Educadores de Porto Alegre propõem parceria com o MEC
Os educadores populares que trabalham em regiões da periferia de Porto Alegre (RS), apresentam amanhã, 14, ao ministro da Educação, Tarso Genro, uma proposta de parceria com o MEC para a abertura de um curso superior de pedagogia, com currículo diferenciado, para atender às necessidades do movimento popular. A reunião da Associação de Educadores Populares de Porto Alegre (Aeppa) com o ministro será às 14 horas, na Associação do Fórum de Entidades em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, na Avenida Voluntários da Pátria, 513, 2º andar, Porto Alegre.
A Aeppa pede ao MEC bolsas integrais do Programa Universidade para Todos (ProUni) para que 120 professores do movimento possam fazer o curso a partir de agosto, na parceria entra a Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) que vai oferecer o curso à noite, uma vez que a formação será em exercício. Segundo a presidente da Aeppa, Tamar Gomes de Oliveira, o curso precisa ter um viés diferente, porque atenderá professores leigos que atuam em bairros pobres e que devem ser formados para dar respostas a questões como a violência urbana e a agressividade, que são os problemas que mais preocupam as regiões metropolitanas do país.
Pela proposta, o curso superior de pedagogia da Aeppa terá quatro anos, em oito semestres, 2.800 horas de trabalho acadêmico, sendo 300 horas de estágio supervisionado. A primeira turma terá 120 vagas, das quais 60 para a educação infantil e 60 para os anos iniciais do ensino fundamental. Para participar da seleção, dois critérios serão levados em conta: ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2005 e estar vinculado à Aeppa. Hoje, informa Tamar Gomes de Oliveira, existem dois mil educadores populares em Porto Alegre, que aguardam a chance de fazer sua formação superior, conforme exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Trajetória - A Aeppa foi criada em 1996 para ser um instrumento de luta do movimento popular de Porto Alegre, especialmente na busca de qualificação dos profissionais que trabalham com educação infantil e em programas de apoio socioeducativo e educação de jovens e adultos. Seu trabalho prioritário é com as instituições mantidas e administradas por entidades do movimento social comunitário. Os profissionais que atuam nessas instituições são, na sua maioria, educadores leigos, daí a importância da busca de parcerias.
Repórter: Ionice Lorenzoni