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Educação básica

Escolas de SC dão lições de sustentabilidade com decoração de Natal reciclável

  • Quinta-feira, 22 de dezembro de 2016, 12h14
  • Última atualização em Quinta-feira, 22 de dezembro de 2016, 12h53

.Essa história de um Natal feliz, com preocupações ecológicas e sociais, foi vivida por ele mesmo, o próprio Papai Noel. Sentado em uma cadeira, num canto do pátio da escola decorado com enfeites natalinos que nem pareciam ter sido construídos com garrafas plásticas, ele observava a alegria das crianças reunidas em coro para cantar ou encenar o nascimento do Menino Jesus. Outras se lambuzavam com o algodão doce, cor de nuvem, que era distribuído de graça e à vontade. Uma a uma, elas iam até ele. Algumas ressabiadas demais; outras, curiosas e falantes. Mas para todas havia uma boneca, um carrinho, uma bola, um jogo, um abraço e um carinho.

Pelo terceiro ano, a comunidade rural Barra Mansa, de pequenos agricultores, a 54 quilômetros de Canoinhas, cidade catarinense de 52 mil habitantes, ajuda a realizar o Natal na Escola Básica Municipal Evaldo Dranka. “Recolhemos doações e contribuições para que todas as 85 crianças do pré ao quinto ano, que são carentes, possam ter uma festa de Natal, com lanche especial e um presente”, conta a diretora, Giovana Carliny, encantada com a decoração especial para a festa de 2016.

Com o tradicional gorro vermelho, Pollyana Bollmann, 5 anos, participou de uma coreografia da música Vem Chegando o Natal. “A festa estava muito bonita; a escola, toda enfeitada. Minha filha ganhou uma boneca e ficou muito feliz”, emocionou-se a mãe da menina, Patrícia Aparecida Bollmann, que ajuda o marido na lavoura. Emocionada também ficou a professora Jocineri Martins Pires, de educação física, que ajudou a ensaiar as crianças para a festa do encerramento do ano letivo de 2016. “São crianças. E sempre, nas apresentações, se envolvem mais do que a gente imagina. Fica tudo muito bonito”, disse.

Além do tradicional pinheiro, bombons, pirulitos, cupcakes e bolas gigantes preenchiam o pátio e a quadra coberta. “É o nosso Natal mágico com garrafas pet”, comentou a diretora. As 15 peças de enfeites foram doadas pelo Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de Canoinhas. As peças com motivos natalinos são produzidas ao longo do ano por cerca de cem integrantes do Caps, entre pessoas com transtorno mental e usuários de drogas e álcool. Dois artesãos de Canoinhas ajudam a construir as estruturas metálicas a serem decoradas. ”É um trabalho que começamos em 2013 e ganhou uma dimensão muito grande”, conta a psicóloga Viviana Stanger, responsável pela coordenação do trabalho de assistência social do município.

Atualmente, o material produzido pelos integrantes do Caps enfeita as praças da cidade no Natal. Os moradores da comunidade ajudam, com a doação de garrafas de plástico. “É um trabalho que também ajuda na preservação do meio ambiente”, diz Viviana. “Por semana, recebemos de 500 a 600 garrafas”, calcula. E, assim, o trabalho que se restringia a uma função social, acabou por se transformar em projeto artístico. Segundo a psicóloga, o reconhecimento do trabalho artístico dos novos artesãos tem elevado o índice de recuperação dos usuários de drogas e de álcool. “Eles se sentem valorizados pelas pessoas da cidade e estão trabalhando numa coisa que gostam de fazer”, explica.

Ambiente — Os enfeites natalinos produzidos pelo Caps de Canoinhas ajudaram no cenário da festa de encerramento do ano letivo de 2016 de outra escola pública da região. Quinze peças de um presépio gigante foram doadas à Escola Básica Municipal Achiles Pazda, da comunidade rural Rio do Pinho. Os enfeites construídos com garrafas plásticas não são o único exemplo de preocupação com o meio ambiente que chega aos alunos. As 14 escolas rurais do município participam desde 2005 de atividades de preservação ambiental.

Em 2015, a Escola Básica Municipal Evaldo Dranka, no corredor ecológico do Rio Timbó, ganhou, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o prêmio Epagri Escola Ecologia por projetos desenvolvidos para a conservação de nascentes. Os alunos plantaram 210 mudas de árvores nativas em nascentes de pequenas propriedades familiares da vizinhança escolar. Nessa mesma atividade, os estudantes foram incentivados pelos professores a pesquisar sobre a importância das árvores para a qualidade do ar. “Os professores trabalham sempre temas ambientais de forma integrada ao currículo das disciplinas básicas”, explica Rosimari de Fátima Cubas Blaka, coordenadora municipal do Programa Interdisciplinar de Educação do Campo de Canoinhas.

Rovênia Amorim

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