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Sustentabilidade

Estudantes produzem e expõem corpo humano em feira de ciência

  • Sexta-feira, 12 de novembro de 2010, 14h37
  • Última atualização em Sexta-feira, 12 de novembro de 2010, 14h37
Na montagem das partes do corpo humano expostas na Feira de Ciência e Tecnologia, os estudantes usaram material reciclável que eles próprios recolheramOs visitantes da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2010, em outubro último, em Brasília, certamente ficaram impressionados com a exposição de partes do corpo humano. Em cores vivas, lá estavam coração, pulmões, boca e língua, entre outros órgãos. A exposição foi montada no estande do Centro Educacional Adventista Milton Afonso (Ceama) pelos próprios alunos.

“Todos os experimentos apresentados foram feitos de material reciclável, como papel, plástico, latas, sucata de computadores, fios, tubos e conduítes”, explica o professor Flávio Franco Nascimento, coordenador pedagógico de turmas do sexto ano do ensino fundamental até o ensino médio na escola brasiliense. Os materiais eram levados para a escola pelos alunos, depositados em recipientes próprios, nas salas de aula, e recolhidos uma vez por semana pelos professores. “A escola entrou no clima da sustentabilidade durante todo o ano”, diz Nascimento.

“Os alunos prepararam os experimentos, com nossa supervisão, no turno oposto ao das aulas regulares”, relata o professor de biologia Maximiliano Rinco Lopes. O material a ser exposto foi selecionado pelos próprios estudantes. “Os trabalhos nos ajudaram a colocar em prática nossas aulas e contribuíram para a Semana de Ciência e Tecnologia”, destaca Lopes, que dá aulas a turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental e do ensino médio.

Segundo o coordenador pedagógico, a área de ciência e tecnologia é valorizada no Ceama não apenas por meio da infraestrutura oferecida — há um laboratório amplo e equipado —, mas pelo estímulo das aulas práticas de química, biologia, física e matemática, entre outras disciplinas, além de projetos coletivos e interdisciplinares. “Isso também é feito em nossas capacitações coletivas ou por área do conhecimento”, afirma. “Damos condições e preparamos nossos professores para o ofício prático de lecionar.”

Os estudantes têm contato com o laboratório em aulas especiais desde o primeiro ano do ensino fundamental até o terceiro do ensino médio. “Sempre que possível, uso o laboratório em minhas aulas, experimentando a teoria na prática”, diz o professor Maximiliano. “Os alunos gostam das aulas práticas e participam sem restrições, colocando a mão na massa.”

O laboratório também abriga oficinas especiais, como a de robótica, e o Clube de Ciências. Criado, em 2009, o clube é um ponto de encontro de estudantes interessados em ciências. “O objetivo é despertar nos sócios o interesse pela pesquisa e pelo conhecimento científico, além de desenvolver habilidades, ao relacionar os conteúdos teóricos vistos na sala de aula com a prática, através de ações ligadas ao meio onde estão inseridos”, salienta Nascimento.

Participam do clube estudantes a partir do quinto ano do ensino fundamental. A maior parte é formada por alunos do nono ano e do primeiro ano do ensino médio.

Em funcionamento há 40 anos, o Ceama reúne cerca de 650 alunos, da educação infantil ao ensino médio, na unidade de ensino da 611 Sul (Plano Piloto). Além das aulas práticas, os estudantes participam de atividades diversas, como projetos de desenvolvimento sustentável e de meio ambiente — recolhimento de pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, latas, garrafas, e papel —, em parceria com empresas da cidade. Eles também fazem visitas a órgãos e entidades da Universidade de Brasília, como os museus de astronomia, botânica e geofísica, e a empresas de reciclagem.

Fátima Schenini

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