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Educação profissional

Brasil e França avaliam acordo sobre formação tecnológica

  • Quarta-feira, 09 de novembro de 2011, 16h58
  • Última atualização em Quinta-feira, 10 de novembro de 2011, 09h07
Encerra-se nesta quarta-feira, 9, em Brasília, o 2º Seminário Franco-Brasileiro de Educação Profissional, que tem como objetivo avaliar projetos desenvolvidos por 14 institutos federais de educação, ciência e tecnologia que participam de cooperação com liceus franceses. As parcerias ocorrem nas áreas da indústria eletrônica, saúde pública e assistência social, turismo, hotelaria e gastronomia, além de indústrias aeronáutica e automobilística.  

Os institutos federais participantes foram selecionados por chamada pública em 2010. Eles se comprometeram a desenvolver projetos de cooperação técnico-educacional entre Brasil e França, segundo protocolo assinado entre os dois países em 2008, e que previa a criação de uma rede binacional de educação profissional.

O assessor internacional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), Rodrigo Torres, acha que essa internacionalização da rede “reflete nossa capacidade e experiência, e nossa vontade de aprimorar a troca de experiências com outros países”.

Os institutos federais de São Paulo e do Ceará são alguns institutos que apresentam resultados nas áreas da indústria aeronáutica e da indústria automobilística. O Instituto Federal de São Paulo é a primeira escola pública no Brasil a oferecer o curso de manutenção de aeronave, e o Instituto Federal do Ceará aproveitou o convênio para atualizar seu curso na área automobilística.

Tecnologia – O curso de mecânico de manutenção de aeronave do Instituto Federal de São Paulo está dividido em quatro módulos. O primeiro, o básico, tem 300 horas aula de duração. Em seguida vem o módulo célula, que aborda a parte estrutural da aeronave em 650 horas aula. O módulo GMP (motores de aeronaves) também tem 650 horas aula, e o módulo aeroviário (sistemas eletrônicos) tem 60 horas aula.

O professor Natanael de Pereira Carvalho, de São Paulo, esteve nos liceus franceses situados em Toulouse e em Marseille, onde os professores brasileiros fizeram treinamentos em helicóptero, asa rotativa e hélice de aeronaves. Outro grande interesse dos brasileiros foi a área de compósitos, fibras que podem ser de vidro ou de carbono, material hoje largamente utilizado na indústria aeronáutica. Segundo Natanael Carvalho, é grande o interesse do Brasil nessa formação, pois não existem técnicos de manutenção de aeronaves que saibam fazer reparos com materiais compósitos.

O Instituto Federal do Ceará tem um curso técnico em automobilística, mas desconhecia a experiência francesa na área de construção de veículos. Para receber essa experiência, e avançar no procedimento acadêmico, os professores se juntaram aos profissionais do Lycée Polyvalent Joseph-Gallien e desenvolveram um documento-roteiro. Nesse documento, identificam novas competências e habilidades necessárias ao perfil dos trabalhadores da indústria automobilística, e estabelecem um roteiro de como alcançá-las.

Ana Júlia Silva de Souza
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