Bolsistas elaboram processo inovador em vinícola canadense
Os estudantes brasileiros Douglas Chesini, Jean Mário Moreira de Lima e Marco Aurélio Lage Duarte criaram um processo de engarrafamento único, capaz de revolucionar a forma de fabricação de vinho espumante. Desenvolvido para uma adega canadense, como parte do curso de automação industrial do North Island College (NIC), do Canadá, o projeto foi apresentado à instituição no fim do primeiro semestre de aulas deste ano. Os estudantes são bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras.
Um dos professores do curso, Brad Harsell, foi procurado pelo proprietário de uma empresa de vinhos e espumantes, que relatou um problema na produção. O professor apresentou aos bolsistas brasileiros o desafio de encontrar solução para as superfinas bolhas de vinho espumante. A vinícola precisava de um processo de engarrafamento automatizado para encher garrafas sem agitá-las. “A vinícola estava desenvolvendo um tipo de vinho espumante, chamado de Magic Bubbles, e qualquer vibração ou distúrbio durante o processo de engarrafamento mudava o gosto do produto”, revelou Marco Aurélio.
A empresa canadense, de acordo com os estudantes brasileiros, conta com método próprio de produção, o bubble technology, que consiste na adição de milhões de minúsculas bolhas. Ele melhora significativamente o gosto e a qualidade dos espumantes, mas exige total ausência de turbulência no processo de engarrafamento.
Depois de tentar diferentes métodos de enchimento, os bolsistas desenvolveram um processo que resulta em pequenas bolhas estáveis. “O projeto foi desenvolvido em três semanas e meia, nas quais planejamos, desenvolvemos e fabricamos uma máquina única, que se adaptou ao tanque usado na produção” disse Marco Aurélio. “A máquina engarrafa em 53 segundos e pode ser acompanhada a distância por meio de câmeras e de um sistema supervisor, que fornece todas as informações sobre a produção.”
O processo elimina o chamado bottle shock, subproduto dos métodos tradicionais de engarrafamento que provoca odores indesejáveis e requer tempo para o vinho se recuperar.
Experiência — Sobre a experiência no exterior, Marco Aurélio enumera uma série de benefícios. “Melhorei meu inglês, estudei e me graduei como técnico na mesma área na qual pretendo me formar como engenheiro, o que une teoria e prática”, destacou. “Conheci novos lugares e culturas, voltei muito mais confiante e com vontade de produzir e aprender mais e aprendi a conviver e respeitar diferentes culturas e pessoas.”
Douglas destacou o papel do programa Ciência sem Fronteiras nesse processo. “O crescimento profissional, educacional e pessoal, bem como a nova visão de mundo adquiridos com o intercâmbio, faz do programa Ciência sem Fronteiras uma oportunidade maravilhosa para qualquer estudante brasileiro”, afirmou. “O enriquecimento trazido por todos os fatores encontrados é fundamental para que nós, estudantes, possamos perceber o quanto nosso conhecimento é valioso e que a arte de aprender jamais terá limites.”
Lançado em 2011, o Ciência sem Fronteiras promove a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileiras por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. O programa busca também atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.
Mais informações no Painel de Controle do Ciência sem Fronteiras.
Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes