Professores indígenas de Minas Gerais começam curso de graduação
A coordenação do Curso de Formação Intercultural de Professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) inicia na sexta-feira, dia 7, o primeiro de uma série de sete encontros com as comunidades indígenas do estado para apresentar o formato do curso superior. As aulas começam em 8 de maio e vão até 2 de junho, durante a etapa presencial no campus da UFMG. Depois se desenvolvem em fases a distância nas aldeias.
Segundo a coordenadora do curso, Lúcia Helena Alvarez Leite, a universidade vai ao encontro do povo Xacriabá no município de São João das Missões, no norte de Minas, de onde vêm mais de 100 dos 141 alunos que iniciam o primeiro curso de graduação para professores indígenas. O objetivo é apresentar à comunidade e aos alunos o projeto e como ele se desenvolverá nos próximos cinco anos.
A Formação Intercultural de Professores oferecida pela UFMG está estruturada em três eixos: multilinguagens, realidade socioambiental e escola indígena e seus sujeitos. A coordenadora explica que o currículo será flexível, mas que terá disciplinas obrigatórias e optativas. Duas vezes por ano, os alunos terão fases presenciais intensivas; depois, atividades em serviço nas suas escolas e comunidades. Nas etapas a distância, os estudantes serão acompanhados por 12 tutores, alunos de cursos da pós-graduação da UFMG, que terão sob suas responsabilidades grupos de dez a 12 professores cursistas.
Os recursos para a formação vêm de três fontes: Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para Formação de Professores Indígenas (Prolind/MEC), Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Estadual de Educação e a infra-estrutura física e de professores da UFMG. Do Prolind, a universidade terá R$ 500 mil; da Funai, R$ 372 mil; e da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, R$ 89 mil.
Povos – O primeiro Curso de Formação Intercultural de Professores oferecido pela UFMG vai atender aos sete povos que habitam o estado: Xacriabá, Maxacali, Crenaque, Pataxó, Caxixó, Xucuru-Cariri, Pancararu e Aranã. Os povos que têm menor participação no curso, com um professor cada, são os Pancararu e Aranã.
Ionice Lorenzoni