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Educação básica

Paulo Freire é homenageado com título de patrono da educação

  • Quinta-feira, 14 de julho de 2005, 15h33
  • Última atualização em Sexta-feira, 11 de maio de 2007, 13h02

O Projeto de Lei nº 5.418/05, de autoria da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que aguarda aprovação do Congresso Nacional, declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. Segundo Erundina, “Paulo Freire é um símbolo para todos os educadores do Brasil. Essa homenagem é fruto do nosso reconhecimento e gratidão à pessoa e ao trabalho dele”, afirmou. 

Ela destaca que Paulo Freire dava prioridade à importância do diálogo entre alunos e mestres e que os processos educativos deveriam estar conectados à realidade do dia-a-dia das pessoas.

 “Uma das medidas iniciais adotadas por Paulo Freire foi abolir as cartilhas padronizadas e firmar o conceito das palavras geradoras”, disse Erundina. Por esse processo os alunos deveriam aprender a formar palavras a partir dos fonemas, das sílabas separadas, indo até as palavras. E estas palavras deveriam ser associadas ao ambiente objetivo do aluno, explica.

Histórico – Nascido em Recife (PE), em 1921, órfão aos 13 anos e com dificuldades econômicas, Paulo Freire iniciou o curso de direito aos 22 anos de idade. Todavia, não exerceu a profissão para a qual se bacharelou, optando pela função de educador.

Em 1960, o educador criou um método de alfabetização de adultos, conectando o aprendizado à realidade do alfabetizado. Em 1963, ele foi responsável pela alfabetização de 300 trabalhadores no Rio Grande do Norte, em apenas 45 dias. No governo de João Goulart (1961-1964), coordenou o Programa Nacional de Alfabetização, visando capacitar cinco milhões de brasileiros para as eleições, restritas aos alfabetizados.

A "pedagogia da libertação" se contrapunha à "pedagogia da dominação". A experiência clássica foi a alfabetização dos operários que construíam Brasília nos anos 60. Apresentava-se a palavra geradora "tijolo", depois separavam-se as sílabas, "ti-jo-lo", em seguida mostravam-se as famílias fonêmicas e a partir daí os alunos deveriam formar palavras com as novas sílabas.

Doutor honoris causa em 28 universidades, reconhecido em todo o mundo como um dos mais importantes pensadores brasileiros do século XX, Paulo Freire teve sua obra traduzida em 28 línguas, publicando mais de 40 livros.

Preso em 1964 pela ditadura militar, exilou-se no Chile, onde escreveu sua obra mais conhecida: Pedagogia do Oprimido. Trabalhou como consultor da Unesco e do Conselho Mundial de Igrejas. Às vésperas da Anistia, em 1979, retorna ao Brasil, onde passou a lecionar na Universidade Estadual de Campinas e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Em 1989, é convidado a assumir o cargo de secretário municipal de educação de São Paulo, na gestão da prefeita Luiza Erundina, provocando uma verdadeira revolução educacional na cidade. Paulo Freire faleceu em 2 de maio de 1997.

Tramitação parada – Para se tornar patrono da educação brasileira, o educador aguarda a tramitação do projeto de lei na Comissão de Educação e Cultura, ainda sem relator. Aprovado nesta comissão, o projeto irá para a Comissão de Constituição e Justiça e depois para o Senado Federal, sem ir ao plenário da Câmara dos Deputados, por se tratar de matéria afeta ao poder conclusivo das comissões.

Repórter: José Leitão
 

 

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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