UFMT cria vagas para inclusão indígena em medicina e enfermagem
A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovou o programa de inclusão de estudantes indígenas em enfermagem e medicina. Os cursos serão ofertados no campus de Cuiabá. “A universidade vem amadurecendo uma reflexão bastante longa e significativa em relação à inclusão e, ontem (12), ainda que simbolicamente, começou pelos indígenas, excluídos do chamado processo civilizatório, trazidos para dois cursos de alta demanda na área de saúde, em um dos estados com maior população indígena”, avaliou o reitor Paulo Speller.
Conforme dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), são 25.123 índios em 42 grupos. “É histórico para a UFMT, dada a importância da decisão para Mato Grosso, com uma das maiores populações indígenas do País”, disse o vice-reitor Elias Alves de Andrade, que presidiu a sessão.
O diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Domingos Tabajara de Oliveira Martins, observou que o curso de medicina da UFMT, avaliado com conceito A, é o primeiro a oferecer vagas à população indígena. Segundo a pró-reitora de Ensino de Graduação, Matilde Crudo, a iniciativa está dentro do Programa de Inclusão Indígena.
Bolsas − São três vagas em enfermagem e três em medicina, a serem preenchidas exclusivamente por estudantes indígenas, indicados por sua comunidade e pela Funai, selecionados e aprovados em processo seletivo específico. Esses alunos receberão bolsa da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), a partir de 2007 até a conclusão de seus cursos.
O convênio para concessão das bolsas exige dos estudantes o compromisso de retornarem às suas comunidades. E determina que a universidade mantenha um programa de acompanhamento diferenciado aos estudantes indígenas, garantindo qualidade na formação e sucesso na conclusão de seus cursos.
A medida aprovada prevê a elaboração de um programa de capacitação docente, com garantia de recursos financeiros para custeio. Está previsto, ainda, um programa de nivelamento para os alunos, ao longo do curso, segundo as necessidades levantadas, e disponibilização de, pelo menos, um monitor para cada período letivo. Deverão ser criadas, pelo menos, uma vaga de professor − preferencialmente efetivo e com formação específica na área de saúde indígena − e três vagas no curso de especialização em saúde indígena, a ser oferecido pelo Instituto de Saúde Coletiva. (Assessoria de Imprensa da UFMT)