Construção de escola revela sítio arqueológico no Amapá
A chegada de um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, em Laranjal do Jari, já era uma grande novidade. A escola é a primeira da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a chegar ao estado. Entretanto, a construção do campus trouxe surpresas ainda maiores. Durante a terraplanagem do local, foi descoberto o maior sítio arqueológico do Amapá, segundo dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A primeira fase da escavação revelou um cemitério indígena com 50 urnas funerárias que datam de 1.200 anos.
Durante 30 dias, as obras foram suspensas. Uma parte do material encontrado foi resgatado pelo Iphan e delimitada uma área de reserva arqueológica na região. O campus do instituto federal cedeu parte de sua área inicial, mas a descoberta motivou outras mudanças. “Inicialmente, vamos oferecer cursos de secretariado, meio ambiente e informática, mas já existe uma demanda por cursos de arqueologia”, conta o reitor do instituto, Emanuel Alves de Moura. A demanda partiu do próprio Iphan, segundo o reitor, e deve ser atendida nos próximos anos.
A intenção, agora, é montar um museu em Laranjal do Jari. “Seria muito bom para a economia do município”, supõe o reitor. Entretanto, a proposta ainda precisa ser estudada pelos órgãos competentes. O campus de Laranjal do Jari deve estar pronto e em funcionamento até o final de 2010. Ao todo, serão investidos R$ 5 milhões de recursos federais para a construção da unidade, que atenderá a 1,2 mil alunos quando estiver em pleno funcionamento.
A construção do campus em Laranjal do Jari faz parte do plano de expansão da rede federal. No momento, outros 132 campus de institutos federais estão em construção em todo país. A iniciativa elevará as vagas em cursos técnicos e tecnológicos das atuais 215 mil para 500 mil até o final de 2010.
Ana Guimarães