Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Todas as notícias > Comissão de diversidade faz primeira reunião
Início do conteúdo da página
Educação superior

Secretários gaúchos revelam fórmula para melhorar o Ideb

  • Terça-feira, 31 de março de 2009, 14h20
  • Última atualização em Terça-feira, 31 de março de 2009, 17h08

Porto Alegre – A pequena Imigrante, município de 3.013 habitantes na região do Vale do Taquari (RS), não tinha o número mínimo de alunos para fazer a Prova Brasil. Por isso, ficou fora do primeiro Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2005. Mas a secretária municipal de educação, Edi Fassini, sempre foi uma entusiasta das avaliações externas e pleiteou junto ao Ministério da Educação a inclusão na avaliação em 2007.


Conseguiu e o resultado de 2007 ao mesmo tempo alegrou e assustou. Imigrante tem o melhor Ideb do estado, com nota 6,4 – acima da média nacional projetada para 2021 – e precisa chegar a 7,8 em 2021. “Temos convicção do trabalho, mas manter o padrão e ainda aumentar é uma enorme responsabilidade”, afirma Edi, pela segunda vez à frente da secretaria de educação. No total, são 13 anos comandando a educação do município, dos 21 de existência de Imigrante.


Edi participa, ao lado de outros 400 secretários municipais, do encontro com representantes e técnicos do MEC, que começou no dia 30 de março e vai até o dia 3 de abril. O encontro em Porto Alegre, que ocorre simultaneamente ao de Minas Gerais, finaliza a série de encontros pelo país.


O entusiasmo com que Edi fala da participação da família e da comunidade nas escolas, da motivação dos professores e do atendimento igual para as áreas urbana e rural do município dá a pista do caminho de sucesso da educação em Imigrante. A escolha da segunda língua estrangeira, alemão ou italiano, passa pela escolha da família e não apenas do aluno. A frase com que resume é muito firme. “Quando os pais não estão na escola, a escola está morta, só a gente não sabe”, define. A Feira do Livro é realizada no dia Sete de Setembro, o que garante a presença dos pais. Além disso, uma das tarefas da gincana escolar é levar os pais à escola, e os alunos nunca querem perder em gincanas.


A inclusão de todos é outro ponto central para a secretária. Quando comprou os primeiros laboratórios de informática, em 1995, deixou claro para o prefeito que ou todos teriam ou ninguém. “Computador em área urbana às vezes é muito fácil. Mas os nossos sempre foram urbana e rural juntos”, sintetiza. Outro diferencial de Imigrante. O computador sempre foi pensado como ferramenta de ensino de disciplinas como português e matemática e não como simples aula de informática.


Um relato descreve a relação da secretária com a questão da inclusão: este ano descobriu a única criança do município com quatro anos ou mais fora da escola. “A mãe disse que só a levaria para a escola se ela ficasse junto. Expliquei que não poderia ser assim e o aluno está matriculado hoje.” Edi Fassini expressa uma preocupação com os números: que os bons índices interfiram no acesso aos programas, porque alguém pode imaginar que o município não precisa de apoio.


Colinas – Continuidade também é uma das marcas na secretaria municipal de educação de Colinas, também no Vale do Taquari (RS). Segundo melhor Ideb do estado, o secretário Irineu Horst está há nove anos à frente da pasta. Demonstra alguma preocupação com o alto Ideb, justamente por ficar fora de alguns programas de apoio, mais voltados a municípios com nota inferior. “Cinco ou seis alunos fora da escola, no nosso caso, significa um percentual elevado”, exemplifica. Os 6,3 de Colinas também estão acima da meta projetada para 2021 no país. A meta para Colinas é 7,8 em 2021.


Mas Irineu não deixa de citar os motivos do bom desempenho: professores comprometidos, com bons salários – inicial próximo a R$ 900 para 20 horas (quase o dobro do piso nacional do magistério), continuidade de gestão e família e comunidade envolvidas na escola. Acesso para todos também é uma preocupação do secretário: “Digo sempre aos professores que a tarefa deles não acaba quando a aula termina, mas quando todos os alunos estiverem com segurança voltando para casa nos ônibus que disponibilizamos.”

Rodrigo Dindo

X
Fim do conteúdo da página