas brasileiras que participam da 15ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), realizada na área ao redor do Museu da Memória dos Povos Indígenas, em Brasília, reuniram-se com o ministro da Educação, Rossieli Soares, para apresentar demandas da educação indígena no Brasil. O encontro ocorreu na tarde desta quarta-feira, 25, no auditório do Ministério da Educação, e foi o primeiro contato do ministro com as etnias, desde que ele assumiu a pasta, no início deste mês.
Conhecedor da realidade da educação indígena brasileira, após sua atuação como secretário de Educação do estado do Amazonas, durante quase quatro anos, entre 2012 e 2016, Rossieli Soares ouviu os pontos abordados pelas lideranças que representaram as regiões brasileiras. Foram relatadas as principais necessidades na área de educação, como melhoria na qualidade do ensino, garantia de recursos, maior acesso à formação e pós-graduação nas universidades, por meio da bolsa permanência, reconhecimento de notório saber e oferta de tecnologia, entre outros.
O ministro ressaltou que tem conhecimento sobre a questão indígena e que está aberto para avançar nas políticas públicas. “Estamos de portas abertas para que possamos buscar avanços importantes. O mais importante que vocês disseram aqui é que a educação indígena seja feita por indígenas e respeitando a língua e cultura de vocês. Acho que é um ambiente de debates que precisa ser ampliado. Precisamos trazer secretarias como a de Educação Superior (Sesu) e de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) para participar, ter um debate mais próximo e ouvir realmente as angústias que vocês têm. Isso é algo que podemos e devemos fazer imediatamente”, afirmou.
Além do ministro, participaram do encontro a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Ivana de Siqueira, a diretora de políticas de educação do campo, indígena e para as relações étnico-raciais, Rita Nascimento; o secretário de Educação Superior, Paulo Barone, e Gilmar Veron Alcântara, membro da a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena (CNEEI). Estiveram presentes, entre outros, membros das etnias caiapó, terena, uai-uai, chanenaua, oiampi, caripuna e xicrin.
Após a reunião, Ivana de Siqueira disse que a Secadi está atenta às solicitações das comunidades indígenas no Brasil e destacou a participação do ministro nos pleitos. “Há 15 anos eles vêm a Brasília para discutir as diferentes pautas de educação e saúde e é importante que o ministro tenha vindo. Não são todos os órgãos que o titular da pasta desce para ouvir as demandas. Isso é importante; é a segunda vez que o ministro vem ouvir de perto as reinvindicações. É uma valorização e um reconhecimento das demandas deles”, afirmou.
Índio da etnia terena, Gilmar Veron Alcântara, membro suplente do Fórum Nacional de Educação (FNE) e representante do órgão no Movimento Nacional de Educação Escolar Indígena e da CNEEI, explicou que dois problemas mais comuns dos indígenas na área de educação estão relacionados ao ensino superior, com a Bolsa Permanência e o preconceito nas universidades. “É importante para nós apresentar as demandas que a comunidade indígena tem. Eu penso que esse diálogo que tivemos com o ministro foi bem produtivo para que nós possamos nos aproximar dele e mostrar as demandas que cada comunidade tem”, ressaltou.
Assessoria de Comunicação Social